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25/10/2013
A DANÇA DO SOL
As tribos nômades das grandes planícies da América do Norte tem uma sociedade menos complexa que a dos agricultores e edificadores do Mississipi, cuja civilização era, aparentemente, influenciada pelas culturas da América Central, embora prestassem atenção as estações e ciclos naturais.
Poucas tribos, como a Skidi Pawnee, apesar de manter tradições elaboradas relacionadas às estrelas e cerimônias temporais de acordo com o movimento sazonal das constelações, parecem ter se interessado menos pelos solstícios.
A maior parte das tribos, do Texas ao Canadá, do Mississipi às Montanhas Rochosas, particularmente a Nação Sioux, participam de uma cerimônia comum - a DANÇA DO SOL, tradicionalmente comemorada no período da lua cheia mais próxima do solstício de verão.
Nesta ocasião, as pessoas acampam em círculos ao redor de uma árvore de algodão - a coluna do Sol - e constróem um pavilhão circular, o Pavilhão da Dança do Sol, com 28 colunas.
A coluna central representa WAKAN-TANKA, o centro de todas as coisas. A entrada é orientada para o leste, na direção do nascer do Sol no equinócio.
A cerimônia completa demora dezesseis dias: oito de preparação, quatro de realização e quatro de abstinência. Trata-se de um período de renovação, cura, purificação e oração.
O propósito que têm ao realizar a Dança do Sol é a renovação de seu povo e de seu mundo. O período em que se realiza o rito, na metade do verão, quando o Sol está mais alto no céu e os dias são mais longos, é muito importante.
Thomas Mails, pastor luterano, que escreveu muito sobre as tradições espirituais dos nativos norte-americanos, descreve o ponto alto dessa cerimônia:
"Quando a Dança do Sol é realizada corretamente, no último dia e algumas vezes por outros dias, cada um daqueles homens é perfurado por dois espetos de madeira (algumas vezes, garras de águia) colocados sob a pele do tórax. Então, estes espetos são presos a uma corda resistente e a outra ponta desta corta é amarrada na Coluna do Sol. Os homens, em um círculo em volta da Coluna do Sol, vão para frente quatro vezes, rezando e tocando a coluna, e depois jogam-se para trás com força, até que os espetos se quebrem ou saiam da pele. Um método alternativo é colocar dois espetos sob a pele da parte superior da omoplata. Estes espetos são, então, amarrados às cabeças de grandes búfalos por tiras de couro. Os animais são arrastados ao redor do círculo até que o peso deles solte ou quebre os espetos."
É difícil para nós entendermos a importância cerimonial da dor e do auto-sacrifício no contexto dessas culturas nativas. Europeus e norte-americanos tendem a negar ou evitar o sofrimento e a morte a todo custo. No entanto, para os índios, estes são fatores essenciais da roda da vida. Não hás vida sem sacrifício, dor e morte.
A Dança do Sol é uma oportunidade de agradecimento e renovação, e o sacrifício da carne reafirma este profundo comprometimento.
Os indios Witchita, do Kansas, construíam suas vilas ao redor do Círculo do Conselho, que consistia de uma colina central rodeada por uma vala em forma elíptica.
O arqueólogo Waldo Wedel, do Instituto Smithsonian, investigou três desses círculos localizados em Rice County, em 1967, e descobriu que são equivalentes: estão distantes um do outro cerca de 1,5 km e os traçados de ligação de um ao outro estão alinhados com o nascer do sol no solstício de verão e com o pôr-do-sol no solstício de inverno.
Wedel notou, também, que um dos círculos, chamado Hayes, tem o eixo maior voltado para a direção do nascer do sol no solstício de verão. O eixo do outro círculo, chamado Tobias, foi posicionado na direção do pôr-do-sol no solstício de verão.
Mais distante, na direção oeste, ao longo da face oriental das cadeias rochosass, estendendo-se do norte do Colorado ao Canadá, localizam-se o restante de 50 círculos de pedras, conhecidos como Roda de Cura. Cada um deles é composto por pequenas rochas e está centralizado em uma pilha de rochas. A maior parte das rodas são radiadas, e, em muitos casos, os raios são orientados de acordo com posicionamentos astronômicos.
O círcuclo mais bem estudado até agora foi o Bighorn Medicine, localizado na montanha Medicine, perto de Sheridan, em Wyoming, que incorpora o nascente e o poente no solstício de verão e também dois alinhamentos estrelares.
O círculo Fort Smith Medicine localiza-se na Reserva Crow Indian, ao sul de Montana, cujo raio mais longo aponta na direçao do nascer do sol no solstício de verão. Já a roda chamada Moose Mountain Medicine, localizada em Saskatchewan, assinala o mesmo evento celestial que a roda Bighorn.
Aroda Bighorn Medicine tem 28 raios, o mesmo número de colunas do tradicional pavilhão da Dança do Sol.
É difícil precisar a data da construção dessas rodas de cura, bem como quem foram seus construtores ou para que eram usadas. No entanto, parece que estão relacionadas aos rito sazonais como a Dança do Sol, na qual se reuniam tribos de diferentes lugares para vários dias de celebração, cerimônias e orações dirigidas ao Sol e aos Espíritos.
Baseado no texto de Richard Heinberg
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