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27/08/2015

COMO LIDAR COM A VIOLÊNCIA DOS OUTROS?






Meu vizinho é violento. Como lido com isso? Dou a outra face, no sentido literal? Ele vai achar bom. O que devo fazer?

Ora, você faria essa pergunta se fosse realmente não violento, se não houvesse nenhuma violência em você? 

Se no seu coração, na sua mente, não houver violência alguma, não ocorrerá homogeneização de sentimentos, sentimentos estes que igualam o ofendido ao ofensor através da compatibilização de sintonias mentais, culminando num irresistível desejo de revide.

Mas, sem ódio algum, nem amargura, nem violência, não há compatibilidade de sintonias e, portanto, não haverá perturbação do sentimento ou desejo de vingança.

A violência dos outros, quando nos impele à reação maldosa, seja em pensamentos ou em atos, evidencia a violência que existe em nós próprios, porquanto uma pessoa verdadeiramente inclinada ao bem, ao receber qualquer mal, não consegue se tornar má.

Desse modo, se no seu mundo íntimo não houver violência alguma, certamente você não precisará se questionar sobre como lidar com o vizinho violento, o chefe grosseiro, o parente desequilibrado.

Contudo, ao se deparar com o mal, se em você ainda houver o desejo de reagir com maldade, aproveite o despertar deste monstro interior - que habita em você - e combata-o com toda a sua força de tolerância, de humildade, de perdão, de compaixão, a fim de que esse ogro irascível e devorador da razão não mais se sinta confortável de co-habitar o seu mundo íntimo. 
Essa é a única maneira de não permitir que o mal dos outros se torne o mal você.

A verdadeira nobreza consiste em receber o mal e, em vez de aumentá-lo pelo revide, saber diminuí-lo naquele que o produziu, primeiro pela tolerância, depois pelo perdão, depois pela compaixão de seus erros, e, enfim, pelo amor que se tem por um irmão, que ele é.

Esse monstro irascível - também conhecido por ego-orgulhoso -, sempre que é despertado pelo orgulho-ferido, só faz aumentar as reações desequilibradas que destroem a convivência.

Jamais esqueçamos que "porta estreita" é, também, sinônimo de sacrifício, e que a humildade dos que sofrem é essencial na renovação dos que fazem sofrer; é só isso que um dia, cedo ou tarde, erradicará o mal do coração dos homens.

Pensemos nisso.


(Adaptado de "Beyond Violence", pp 83-84, de Jiddu Krishnamurti)por Sentido da Luz


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