.OKEY CABOCLO!

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OKEY CABOCLO!

25/11/2013

A arrogância segundo os medíocres








“Adorei o seu sapato”, disse uma amiga para mim certa vez.

“Legal, né? Eu comprei em uma feira de artesanato na Colômbia, achei super legal também”, eu respondi, de fato empolgada porque eu também adorava o sapato. Foi o suficiente para causar reticências quase visíveis nela e no namorado e, se não fosse chato demais, eles teriam dado uma risadinha e rolariam os olhos um para o outro, como quem diz “que metida”. Mas para meia-entendedora que sou, o “ah…” que ela respondeu bastou.

Incrível é que posso afirmar com toda convicção que, se tivesse comprado aquele sapato em um camelô da 25 de março, eu responderia com a mesma empolgação “Legal, né? Achei lá na 25!”. Só que aí sim eu teria uma reação positiva, porque comprar na 25 “pode”.

Experiências como essa fazem com que eu mantenha minhas viagens em 13 países, minha fluência em francês e meus conhecimentos sobre temas do meu interesse (linguística, mitologia, gastronomia etc) praticamente para mim mesma e, em doses homeopáticas, comente entre meu restrito círculo familiar e de amigos (aquele que a gente conta nos dedos das mãos).

Essa censura intelectual me deixa irritada. Isso porque a mediocridade faz com que muitos torçam o nariz para tudo aquilo que não conhecem, mas que socialmente é considerado algo de um nível de cultura e poder aquisitivo superior. E assim você vira um arrogante. Te repudiam pelo simples fato de você mencionar algo que tem uma tarja invisível de “coisa de gente fresca”.

Não importa que ele pague R$ 30 mil em um carro zero, enquanto você dirige um carro de mais 15 anos e viaja durante um mês a cada dois anos para o exterior gastando R$ 5 mil (dinheiro que você, que não quer um carro zero, juntou com o seu trabalho enquanto ele pagava parcelas de mil reais ao mês). Não importa que você conheça uma palavra em outra língua que expressa muito melhor o que você quer falar. Você não pode mencioná-la de jeito nenhum! Mas ele escreve errado o português, troca “c” por “ç”, “s” por “z” e tudo bem.

Não pode falar que não gosta de novela ou de Big Brother, senão você é chato. Não pode fazer referência a livro nenhum, ou falar que foi em um concerto de música clássica, ou você é esnobe. Não ouso sequer mencionar meus amigos estrangeiros, correndo o risco de apedrejamento.

Pagar R$200 em uma aula de francês não pode. Mas pagar mais em uma academia, sem problemas. Se eu como aspargos e queijo brie, sou “chique”. Mas se gasto os mesmos R$ 20 (que compra os dois ingredientes citados) em um lanche do Mc Donald’s, aí tudo bem. Se desembolso R$100 em uma roupa ou acessório que gosto muito, sou uma riquinha consumista. Mas gastar R$100 no salão de cabeleireiro do bairro pra ter alguém refazendo sua chapinha é considerado normal. Gastar de R$30 a R$50 em vinho (seco, ainda por cima) é um absurdo. Mas R$80 em um abadá, ou em cerveja ruim na balada, ou em uma festa open bar… Tranquilo!

Meu ponto é que as pessoas que mais exercem essa censura intelectual têm acesso às mesmas coisas que eu, mas escolhem outro estilo de vida. Que pode ser até mais caro do que o meu, mas que não tem a pecha de coisa de gente arrogante.

O dicionário Aulete define a palavra “arrogância” da seguinte forma:

1. Ação ou resultado de atribui a si mesmo prerrogativa(s), direito(s), qualidade(s) etc.

2. Qualidade de arrogante, de quem se pretende superior ou melhor e o manifesta em atitudes de desprezo aos outros, de empáfia, de insolência etc.

3. Atitude, comportamento prepotente de quem se considera superior em relação aos outros; INSOLÊNCIA: “…e atirou-lhe com arrogância o troco sobre o balcão.” (José de Alencar, A viuvinha))

4. Ação desrespeitosa, que revela empáfia, insolência, desrespeito: Suas arrogâncias ultrapassam todo limite.

Pois bem. Ser arrogante é, então, atribuir-se qualidades que fazem com que você se ache superior aos outros. Mas a grande questão é que em nenhum momento coloco que meus interesses por línguas estrangeiras, viagens, design, gastronomia e cultura alternativa são mais relevantes do que outros. Ou pior: que me fazem alguém melhor que os outros. São os outros que se colocam abaixo de mim por não ter os mesmos interesses, taxar esses interesses de “coisa de grã-fino” (sim, ainda usam esse termo) e achar que vivem em um universo dos “pobres legais”, ainda que tenham o mesmo salário que eu. E o pior é que vivem, mesmo: no universo da pobreza de espírito.


Por Carmen Guerreiro
http://ansiamente.wordpress.com/2012/05/10/a-arrogancia-segundo-os-mediocres/


28/10/2013

Conversa entre dois velhos amigos:




Pare de dificultar!
Preste atenção agora é hora de se cuidar, não é para fazer outra coisa, a não ser aprender a conviver com a paz.
Deixe pra lá o que não consegue compreender, deixa para depois, ou quem sabe para nunca mais, não fique preso à idéia que deve tudo controlar.
Solta tudo, até você mesmo das idéias de prisão onde se emaranhou, sempre analisando como fez ou como fizeram, dando uma nota de mais ou de menos e até se avaliando com desprezo por não saber fazer o que acreditava ter que saber.
Deixe as pessoas, elas estão aí para aprender.
Cada um é cada um, por mais que queira que tudo seja certo, descomplica de uma vez por todas, declare:
- Eu vou cuidar é de minha saúde agora, do meu bem estar!
Fique feliz nesta decisão, pare de se estranhar!
Agradeça poder ter tanta gente ao seu lado que lhe ajuda e que você também pode ajudar, assim cada um coopera com o outro do jeito que sabe, mesmo não se entendendo muito, tudo é só o que é, não adianta acelerar e querer uma conclusão..
Tudo segue... E um percebe o outro e nesta percepção o coração vai realizando os seus ajustes e suavizando o entendimento das diferenças.
Quando aceitamos as diferenças e as situações, a mente se abre para o que é realmente necessário fazer.
Avançamos, facilitando a compreensão, e temos a oportunidade de praticar a fraternidade entre os seres, e descobrimos que podemos testemunhar tudo o que acontece, sem mais nenhuma impressão que desmonte o nosso ânimo ou o nosso coração.
Tudo tem a sua própria solução.
Hari Om


Sara Deva
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AMIGOS








" Os amigos não precisam estar ao lado para justificar a lealdade.

Mandar relatórios do que estão fazendo para mostrar preocupação.

Os amigos são para toda a vida, ainda que não estejam conosco a vida inteira.

Temos o costume de confundir amizade com onipresença e exigimos que as pessoas estejam sempre por perto, de plantão.

Amizade não é dependência, submissão.

Não se têm amigos para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da letra.

É independência, é respeito, é pedir uma opinião que não seja igual, uma experiência diferente."


(Fabrício Carpinejar)


QUEIRA SER FELIZ. É O SEU DESTINO!








MESMO QUE O MUNDO E AS PESSOAS TENTEM LHE MALTRATAR EXPRESSANDO AS NEGATIVAS EMOÇÕES QUE SÃO DELES!

E QUE VALORIZEM SEUS DEFEITOS APONTANDO-OS E INVEJANDO TUAS VIRTUDES DIMINUINDO-AS.

E QUE LHE DIGAM QUE TEU SOFRER É DEVIDO AO TEU KARMA QUE SÃO PENDÊNCIAS DE ERROS A ACERTAR, MAS QUE JÁ FORAM ACERTADOS E TUA VIDA É NOVA OPORTUNIDADE PARA ACERTOS.

E QUE TE FAÇAM DEPENDENTE DE SITUAÇÕES E NECESSIDADES QUE APRISIONAM, VENDEM OU DIFICULTAM, MAS SÃO TUAS POR DIREITO INALIENÁVEL COMO O É O SEU QUERER NA LIBERDADE DA TUA VIDA.

MESMO QUE TENTEM LHE DIMINUIR A SUA VONTADE NA ESPERANÇA DA VERDADE PARA QUE REALIZE UMA VIDA MELHOR, DIGNA, PROSPERA E CRIATIVA.

MESMO ASSIM, QUEIRA SER FELIZ.

POIS O SEU QUERER QUANDO NA VONTADE DA FELICIDADE DA VIDA LHE ATIVA A LIGAÇÃO COM DEUS E TODA A DIVINDADE

E A PROXIMIDADE COM A LUZ DIVINA LHE VITALIZA, COLOCANDO-O ACIMA DE QUALQUER CIRCUNSTANCIA DE SOFRIMENTO.

ASSIM SERÁ CAPAZ DE EM SI, EM QUALQUER AMBIENTE, PESSOA OU SITUAÇÃO, DE TRAZER SOLUÇÃO BOA, NAS TRANSFORMAÇÕES DO MAL EM BEM, DA DISCÓRDIA EM COMUNHÃO, DA TRISTEZA EM ALEGRIA, DA IRA, DA COLERA, DA MÁGOA, EM AMOR E COMPAIXÃO.

PARA REALIZAR NA VIDA O QUE ELA É EM VERDADE, UM GRANDE PRESENTE DIVINO CUJOS OBSTÁCULOS SERVEM PARA EXERCITAR SEUS DONS DOADOS E DELEGADOS POR DEUS QUE AGUARDA PELA SUA SINCERA VONTADE EM QUERER SER FELIZ.
SIMPLES ASSIM!

PELO SEU QUERER PODERÁ MODIFICAR O SEU DESTINO AGINDO NO PRESENTE, MAIS QUE PRETENDENDO, MAS NA CERTEZA DE SER FELIZ.

CAMINHANTE NA TUA VIDA SEGUE AVANTE E ACIMA.
QUEIRA SER FELIZ!


• Pelo Espírito de PABLO FERRET ditado a DOUGLAS O ELIAS
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27/10/2013

Sou teu guardião.








Pra onde foi o brilho dos teus olhos? Onde se escondeu? Não vejo mais aquela luz, tão linda, que emprestava tanta vida a quem te olhasse... Por qual motivo entristeceste e perdeste aquele brilho? Recupera-o, porque faz muita falta ao mundo!

Quantas pessoas, além de mim, ficavam contagiadas pelo teu olhar vivo e brilhante, e querendo tomar emprestado um pouco daquele vigor para se sentirem mais leves e dispostas a viver?

Ah, quanta saudade eu tenho do teu brilho!... Teu olhar apenas expressava o brilho interno da tua alma gentil e bondosa. Retoma-o, por favor!

Qual é a dificuldade? O que te aconteceu?

Ah, percebo que te rendeste às intrigas do mundo!... Foi aí que perdeste o brilho... Abriste a porta dos sentidos à invasão das mentiras, traições, falsidades, inveja, rancores e fraquezas daqueles que fracos se tornaram por não terem a coragem de expressar o que lhes vai à alma... Procurando, a todo custo, agradar ao meio externo, eles desistiram dos próprios ideais e, iludidos, se tornaram perdidos, insinceros, vacilantes e frágeis como folhas dispersadas pelo vento...

Na ilusão de agradá-los (porque não te aceitavam), passaste também a ignorar a tua verdade interna, e aí o teu brilho se ofuscou...

Mas, lembra: ainda há uma porta que não cedeste, e que somente tu podes abrir! É a porta do teu coração, pela qual a tua alma se manifesta e se comunica primeiro contigo e, depois, com os outros...

Essa porta só tu podes abrir, com a chave do Amor que sempre cultivaste! Abre-a, pois! Volta ao centro do Amor que te gerou e te sustenta!...

Abre-a e contempla o Amor Maior que ali habita: o Amor Divino do qual somos filhos...

Abre-a, que ali encontrarás um templo vivo de Deus— em ti mesmo ou em ti mesma...

Contempla a Perfeição desse Amor que tudo pode curar... E entrega-te a Ele, para que renasças!

Renasce e retoma o teu brilho, para voltar a expressá-lo no olhar e, assim, derramar Luz no teu caminho e no de todos que te acolham...

Vence a tristeza e o derrotismo dos fracos. Perdoa-os, acima de tudo! Porque sem eles não estarias fazendo esta reflexão benfazeja que te restituirá a fé e a autoconfiança...

Vai e cumpre a tua tarefa! Estarei contigo em todos os momentos. Quero vibrar contigo por mais essa vitória!

Velar por ti é a minha tarefa... Quem sou eu? Sou teu guardião. Não importa um nome... Um guardião é apenas um guardião...



(Mensagem de 06/5/2013.)
Tarcisio A. Dutra


Avanço








Chega um momento, depois de algum caminho percorrido, em que a gente pode até considerar que avançou menos do que supunha, mas entende ter avançado o máximo que conseguiu até então.

E a gente agradece, com gentileza e compaixão por todos os caminhantes, porque somente quem caminha sabe o valor, o tamanho, a conquista, de que é feita a história de cada único passo.

Há quem pare no meio da estrada e se enrede no suposto cansaço que mente o medo de prosseguir. Há quem corra tão freneticamente de si mesmo que nem percebe a paisagem ao seu redor.

Há quem pareça recuar dois passos para cada alcançado. No fim das contas, todos avançam de uma forma ou de outra, ainda que, aos próprios olhos e aos alheios, o avanço seja imperceptível.

E, nos trechos da jornada em que já é possível caminhar com mais atenção, respirando os sentimentos singulares de cada passo, a gente percebe que não há exatamente um lugar aonde chegar.

Nós somos o lugar.

A gente percebe que pode aprender a relaxar e a usufruir também da viagem e que essa é forma mais hábil e generosa de avanço.
Não há movimento que se assemelhe àquele que nasce de um coração contente.


Ana Jácomo


SONHOS E NOMES








Há algum tempo atrás, o guarani Luís Werá me confidenciou que havia sonhado com a alma de seu filho: a alma havia aparecido em um sonho e sussurrado que seu nome também seria Werá. Segundo Luís, isto é um bom sinal, por que este nome é um nome "forte", indicando que o meninozinho chegará sem problemas até a fase adulta, sendo imune a doenças e feitiços. Entretanto, ele ainda aguardava com indisfarçada ansiedade a confirmação final do rezador, pois somente ele, o nhanderu’i, poderia referendar ou não o nome que seu filho lhe contou em sonho. Afinal, cabe a ele, o rezador da comunidade, profeta da palavra, a derradeira confirmação, que também lhe viria em forma de revelação.


Na concepção Guarani, o que determina o nome é justamente a região de onde vem a alma da criança, não sendo jamais uma decisão arbitrária dos pais. É a partir do "lugar de onde vem a alma" é que o nome será constituído. E, ao saber sua origem, que sempre é dada pelo próprio filho ou filha através de sonhos, os pais também saberão suas qualidades e características individuais. Cada região possui determinados aspectos, assim como seus moradores. A origem do nome permite prever um pouco do futuro desta criança que ainda sequer nasceu, bem como seus gostos, jeito de ser e possíveis caminhos a serem percorridos. O nome é, portanto, parte integrante da pessoa e se diz ery mo’ã a (aquele que mantem em pé o fluir da palavra).

Em sua grande maioria são nomes que remontam uma profunda religiosidade, relacionando-se quase sempre a idéia de luz, desde o brilho ao troar do relâmpago, que são elementos fundamentais na mística guarani. Como também os diversos instrumentos utilizados durante a reza, como o maracá e o tacuapy. Assim como é comum os cristãos nomearem suas crianças com referências bíblicas, como João ou José, as crianças guarani recebem no nome toda carga espiritual do seu povo. Um arcabouço cultural que é repetidamente internalizado entre todos membros do grupo – e, principalmente durante a infância. É de se destacar que, a força cultural destes povos, reside basicamente nessa socialização, na qual alternam-se experiências individuais e coletivas. Bartomeu Meliá afirma que toda a reconhecida persistência cultural guarani encontra-se justamente neste trato com o sagrado. Somente o rezador poderá definir, através de seu contato com Ñanderu, de onde vem a alma e, dessa forma, definir seu nome. Mas, não só é permitido, como é esperado, o pai se adiantar ao rezador e entrar em diálogo com a alma da criança. Entre os grupos Guarani a experiência religiosa não é privilégio apenas dos rezadores ou sacerdotes, mas permeia toda vivência comunitária em uma grande festa coletiva.

Ainda segundo os Guarani, nos tempos antigos, a revelação do nome dava-se por volta dos dois anos de idade, mas hoje em dia "tem alguns que não querem esperar mais e dão nome bem antes". Com o advento do contato e a relação com o poder estatal, surgiram certas modificações em relação ao trato do nome, como por exemplo, a necessidade sentida por alguns em receber um nome na língua do conquistador. Entretanto, apesar da poderosa pressão da cultura hegemônica, esta modificação tem um caráter superficial, pois todos continuam com seus nomes revelados, ou nomes "verdadeiros". A diferença acontece em relação à importância que se dá ao nome "verdadeiro" e ao nome em português. Os Guarani de Itariri relatam uma divertida história sobre este assunto, segundo contam, quando o cacique foi retirar a segunda via do documento de identidade de parte da comunidade, ele simplesmente esqueceu do sobrenome de várias famílias do grupo, e, rebatizou-os todos como "da Silva" sem muita hesitação. E ainda hoje isto é motivo de troça entre os guarani de Itariri, não havendo qualquer tipo de represália em relação ao cacique, que também dá boas risadas quando esta história é relembrada. Afinal, este nome não é o nome revelado e, por pertencer ao mundo não-índio, possui pouco significado para o portador, podendo ser alterado sem maiores traumas. Ao contrário do nome verdadeiro, este sim fundamental para quem o carrega. Em relação ao batismo cristão "os Guarani consideram absurdo o sacerdote católico perguntar aos pais da criança como se chamará seu filho”. Eles zombam do fato de o padre, que se considera superior ao pajé, sequer é capaz de saber determinar o nome certo da criança! Daí o menosprezo do Guarani ao batismo cristão e aos nomes portugueses.

Os Guarani dão tanta importância ao nome que lhes foi revelado, a ponto de, como último recurso em caso de doença de morte, o rezador rebatizar o doente através de rituais, a fim de que o mal não continue naquele corpo. Não é raro encontrarmos guarani que, ao saudá-lo pelo nome, ele finja não ouvir e faça questão de não atender. De imediato, outros nos avisam que o seu nome foi mudado, ele agora possui um novo e se voltará apenas a este. No antigo nome toda doenças e eventuais feitiços ficam aprisionados, é urgente esquecê-lo o mais breve possível, a fim de estes malefícios também desapareçam. O nome guarani "é um pedaço de seu portador, quase idêntico a ele, inseparável da pessoa. O Guarani não ‘se chama’ fulano de tal, mas ele ‘é’ este nome".

Entendendo a importância do nome para o percurso e socialização do Guarani, percebe-se que neste grupo existe uma outra lógica em relação ao trato com a criança, que é quem, na verdade, escolhe o nome, ou melhor, traz o nome. É como se esta já viesse pronta, com suas vocações e possibilidades de ação. Dependendo de sua origem, de seu lugar celeste, ela poderá ser um grande rezador ou uma grande liderança política, e é bom lembrar que entre os Guarani é muito comum as mulheres exercerem funções religiosas e, devido a isso, tornarem-se líderes de suas comunidades, como caso da Karaí Cunhã Catarina, rezadora da aldeia de Aracruz/ES, que até sua morte foi a principal líder deste grupo.

O fato de a criança escolher seu nome é também o fato da criança escolher seus caminhos, independente dos pais, que tem como função apenas facilitá-lo na medida do possível, pois este já foi traçado anteriormente. O principal objetivo dos adultos guarani é possibilitar a formação do que eles chamam de guarani eté, ou seja, um guarani de verdade. Uma pessoa que possua todas características de um bom homem ou uma boa mulher guarani, que entre outras, é ser religiosa e avessa à sedução das coisas do mundo não-indio. Nos primeiros anos, a grande preocupação dos pais é assegurar o crescimento da alma, pois a criança ainda está fraca e vulnerável. Nesse período é comum os pais adotarem a criação de animais domésticos como galinhas e cachorros, que servem de anteparo protetor a qualquer malefício de venha do mundo exterior, como doenças e feitiços, pois, os pais e os filhos ainda estão vulneráveis as maldades do mundo.

Como por exemplo, o acontecido na comunidade guarani de Brakuí em 1998, quando agentes de saúde municipais, preocupados com a quantidade de cachorros infectados com sarna e carrapatos, acharam por bem organizar uma aplicação geral de parasiticidas em todos animais da comunidade. O resultado foi tão bom, que em pouco tempo, a cachorrada restabeleceu-se em cães saudáveis. Entretanto, neste mesmo período, houve uma curiosa epidemia de gripe nas crianças da aldeia. De imediato, os mais velhos reuniram-se na opy guasu (asa de reza) e após horas de jeroky (oração), referendaram que, como os cachorros ficaram muito fortes e bem de saúde, estavam imunes a doenças e feitiços, os quais, resvalando nestes, iam de encontro aos membros mais fracos da família. A saúde dos animais domésticos, no caso, cães, tornaram vulneráveis as crianças. Pois, apesar da criança ser um uma "pessoa completa", ela inspira vários cuidados em seus primeiros anos de vida, devido a sua fragilidade perante a um mundo que é considerado ñeychyrõgui arauka i anguãema (terrível e imperfeito).

A preparação para assegurar a vida e alma da criança começa já durante a gravidez. A mulher nesse tempo devo abster-se de toda comida pesada (banha, sal, etc) e lhe está proibida a carne de um grande número de bichos do mato. (...) Assegurar o crescimento da alma da criança é a maior preocupação dos pais; são numerosas as ameaças contra os quais têm que se defender. Continuam as proibições alimentares. O pai deve se abster de trabalhos pesados. Deve sobretudo evitar comportamento violento. Arco e flecha ou arma de fogo não deve usar nem para caçar, mas pode pescar e colocar armadilhas. A criança mama quando quer, recebe o máximo de atenção, procura-se satisfazer suas necessidades. O período de lactência estende-se até os dois anos, ou às vezes mais. O desenvolvimento da alma, que em guarani é chamada ‘Palavra’, se considera completo, quando a criança começa a pronunciar suas primeiras palavras. É então quando o ‘vidente’, talvez vá descobrir o nome religioso da criança, isto é, o nome daquela alma-palavra estabelecido já antes do seu envio para se “assentar” no corpo da sua futura mãe.



Até os três anos, as crianças guarani são orientadas culturalmente no reko (costume) por todo o grupo social. Ë papel da sociedade como um todo a formação daquele indivíduo em um bom guarani, partilhando o seu dia-a-dia desde a interação do nascimento até a imersão completa na rotina cultural.

Após os primeiros anos, pequenos trabalhos, como buscar lenha ou cuidar dos irmãos menores, já se encontram no universo destas crianças, que os desenvolvem de acordo com suas capacidades físicas e sexualidade. Com o tempo, estarão acompanhando os pais em seus afazeres rotineiros, sendo que, cada vez mais, a divisão sexual do trabalho se fará patente. No caso das aldeias do litoral paulista e carioca, as meninas guarani ajudarão a mãe na confecção e venda de artesanato durante as feiras municipais ou mesmo nas margens de rodovias. Os meninos, quando um pouco maiores, acompanharão os adultos em suas incursões as aldeias próximas, irão às cidades vizinhas e, provavelmente, começarão a explorar o palmito nativo existente em suas áreas. Porém, em todos os casos, a iniciação religiosa começa imediatamente após o “assentamento da alma”, ou seja, o nascimento. É comum encontrarmos nas opy guasú (casa-de-reza), diversas mães rezando, dançando e embalando seus filhos recém-nascidos ao som dos cantos e do maracá. A iniciação à religiosidade guarani, é, certamente, a primeira socialização formal do grupo. Nesse sentido, não há limite de idade, talvez, devido à criança ser originária das regiões celestiais, ela esteja realmente muito mais próxima ao que entendemos como sagrado. Mesmo assim, existem entre os Guarani (em especial, junto aos Kaiowá, no Mato Grosso do Sul) certas práticas ritualizadas de iniciação dos jovens no mundo adulto, como o Kunumi pepy, momento no qual os jovens meninos recebem prescrições dos mais velhos (seus padrinhos) no sentido de "serem perfeitos" (imarangatuvarã) e preparam-se para perfuração do lábio, e a utilização do adorno labial denominado tembetá, sinal fundamental dos grupos Guarani. Esta marca é exclusiva dos meninos Guarani, cabendo as meninas entoar (junto com os demais adultos) os cânticos e as rezas específicas para que o rito ocorra com sucesso.

Na festa do Kunumi pepy, que pode durar vários dias, os padrinhos cuidam dos seus escolhidos e cantam seus deveres em relação aos jovens durante a festa de perfuração labial:


Kunumi ambojegua / Eu adorno o menino

Kunumi poty ambojegua / Adorno a flor do menino

Kunumi ambojegua / Eu adorno o menino

Kunumi ku’akuaha ambojegua / Adorno o cinto do menino

Kunumi ambojegua / Eu adorno o menino

Kunumi ñe’e ambojegua / Adorno a palavra do menino

Kunumi ambojegua / Eu adorno o menino

Kunumi jeropapa ambojegua / Adorno o relato da história do menino

Kunumi ambojegua / Eu adorno o menino

Kunumi aupeguáko ore / Nós somos os que cuidam da alma dos meninos

Kunumi(a) jasuka marane’y / Somos os que cuidam da essência

Aupeguáko ore / do jeito do bom proceder dos meninos

Kunumi aupeguáko ore / Nós somos os que cuidam da alma do menino

He’i Ñengaju / Assim diz Ñengaju

Kunumi mba’ekuaa marane’y / Somos os que cuidam do saber

Aupeguáko ore / do bom proceder dos meninos

Kunumi aupeguáko ore / Somos os que cuidam da alma dos meninos

He’i Ñengaju / Assim diz Ñengaju

Kunumi(a) jeguaka marane’y / Somos os que cuidam da diadema

Aupeguáko ore / do bom proceder dos meninos

Kunumi aupeguáko ore / Somos os que cuidam da alma dos meninos

He’i Ñengaju / Assim disse Ñengaju




Neste puraheí (canto) percebe-se toda cautela que se tem na preparação do jovem em sua entrada para o mundo dos homens, que não é qualquer mundo, mas o mundo dos homens guarani. É necessário cuidar da alma, adornar a história e ensinar o bom proceder, pois, somente com a sua plenitude, tanto religiosa como de sua origem (que se confundem em seus significados) é que será possível a continuidade do reko, que será possível a construção do guarani eté.

O rito de passagem das meninas para o mundo adulto acontece durante sua primeira menstruação, quando são recolhidas a casa dos pais e recebem todo o tipo de conselho relativo ao bom proceder. Nas palavras do guarani Teodoro Alves, líder da comunidade de Ocoy/PR: "a menina já está preparada para o mundo adulto após menstruar, é sinal de que já pode casar e constituir família, mas, para constituir família, ela deve ouvir seus parentes, ouvir seus conselhos, participar da religião, somente aí é que ela será uma mulher".

Sobre a importância desta imersão cultural, alguns rezadores Kaiowá afirmam que os suicídios que vem ocorrendo nas comunidades do Mato Grosso do Sul são, em parte, devido à má formação das crianças guarani, pois estas não estão "adornadas" conforme os antigos. Em conseqüência, elas enfraquecem, entristecem e morrem.

Ainda sobre a necessidade das crianças cresceram adornadas, Pa’i Paulito, um dos rezadores Kaiowá mais respeitados e principal responsável pelas últimas festas de Kunumi pepy no Mato Grosso do Sul, profetiza "é certo: as criaturas que não são adornadas, são como aipim bichado – não servem para nada”.

Entre nove a doze anos de idade, os meninos deixam a casa de seus pais e passam a morar na ‘casa de solteiros’; recebem alimentos que suas mães e irmãs lhes enviam, mas dormem sempre nessa casa. Espera-se que andem todos juntos, que dividam tudo entre si, que sejam recatados e que evitem o contato com as mulheres. Isto se prolonga por cinco ou seis anos durante os quais os meninos são formados, desenvolvendo as qualidades que nesta sociedade são prezados como típicas de um verdadeiro homem: resistência física, agilidade, destreza e contato constante com o Sagrado. Também é nessa época que aprende a confeccionar seus instrumentos de trabalho e de caça e seus ornamentos. As técnicas de caça, agricultura e pesca, bem como atividades como a dança, o canto são também intensamente desenvolvidas nesse período.

Assim como o filho de Luís Werá apresentou-se através de sonhos; o continnum destes grupos apresentam-se nas revelações de seus rezadores mais tradicionais, como raízes que se prestam a boas sementes.


Baseado em texto de Paulo Humberto Porto Borges
publicado no Caderno CEDES 56 – UNICAMP
Por HERNE, the Hunter




26/10/2013

O Meu coração...





(Eu)


Eu perdi o meu coração no empoeirado caminho deste mundo;
Mas Tu o tomaste em Tuas mãos.
Eu buscava alegria e apenas colhi tristezas;
Mas a tristeza que me enviaste tornou-se alegria na minha vida.
Os meus desejos espalharam-se em mil pedaços;
Mas Tu os recolheste e reuniste em Teu amor.
E enquanto eu vagava de porta em porta,
Cada passo conduzia-me ao Teu portal.
O Meu coração...


Rabindranath Tagore



25/10/2013

QUEM RESPONDE?








A Revista Simples (editora abril ), numa de suas ultimas edições,
expôs uma pergunta na capa .

A resposta , sugeria que resumíssemos em três linhas, frase ou apenas numa palavra algo que para muitos, se torna irrelevante, subjetivo ou " sem sentido "...

Achei super instigante, pois, desde que o mundo é mundo, esse tema foi debatido, refletido e escrito por filósofos, religiosos, psicólogos, teólogos, ateus, celebridades, profissionais ... etc, de todas as línguas, raças e crenças .

É verdade que muitos entenderam e acharem suas respostas em tempo. Porém, muitos de nós,"paramos "diante da tão simples pergunta :

"Qual o sentido da vida ?"

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Ana Maia Nobre
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Tamandanaré e Pedra Menina Mística, A Lenda.






TAMANDANARÉ era o patriarca da tribo Puri, e vivia no litoral de nosso Estado. Certo dia recebeu as ordens de Rudá, o Deus do Amor, que haveria uma grande catástrofe ecológica cíclica. 


A ordem dizia que ele subisse as montanhas para salvar seu povo, pois esse teria a responsabilidade de povoar a terra. 

Obedecendo as ordens de Rudá, TAMAMDANARÉ abandonou o litoral foi junto com sua tribo se instalar nas montanhas da Serra do Caparaó, alojando-se na região mais elevada, donde se pode ver o mundo ou os largos horizontes dele, e observar o despontar do sol.

TAMANDANARÉ teve muitos filhos, e entre eles, uma menina linda morena, de cabelos negros como a Graúna, de rosto redondo, dentes brancos como cristais, com um sorriso encantava a todos.



(Rudá, o Deus do Amor)

A tribo estava crescendo. Todos respeitavam a natureza e suas forças místicas, assim como suas divindades.

RUDÁ, o deus do amor, era a divindade mais cultuada cuja missão era manter o amor nos corações dos homens, fazê-los sempre voltar para a tribo, depois de suas longas e repetidas peregrinações, despertar a saudade de seu povo.

Os elementos da natureza também eram considerados divinos.

Ibi, a Terra;
Ybyty, o Ar, o Vento;
Tátá, o Fogo;
Ig, a Água.


O deus RUDÁ tinha também a seu serviço uma Guerreira fiel, a Cobra de Fogo (Boitatá). Um ser metade mulher, metade serpente, que assumia a forma de cobra para andar pelas matas sempre zelando pela natureza devorando ou transformando em “árvores andantes" (espíritos que ficam vagando). .





(Cobra de Fogo ou Boitatá - Metade Guerreira e a outra metade Cobra)



A Tribo possuía um Xamã, SUMÉ, que lhes ensinara a harmonia entre os índios e a natureza, e a cultivar mandioca. Conta a lenda que Sumé após ter passado todos os ensinamentos para o povo Purí desapareceu. Dizem que ele retornou mais tarde para o litoral e desapareceu, indo para além mar, e que por onde ele passou deixou impressa, nas rochas mais duras, a planta de seus pés sagrados, para que se algum índio se encontrasse perdido no caminho, era só seguir seus passos.



(Sumé, o Xamã)


Conta a Lenda que certa feita homens estranhos (Brancos) apareceram na Serra, próximo a aldeia. E estes queriam fazer dos índios seus escravos. Tamandanaré pediu a Rudá que os auxiliasse, pois não possuía armas para defender seu povo.

RUDÁ com seu poder divino, usando de meios naturais para servir de exemplo, quando os invasores tentaram penetrar na aldeia, não conseguiram, pois a mesma estava cercada por trincheiras de paus tortos para vedar a passagem (Caparaó) e por traçados de cordas (Samambaia). Com a derrota dos descontentes, tudo voltou à normalidade.

Um dia, em um dos pontos mais altos da serra, apareceu um objeto brilhante, semelhante a um disco, vibrando sons encantadores, deixando a comunidade em êxtase. Abriram-se as comportas do estranho objeto, descendo figuras vultosas deixando toda a tribo impressionada, e estes seres procuraram estabelecer contato com Tamadanaré, que os acolheu e os recebeu em sua Oca.

Os visitantes ficaram impressionados com a beleza das mulheres, principalmente a menina de cabelos longos e negros, a filha mais nova de Tamandanaré, um deles tentava seduzi-la.



(pedido da Menina)


Opondo-se ao assédio, para não quebrar seu juramento de fidelidade a Rudá, já que prometeu manter sua virgindade em devoção ao deus, se embrenhou pelas matas, sendo perseguida por um dos visitantes, e ela já sem forças, pediu a RUDÁ, sua proteção, e que não fosse tomada de presa, fosse transformada em pedra para manter-se fiel ao seu juramento.




(Pedra Menina Mística)


RUDÁ, atendendo ao pedido, transformou-a na "PEDRA MENINA".


Os perseguidores da menina, tendo ferido a hospitalidade, foram abandonados por seus companheiros em terra e se perderam nas matas. Como castigo, foram devorados pela Cobra de Fogo que os transformou em ÁRVORES ANDANTES, continuando a vagar pelas matas assombrando os caçadores.




(A Ira de Boitatá)



Fonte:Arquivo pessoal de Hudson Giovanni
XamãTursimo© 2010 Todos os direitos reservados


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A DANÇA DO SOL








As tribos nômades das grandes planícies da América do Norte tem uma sociedade menos complexa que a dos agricultores e edificadores do Mississipi, cuja civilização era, aparentemente, influenciada pelas culturas da América Central, embora prestassem atenção as estações e ciclos naturais.

Poucas tribos, como a Skidi Pawnee, apesar de manter tradições elaboradas relacionadas às estrelas e cerimônias temporais de acordo com o movimento sazonal das constelações, parecem ter se interessado menos pelos solstícios.

A maior parte das tribos, do Texas ao Canadá, do Mississipi às Montanhas Rochosas, particularmente a Nação Sioux, participam de uma cerimônia comum - a DANÇA DO SOL, tradicionalmente comemorada no período da lua cheia mais próxima do solstício de verão.

Nesta ocasião, as pessoas acampam em círculos ao redor de uma árvore de algodão - a coluna do Sol - e constróem um pavilhão circular, o Pavilhão da Dança do Sol, com 28 colunas.

A coluna central representa WAKAN-TANKA, o centro de todas as coisas. A entrada é orientada para o leste, na direção do nascer do Sol no equinócio.

A cerimônia completa demora dezesseis dias: oito de preparação, quatro de realização e quatro de abstinência. Trata-se de um período de renovação, cura, purificação e oração.

O propósito que têm ao realizar a Dança do Sol é a renovação de seu povo e de seu mundo. O período em que se realiza o rito, na metade do verão, quando o Sol está mais alto no céu e os dias são mais longos, é muito importante.

Thomas Mails, pastor luterano, que escreveu muito sobre as tradições espirituais dos nativos norte-americanos, descreve o ponto alto dessa cerimônia:





"Quando a Dança do Sol é realizada corretamente, no último dia e algumas vezes por outros dias, cada um daqueles homens é perfurado por dois espetos de madeira (algumas vezes, garras de águia) colocados sob a pele do tórax. Então, estes espetos são presos a uma corda resistente e a outra ponta desta corta é amarrada na Coluna do Sol. Os homens, em um círculo em volta da Coluna do Sol, vão para frente quatro vezes, rezando e tocando a coluna, e depois jogam-se para trás com força, até que os espetos se quebrem ou saiam da pele. Um método alternativo é colocar dois espetos sob a pele da parte superior da omoplata. Estes espetos são, então, amarrados às cabeças de grandes búfalos por tiras de couro. Os animais são arrastados ao redor do círculo até que o peso deles solte ou quebre os espetos."



É difícil para nós entendermos a importância cerimonial da dor e do auto-sacrifício no contexto dessas culturas nativas. Europeus e norte-americanos tendem a negar ou evitar o sofrimento e a morte a todo custo. No entanto, para os índios, estes são fatores essenciais da roda da vida. Não hás vida sem sacrifício, dor e morte.

A Dança do Sol é uma oportunidade de agradecimento e renovação, e o sacrifício da carne reafirma este profundo comprometimento.

Os indios Witchita, do Kansas, construíam suas vilas ao redor do Círculo do Conselho, que consistia de uma colina central rodeada por uma vala em forma elíptica.

O arqueólogo Waldo Wedel, do Instituto Smithsonian, investigou três desses círculos localizados em Rice County, em 1967, e descobriu que são equivalentes: estão distantes um do outro cerca de 1,5 km e os traçados de ligação de um ao outro estão alinhados com o nascer do sol no solstício de verão e com o pôr-do-sol no solstício de inverno.

Wedel notou, também, que um dos círculos, chamado Hayes, tem o eixo maior voltado para a direção do nascer do sol no solstício de verão. O eixo do outro círculo, chamado Tobias, foi posicionado na direção do pôr-do-sol no solstício de verão.

Mais distante, na direção oeste, ao longo da face oriental das cadeias rochosass, estendendo-se do norte do Colorado ao Canadá, localizam-se o restante de 50 círculos de pedras, conhecidos como Roda de Cura. Cada um deles é composto por pequenas rochas e está centralizado em uma pilha de rochas. A maior parte das rodas são radiadas, e, em muitos casos, os raios são orientados de acordo com posicionamentos astronômicos.

O círcuclo mais bem estudado até agora foi o Bighorn Medicine, localizado na montanha Medicine, perto de Sheridan, em Wyoming, que incorpora o nascente e o poente no solstício de verão e também dois alinhamentos estrelares.

O círculo Fort Smith Medicine localiza-se na Reserva Crow Indian, ao sul de Montana, cujo raio mais longo aponta na direçao do nascer do sol no solstício de verão. Já a roda chamada Moose Mountain Medicine, localizada em Saskatchewan, assinala o mesmo evento celestial que a roda Bighorn.

Aroda Bighorn Medicine tem 28 raios, o mesmo número de colunas do tradicional pavilhão da Dança do Sol.





É difícil precisar a data da construção dessas rodas de cura, bem como quem foram seus construtores ou para que eram usadas. No entanto, parece que estão relacionadas aos rito sazonais como a Dança do Sol, na qual se reuniam tribos de diferentes lugares para vários dias de celebração, cerimônias e orações dirigidas ao Sol e aos Espíritos.


Baseado no texto de Richard Heinberg



Preciso dizer o que sinto








Minhas crises cotidianas… Crises inesperadas: Situações inesperadas podem acontecer, claro, ainda que muitas delas possam ser evitadas com um pequeno exercício de previsão, mas isso é outra história.

Muitas vezes, uma crise se instala em nossa vida de repente, provocada por forças que não podemos controlar.

Que atire a primeira pedra quem nunca viveu uma crise financeira, profissional, de saúde, ou mesmo emocional.

E levante a mão aquele que não se revoltou enquanto vivia a crise, e que não sentiu que ficou melhor que antes, depois que ela passou.

A crise exige tudo de nós, libera as forças que estavam adormecidas e nos aprimora imensamente.

Uma crise pode tornar a pessoa melhor, acredite. Aliás, saiba que ninguém será julgado pelas crises que teve – pois elas são inesperadas –, e sim por como você reagiu a elas.


Ocupa-te do reino do coração e o resto te chegará






O conselho definitivo de Claudio Naranjo

O que seria “ocupar-se do reino do coração“ É uma expressão espiritualmente profunda e deve ser vista com bons olhos e grandes aspirações por muita gente, mas realmente o que significa? 


Se eu quiser sair desta tela agora e ir “me ocupar do reino do coração”, o que eu faria? Como me comportaria, o que sentiria? Há algo que eu deva fazer?

A pergunta do jornalista Victor Manuel Amela, do jornal espanhol La Vanguardia, foi a última de uma entrevista concedida em janeiro de 2012 pelo médico psiquiatra chileno e fundador do SAT Claudio Naranjo ao jornal de Barcelona, em estilo curto, quase pingue-pongue: “Um conselho definitivo”? Ao que Naranjo respondeu:“Ocupa-te do reino do coração e o resto te chegará por consequência”.

Claudio Naranjo deu uma pista na entrevista, ao responder sobre a saída para a educação.


“Integrar intelecto, amor e instinto, nossos três cérebros. Abraçar os três de verdade: neste momento, o intelecto eclipsou o amor e demonizou o instinto”.


Não tenho intenção de dar uma definição precisa e conclusiva a respeito, apenas de suscitar a percepção de algo que seja verdadeiramente ocupar-se do reino do coração.

E talvez com isso desconfundir, deixar de perceber isso como uma coisa que não é – um tipo de bondade, uma felicidade auto-imposta, um conceito de amar – e ocupar-se mais de fato do que é. Nesse sentido, é muito útil uma frase citada pelo poeta Ralph Waldo Emerson:

“Não procure fora de você” (do latim “Ne te quaesiveris extra”).

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Abaixo, uma parte traduzida da entrevista:

Você chegou a conhecer perfeitamente a si mesmo?

No centro da cebola, se vais tirando cascas e mais cascas, não há semente, não há nada!

O que significa isso?

Que a única coisa que existe são os outros. Antes eu me isolava em minha torre de marfim, mas hoje vejo os problemas do mundo…

Quais são?

Todos derivam de uma estrutura patriarcal profunda, de modo que todos se diluiriam se educássemos as crianças de outra maneira.

Como, exatamente?
Integrando intelecto, corpo, emoções e espírito, para sermos mais amorosos, mais livres: mais sábios. Mas para isso é fundamental primeiro que eduquemos os educadores.

Temos uma educação não-amorosa?

Intelectual demais, institucional, individualista, patriarcal e pouco humanística. Nossa sociedade segue sendo machista e depredadora. Já dizia Cícero: “Cada senador é sábio, mas o Senado é um idiota”.

Solução?

Integrar intelecto, amor e instinto, nossos três cérebros. Abraçar os três de verdade: neste momento, o intelecto eclipsou o amor e demonizou o instinto.

Devo deixar-me levar por meu instinto?

Se ele te arrasta, não és livre; trata de te aliar ao teu instinto.

Que paixão domina o mundo hoje?

A vaidade. Se expressa na pulsão pelo sucesso econômico, pela supremacia tecnológica, pela confusão entre valor e preço…

Para onde caminha o mundo?

Muitos são os chamados…, mas muitos também são os surdos. Há um pulsão de transformação certa, mas para por acender a luz e ver em tua própria escuridão.

E seu chegar a acendê-la, o que verei?

Saberá tudo que está pulsando, que tudo vibra… Se buscas o eu, acabarás esbarrando com a ausência do eu; o transformador é sentir o ser. Se isso acontece, terás dias piores ou melhores, mas recordarás o sabor do ser.

Um conselho definitivo?


Ocupa-te do reino do coração e o resto te chegará por consequência.

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[Claudio Naranjo em entrevista ao jornal espanhol La Vanguardia, publicada em 17 de janeiro de 2012: “Ocúpate del reino del corazón, y lo demás te llegará“]
Fonte: Entrevista completa site La Vanguardia

24/10/2013

Declaração de Intenções








Estou aqui para amar a mim mesma
Estou aqui para restabelecer uma relação de delicadeza e gentileza comigo mesma
Como eu faço isso por mim mesma, eu faço isso para os outros.

Estou aqui para redescobrir que nasci livre de culpa
Eu sou digna e completa
Como eu vejo isso em mim, eu vejo isso nos outros.

Estou disposta a abrir mão de quem eu pensei que eu deveria ser
Estou disposta a entrar na aventura de quem eu realmente sou.

Estou disposta a acender as lanternas de amor próprio
Para que eu possa ver minha beleza interior, a minha inocência original
e presentes originais
Como eu descubro isso em mim, eu descobri-los em todos os outros.

Estou aqui para saber a verdade
Eu sou uma filha do Amor Divino, nascida à imagem e semelhança de meu Criador
Ao ver meu o Divino em mim, eu vejo o Divino em todos os outros.


* Arte de Boris Indrikov

MULHERES PÁSSAROS







Era uma vez,
Quando as mulheres eram pássaros,
Houve o simples entendimento
Que ao cantar ao amanhecer
E cantar ao entardecer
Era para curar o mundo através da alegria.
As aves ainda se lembra o que esquecemos,
Que o mundo é para ser comemorado.


- Terry Tempest Williams, quando as mulheres foram Birds
Arte por Ed Org




Once upon a time,
When women were birds,
There was the simple understanding
That to sing at dawn
And to sing at dusk
Was to heal the world through joy.
The birds still remember what we have forgotten,
That the world is meant to be celebrated.


- Terry Tempest Williams, When Women Were Birds
Art by Ed Org


ASSISTAM!!!!








Como seria, para você, o mundo se você soubesse que você faz parte de uma experiência cientifica? Da sua própria experiência!

Somos nós os responsáveis por modificar o nosso mundo.

Temos o poder de transformar este mundo em um lugar melhor e com isso oferecer algo melhor aos outros.
Mas, o que fazemos?

Por favor, abra seus olhos, acorde deste sono profundo em que você esta.

Aquele(a) (s) que a tanto tempo esperamos que apareça, somos nós mesmos.

Mudem o mundo a partir de si mesmo(a).

Deixe a ilusão de achar que tudo que esta acontecendo é culpa de alguém.
Não existe julgamentos a se fazer, apenas deixe o AMOR fluir em seu coração.

Reflita...!


ASSISTA, E ENTENDA!!!!
https://www.youtube.com/watch?v=NZIVRq-oNN4#t=181