Oxóssi foi gerado por Olorun na sua matriz geradora da fartura e, como ele não ficou muito tempo dentro dela, sua aparência é a de um jovem ágil e expedito, tanto no raciocínio quanto nos movimentos.
Ele, por gerar os fatores supridor e fornecedor, entre muitos outros, ainda na morada interior de Olorun, sempre supria as realidades dos demais Orixás com o que nelas faltava.
É ágil e expedito, pois vagareza e acomodação não o agradam nem um pouco.
Oxalá, sabendo como ele era, nomeou-o Orixá responsável pela identificação e exploração das novas realidades que eram geradas por Olorun, que não pára de gerá-las.
Oxóssi é um genuíno “batedor”, aquele que vai na frente fazendo o levantamento de todo campo a ser atravessado e apontando o melhor caminho, os perigos possíveis, etc.
Por ser ágil e expedito, conquistou rapidamente a simpatia de todos os outros Orixás, especialmente a de Yemanjá, que vivia (e ainda vive) recorrendo a ele para quase tudo o que precisa em sua realidade.
Tanto isso é verdade, que ele é o único Orixá que pode entrar a hora que quiser na realidade regida por ela e nunca sai molhado, pois aprendeu com ela como entrar nas águas sem se molhar e como caminhar dentro delas sem afundar.
Dentro das águas todos nadam, enquanto Oxóssi anda!
Inclusive, segundo o mais bem informado dos Orixás, Exu, Oxóssi leva para Yemanjá uma planta aquática toda vez que entra em sua realidade, deixando-a cada vez mais verdejante.
Mas, isso ele faz sempre que entra em alguma realidade e, segundo Exu, o hábito dos humanos de presentearem a quem visitam foi herdado de Oxóssi, que jamais chegou diante de uma mãe Orixá sem uma flor, um fruto ou uma planta ornamental.
Também revelou esse informadíssimo Orixá que existem algumas realidades vegetais que, de tão densas, só mesmo Oxóssi não se perde dentro delas, pois é dotado de um sentido de direção ímpar, e jamais se perde, tanto em vegetações ralas quanto em matas fechadíssimas.
Inclusive, e aí creia quem quiser, ele revelou-nos que Oxóssi recolhe-se no centro das matas virgens porque, no âmago gerador delas vivem as Ninfas dos vegetais, que são mais belas que as mais belas flores, e que se abrem, ou melhor, abrem os braços esfuziantes quando ele as visita, envolvem-no com seus encantos e só o soltam quando ele conta para elas como tudo está indo e o que há de novo na morada exterior de Olorun.
Não sabemos se essa informação procede ou não, pois ninguém consegue acompanhar ou seguir os rastros de Oxóssi, de tão ágil que ele é em seus deslocamentos.
Mas, que há alguma coisa que o agrada no meio das “matas virgens”, disso ninguém duvida.
Pai Rubens Saraceni.
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