.OKEY CABOCLO!
12/08/2015
CONHECEMOS O SOFRIMENTO, DE VERDADE?
Um/uma médium ativo sabe que, trabalho após trabalho, as situações são sempre parecidas: muitos entre as pessoas que vão sobrecarregar o trânsito nos Terreiros, em dias de atendimentos, na verdade não deveriam estar lá, queixando-se por pouca coisa.
Nos dias em que os atendimentos são feitos pelos Exus e Pombagiras a romaria perece não ter fim, mas nos dias de estudo nem um quarto dessas pessoas aparecem, para aprender um pouco mais sobre aquilo que tanto lhes servem.
A verdade é que qualquer problema que conhecemos nas nossas vidas, parece irrelevante perto do que sofrem, diariamente, muitas pessoas em outras partes do mundo, a despeito de suas " culturas": políticas e religiões deturpadas pelo homem sedento por saciar seus vícios.
Considero muito difícil ler narrativas que contam sobre tais acontecimentos, e fico com o coração apertado, a garganta fica com um nó, pela sensação de impotência que impera. E só ativamente consigo me desvencilhar de tais sentimentos.
As histórias são muitas e são de conhecimento geral, estão no "grande" Oriente, Ásia e África, na América latina e em muitas ilhas pelos "quatro cantos" do mundo, e deveria envergonhar a humanidade por permitir tamanho mal sobre a Terra.
O suplício de outros seres humanos vivendo como aprisioneiros, torturados, humilhados, injustiçados e, muitos, exterminados, fazem algumas tragédias parecerem capricho. ( e o nome já está dizendo, em nossa " cultura " alguns acontecimentos são considerados tragédias! )
E o que dizer então dos nossos problemas, aqueles que são comuns a todos os seres humanos, em qualquer condição de vida?
Depois de uma leitura dessas é inevitável pensar em como perdemos tempo e energia com bobagens. Em como, auto- vitimizados, menosprezamos as coisas mais essenciais das nossas vidas.
Em como precisamos acordar e sentir mais, com gratidão, o nosso aqui-agora. Brigar e reclamar menos. Erradicar as tristezas levianas. Perdoar, reconciliar, limpar as pendências emocionais.
E uma vez limpo o coração, lutar para manter viva a nossa alegria, assim como fomentar a alegria nos outros. Não nos deixar desencorajar por bobagens.
A constatação disso me faz pensar em como precisamos aprender a lidar com nossos problemas de forma bem mais serena e madura do que estamos fazendo. Tudo bem que é fácil pensar assim nos momentos em que tudo está relativamente em ordem na vida.
Porém, quando estamos realmente sofrendo, a emoção toma conta e fica bem mais difícil manter a tranquilidade, quiça avaliar os acontecimentos de forma imparcial. E sabendo que o emocional é um fator muitíssimo importante, não cabe a ninguém exigir agressivamente de outros esse tipo de auto-controle.
Quem se dispõe a ajudar, como os médiuns, por exemplo, precisam desenvolver a capacidade de empatia, para que, com habilidade, ajudar, seu Guia em Trabalho, a colocar as coisas em real perspectiva.
Contudo, uma vez colocada em perspectiva a real dimensão do que nos aflige, perto de todas as dádivas de que desfrutamos apenas por viver em país de fartura e paz, me parece que temos o dever moral de vigiar melhor a forma com a qual lidamos com os nossos problemas.
Se todos, mas, principalmente os consulentes, tivessem a real dimensão do que é estar diante de um Guia Espiritual para uma consulta particular, pensaria dez vezes antes de ocupar Seu tempo com bobagens comuns a todos os encarnados.
Esse tempo, muitas vezes, é subtraído de um/a irmão/ã que realmente precisa e não pode chegar cedo para garantir o atendimento.
O tempo do Guia em terra é limitado e nem sempre cobre a demanda.
Como médiuns, temos a obrigação íntima de manter uma rédea firme sobre nossas ações e reações com relação às dificuldades que encontramos pelo caminho.
E se, além de nos auto controlar, formos só um pouquinho mais fortes, seremos muito mais capazes de transformar essa auto- compreensão em ajuda mais efetiva para os outros, apenas pela nossa atitude melhorada, comportamento mais refinado e bem intencionado.
Crescer e tentar ser alguém melhor é uma grande responsabilidade, e está ao nosso alcance todos os dias, em todas as coisa e pessoas com as quais nos deparamos.
Então, que possamos nunca nos esquecer de empregar esforços na direção dessa simples verdade.
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