
Jacó era um pobre que sempre invejara a riqueza alheia. Por fim, ele decidiu que não agüentava mais. Procurou o rabino local para pedir-lhe a bênção da grande riqueza.
O rabino passou um longo tempo olhando pensativo para Jacó.
Por fim, disse:
— Vou dar-lhe essa bênção se você quiser, Jacó, mas antes você tem de me prometer uma coisa.
Tome duas moedas de ouro. Use-as para comprar a melhor comida e o melhor vinho.
Depois vá para casa e coma um banquete maravilhoso - sozinho. Você não deve repartir nem uma colherada nem uma só gota de vinho com sua mulher e seus filhos.
Você me faz esse juramento solene?
Jacó estava intrigado, mas jurou.
Naquela noite, sentou-se a uma mesa magnifica, guarnecida com pato assado, vinho e outras iguarias.
Ele esperava saborear o jantar — a primeira vez em que provaria a riqueza que desejava —, mas percebeu que a esposa e os filhos o estavam olhando, em silêncio, com fome, com olheiras e com o rosto magro.
De repente, cada momento do banquete se tornara uma tortura.
Enquanto comia o pato e bebia o vinho, Jacó só pensava na família, que parecia tão infeliz, tão faminta, tão doente.
Se pudesse repartir esse banquete com eles, mas o rabino o proibira. Quando Jacó voltou a procurar o rabino, estava furioso.
— Por que me pediu que fizesse coisa tão terrível? — explodiu. —Essa foi a pior agonia que já suportei.
— A sua família não é o único grupo de pessoas pobres desta cidade. Você ainda quer a bênção de adquirir grandes riquezas?
Sabendo que, enquanto você e sua família desfrutam da abundância, tantos outros passam fome?
— Não — disse Jacó. — Guarde sua bênção. Se a riqueza é isso, eu não a quero.
Daquele dia em diante, a sorte de Jacó melhorou e ele logo se tornou um homem rico, apesar do que pensava. Porém, nunca mais voltou a comer em casa.
Em vez disso, fazia doações generosas ao refeitório dos pobres da cidade, e comia ali diariamente, junto com os pobres que dependiam de sua beneficência.
Ele não conseguia mais desfrutar nenhuma bênção sem saber que, de fato, podia reparti-la.
Do livro: O Poder de Cura da Cabala de Dr. Raphael Kellman
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"Para conhecermos quem temos por amigos
É necessário passar pelo sucesso e pela desgraça:
No sucesso, sabemos da quantidade
E na desgraça, a qualidade."
( Confúcio)
" Fama, fortuna e reputação são coisas que, como pedras preciosas, podem ser perdidos ou roubados por outros, não valorizar um 'verdadeiro amigo' é um erro grave, que só fica visível quando sobrevém alguma desgraça."
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