O Cristo não se recusava àquele que se dirigisse a ele, quem quer que fosse; não era repelido, fosse a mulher adúltera ou o criminoso, eram socorridos por ele; não temia jamais que a sua própria consideração viesse a sofrer com isso. Quando o tomareis como modelo de todas as vossas ações?
Se a caridade reinasse na Terra, o mau não teria mais predominância; fugiria envergonhado, se esconderia, porque se encontraria deslocado por toda parte. Então o mal desapareceria, ficai bem compenetrados disto.
O egoísmo é o objetivo para o qual todos devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem; digo coragem porque é preciso mais coragem para vencer a si mesmo do que para vencer os outros.
Sede caridosos para com todos indistintamente; esforçai-vos por não mais notar aqueles que vos olham com desdém, e deixai a Deus o cuidado de toda a justiça, porque cada dia, em seu reino, ele separa o joio do trigo.
O egoísmo é a negação da caridade; ora, sem a caridade não
haverá tranquilidade na sociedade; digo mais, nem segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, haverá sempre um caminho para o mais sagaz, uma luta de interesses, onde são pisoteadas as mais santas afeições, onde os laços sagrados da família não são mesmo respeitados.
Que cada um, portanto, coloque todos os seus cuidados para combatê-lo em si, porque esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias deste mundo. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.
(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XI)
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