.OKEY CABOCLO!
23/05/2019
[AMOR]
"O amor desbasta o ego.
Enxuga excessos.
Delata as mínguas.
Transforma as mágoas.
Destrona arrogâncias e idealizações.
Desmancha certezas e tece oportunidades.
Bagunça a autoimagem todinha, piedade zero, culpa nenhuma.
O amor percorre territórios devastados da alma com a calma necessária para reflorestar um a um.
Dissolve neblinas.
Revela o sol.
Destece máscaras.
Reinaugura a humildade.
Faz ventar.
Faz chorar.
Faz sorrir.
Faz tempestade um monte de vezes pra dizer também céu azul um monte de vezes depois.
O amor nos ensina a simplificar perdões porque nos humaniza e nos lembra o quanto precisamos ser igualmente perdoados por tanta coisa, tanta gente, a começar por nós mesmos.
Ele dispensa julgamentos porque abraça virtudes e limitações.
Ele nos aproxima do nosso tamanho e nos recorda quem somos.
O amor nos revista, inteiros, pra retirar relógios, calculadoras, roteiros, estratégias, controles, defesas; não raro, escondidíssimos.
Diz nas sutilezas.
Diz preciosidades que, mesmo às vezes bem baixinho, conseguimos ouvir e reconhecer, por mais cético e assustado que tenha se tornado o nosso coração.
O amor nos molda a cada movimento também para a liberdade de acolher o imprevisível, o inimaginável, o inevitável, o aprazível.
Para querer ser e querer sinceramente que os outros também sejam.
Ele nos torna mais sensíveis à alegria e à dor de toda gente, inclusive, principalmente, às nossas.
Faz com que a gente se sinta parte da família humana.
Conta que aquilo que procuramos, amiúde, num mundaréu de lugares, esteve o tempo todo, primeiro disponível, onde raramente buscamos.
Reinventa-nos para nos tornar mais parecidos com nós mesmos, o máximo possível a cada instante.
Dia após dia da nossa prática.
Além do medo está a Vida.
Com propósito e também com carinho.
Devagarinho..."
Ana Jácomo
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