- "AS ENTIDADES VIRARÃO FAZENDO A VIDA IR PARA TRÁS".
"Estou em desenvolvimento de minha mediunidade só que tive um contra tempo no Centro onde ia e tive que mudar, passando a frequentar um centro Kardecista.
Só que o dirigente me mandou recado falando que não posso parar de desenvolver na "Umbanda", pois as entidades virarão contra mim fazendo minha vida ir para trás.
Penso que elas são espíritos de luz que veem nos fazer o bem. Estou com medo, peço uma orientação sensata a respeito."
Agradeço a ajuda dos irmãos.
MENSAGEM RECEBIDA IN BOX por Pérolas de Ramatís
A explicação sobre os Orixás que mais aceito, porque corresponde melhor à minha compreensão sobre Eles, é a que me foi transmitida pelo meu saudoso Pai, Rubens Saraceni. Explicação acessível para qualquer um, através de vasta obra, em livros, deixada por ele.
Contudo, trouxe dois textos de irmãos de outros seguimentos da Umbanda, que considerei bons e também desmistificadores, e mais ainda, para quebrar mais um tabu que corre às larga entre os umbandistas: a birra do orgulho que diz; " se não for do 'meu' seguimento( leia Casa, Terreiro, etc..) não serve".
Tenho observado a grande variedade de blogs, sites, comunidades, grupos e páginas em Rede Sociais dedicados à Umbanda, porém a maioria só dá espaço para a
(re-)publicação de textos dos seguimentos aos quais pertencem suas próprias Casas.
E esse desprezo vai além, as pessoas nem admitem que um texto é bom e que as idéias nele contida expressam verdades, se eles foram escritos por seguimentos "rivais".
Em meu pequeno, mas real entendimento, isso é de uma ignorância sem par.
Eu ia usar o termo infantilidade, mas percebi ele que não cabia ao propósito, principalmente, considerando o período em que as Crianças da Lei de Umbanda se manifestam com maior intensidade em nossa vidas com suas sabedorias.
Criança é sábia, ignorante é a maioria dos adultos.
Essa desvalorização do outro não passa de medo de perder prestígio (!!???). E, como disse o, também, saudoso, Xico Xavier:
"Ninguém precisa apagar a luz do vizinho para iluminar a própria casa?"
A maioria dos umbandistas, ainda, precisa, urgentemente, e muito, de estudos sérios! Não estamos mais em época de preguiça mental e letargia intelectual.
Nem sempre são chifres que colocam na sua cabeça!
Existe um ditado popular que diz o seguinte: "Chifre é uma coisa que colocam na sua cabeça", essa frase tem um sentido dúbio, ou seja, por um lado deseja acalmar o possível corno, indicando que as suas desconfianças são infundadas, por outro lado, pretende lembrar que se alguém o é, foi porque a pessoa amada lhe traiu.
Piada a parte, em qualquer religião encontramos diversas coisas que são colocadas nas cabeças dos adeptos e que é aceito por eles sem ao menos se questionar a sua validade, se é certo ou errado etc.
No movimento umbandista, não é diferente, encontramos um grande número de chifres, travestidos de ensinamentos, orientações, doutrinas, ritos, liturgias etc., que são colocados nas nossas cabeças e nós aceitamos passivamente sem pensar ou refletir sobre o assunto.
Dogmas(1) de Fé, (...), facilmente encontramos no movimento umbandista diversos assuntos que são tratados de forma dogmática(2) e passado para os filhos-de-santo como verdades inquestionáveis(3).
Muitas vezes esses dogmas ou assuntos inquestionáveis, são histórias oriundas(4) em um passado distante e perpetuadas pela tradição oral(5). Outras vezes são assuntos nascidos por conta de superstições(6) que de tanto serem repetidos acabam se transformando em [ como se fosse] verdades e aceitos por muitos filhos-de-fé.
Por outro lado, existem as coisas impostas através da autoridade de quem as transmitem, geralmente os dirigentes de terreiros (Pais/Mães de Santo), estejam ou não incorporadas com suas entidades espirituais.
Podemos, é claro, aceitar determinadas coisas por um certo tempo, até que tenhamos as condições de questioná-las, ou seja até reunirmos conhecimento e/ou experiência suficiente para realizarmos uma análise, uma crítica pessoal, avaliarmos e decidirmos se devemos ou não aceitar e adotar o que estão nos orientando, aconselhando, ensinando ou impondo.
A Fé cega aceita tudo sem pensar. A Fé racional é aquela que possibilita aceitarmos aquilo que nós conseguimos entender, pesar e definir a real importância para nossas vidas materiais e espirituais.
Isso não significa dizer que devemos agir como Tomé, ver para crer, mas sim que analisemos tudo e somente aceitemos o que a nossa evolução espiritual, nesse momento permite adotarmos como verdades.
Eu digo nesse momento, pois se falamos em evolução, estamos falando de algo que não é estático (parado), mas de um processo dinâmico, que se modifica, quando alteramos ou sofremos uma alteração na nossa realidade, quando aprendemos coisas novas, adquirimos novas experiências etc., logo temos uma opinião sobre algum assunto hoje, e podemos em seguida, diante de uma nova visão ou devido a determinadas circunstâncias alheias a nossa vontade, mudarmos totalmente de idéia a respeito.
A Umbanda deseja que todos os filhos-de-fé, se equilibrem no chão com os seus próprios pés, andem com suas pernas, pensem e raciocinem por si mesmos e sejam todos senhores de suas evoluções espirituais.
Pais/Mães-de-Santos, são apenas facilitadores para que alcançemos esta condição. Acontece que deixamos ser confundidos e permitimos que eles nos façam totalmente dependentes deles.
Quando eles não são sérios, íntegros e conscientes dos seus papéis de facilitadores e das suas funções de dirigentes, se aproveitam da situação e perpetuam essa dependência indefinidamente, não nos libertando nunca.
Somos então aprisionados psíquica, emocional e psicologicamente.
Aceitamos todas as "verdades" que nos impõem, deixamos de viver nossas vidas para incorporarmos a vida dos outros, respondemos as necessidades alheias antes das nossas e do nossos ente queridos, passamos espiritualmente e até materialmente a comer, a beber e a respirar das migalhas que nos ofertam, migalhas, pois nunca será uma porção suficiente que permita o nosso desenvolvimento para alcançarmos a nossa independência espiritual, que já tinhamos e que acreditamos não ter mais, a não ser por via deles (Pais/Mães-de-Santo).
Muitos filhos-de-fé se tornam fanáticos, muitos se obsidiam, muitos se perdem, outros tantos se viciam e finalmente poucos conseguem manter a sua integridade para, na decepção, conseguirem se levantar novamente. Isso é o ponto máximo que chegamos quando realizamos o caminho de deixarem ser colocados chifres em nossas cabeças e nos abrimos para uma total depedência em nossas vidas.
Descobrimos tarde de mais, que nem sempre são chifres que colocam em nossas cabeças.
Começarei a postar no blog, uma sequência de artigos ou de pequenos textos intitulados "Tirem esse chifre que colocaram na sua cabeça" e que tratarão de temas que muitos aceitam como "verdades" e que na verdade é preciso olhar de outra forma para concluir se realmente é isso mesmo.
Listaremos algumas dessas preciosidades que muitos irmãos aceitam como verdades inquestionáveis:
(...)
- As histórias dos Orixás são verdadeiras.
- Médium bom é inconsciente.
- Quando a entidade bebe incorporada, o efeito do álcool é levado por ela ao despertar o seu médium.
- É possível se "cortar" ou "afastar" a mediunidade de alguém.
- Orixá castiga e abandona (vira as costas) para os seus filhos.
- Os Orixás brigam entre si ou tem desavenças uns com os outros.
- Se você pode dar ouro ao seu Orixá, não dê prata ou cobre.
- É possível se "prender" ou "amarrar" o anjo de guarda de alguém.
- Todo caboclo foi índio, todo preto-velho foi escravo, toda pomba-gira foi prostituta ou teve vida similar etc.
- Exú é um demônio e seu chefe é o Maioral.
- Orixá come e bebe.
- Quanto mais o médium estrebuchar para incorporar, melhor será a sua incorporação.
(...)
___________________
Glossário:
(1) Dogmas - ponto fundamental de uma doutrina religiosa, apresentado como certo e indiscutível, cuja verdade se espera que as pessoas aceitem sem questionar.
(2) dogmática - exposição intelectual e sistemática dos dogmas e/ou doutrinas religiosas de modo a formar um conjunto coerente.
(3) inquestionáveis - que não se pode questionar, duvidar e criticar.
(4) oriundas - originadas, que teve origem de algum lugar.
(5) tradição oral - comunicação oral de fatos, lendas, ritos, usos, costumes etc. de geração para geração.
(6) superstições - crenças ou noções sem base na razão ou no conhecimento, que leva a criar falsas obrigações, a temer coisas inofensivas, a depositar confiança em coisas absurdas, sem nenhuma relação racional entre os fatos e as supostas causas a eles associadas; crendice, misticismo.
PAI CAIO DE OMULU
umbandasemmisterio.blogspot.com
O CASTIGO DOS ORIXÁS
Muitos terreiros, umbandistas, costumam trabalhar com o medo do médium, muito se fala sobre o castigo que você terá se abandonar a casa, outros nomes são por demais utilizados como peia, cobrança, castigo, porrete, sacudida e mais uma série de conotações que simbolizam a fúria do Orixá perante o filho.
Para começo de assunto, isso é um culto ao antropomorfismo, isso é cultuado desde tempos remotos, o fenômeno antropomorfista se dá ao fato de atrelar sentimentos, qualidades terrenas a Deuses, como ocorria com os Deuses do Olimpo ou até mesmo com os Deuses do Egito, onde era obrigatória a oferenda para os mesmos para que eles não punissem o povo com a fome, com a seca, entre outros meios que poderiam prejudicar a ascensão do Povo egípcio.
Bom, o antropomorfismo é cultuado até os dias de hoje; Um tema muito polêmico entre o panteão Umbandista é a “Quizila” entre Ogum e Xangô, de acordo com a mitologia, a lenda umbandista, Xangô roubou as mulheres de Ogum.
Muitas das lendas são crendices populares e vale salientar que sua veracidade é questionável, há também o fato das lendas terem sido criadas para explanar de uma forma mais inteligível, o poder dos Orixás, sua ligação com o meio, como ocorria em alguns teatros no Antigo Egito, que era para instruir o povo, de uma forma mais didática, sobre o poder dos Deuses e outras características.
É claro, que dentro disso, os Grandes Sacerdotes de Mistérios sabiam que essa fúria dos Deuses, nada mais era que um meio didático de instruir certas características energéticas ao povo, é muito mais fácil ilustrarmos uma idéia de um modo mais compreensível a nós terrícolas através de teatros e formas que podemos conceber, a explicar de forma Cósmica a pessoas que ainda estão presas em um orbe mais atrasado, mas sem fugir do escopo, prosseguiremos com o assunto.
Só gostaria de fazer uma ressalva, que além do fato de eu não ser adepto ao antropomorfismo, sou totalmente contra a teoria que os Orixás já encarnaram na Terra e se encantaram, como diz a lenda do Candomblé, não consigo conceber que vibrações tão sutis já estiveram presentes em um orbe tão atrasado como o nosso. Enfim…
Uma quizila muito conhecida no panteão Umbandista, é claro, na Umbanda de hoje, porque Obaluaie apareceu na Umbanda após a mistura criada por nós humanos, o famoso Ombandomblé ou Umbanda traçada, como chamada por muitos, que infelizmente herdou toda essa característica do Candomblé, mas vamos adiante:
Obaluaie tem quizila com Xangô, muitos coíbem filhos de Xangô irem a cemitérios e filhos de Obaluaie tomarem banho nas cachoeiras por provocar a fúria do Orixá. Há também uma lenda que especifica que filhos de Xangô são abandonados no momento de sua morte, por Xangô temer a morte. Mas sejamos racionais, caros leitores, vamos tentar compreender dentro de um ponto de vista mais lógico, não vamos personificar os Orixás, vamos considerá-Los vibração.
Xangô carrega a vibração da Justiça Cármica, a Vida, Obaluaie carrega a vibração da Morte, a Transmutação, a morte de antigas atitudes ao nascimento de novas atitudes, ele é a “personificação” transmutadora, por isso, vamos dizer que é a Morte. Ambos sabemos que a Vida e a Morte são energias antagônicas, uma leva a outra, é fato, mas são energias antagônicas, fico aqui pensando se os Antigos Sábios já não sabiam disso e tentaram explicar esse processo de uma forma mais básica, explicar isso de uma forma que entendemos mais facilmente, uma briga entre eles.
Sim, já especifiquei meu ponto de vista quanto ao antropomorfismo, acho que essa atribuição das características foi para dar maior vivacidade e maior didática ao Panteão Afro, uma forma de elucidar a característica do Deus em relação ao próprio arquétipo do Filho, podem perceber que o filho leva a característica do Orixá, logo… O Orixá também é assim, segundo essa teoria.
Agora vamos lá, espero que tenha ficado bem claro, que de acordo; do meu ponto de vista, Orixás são vibrações, não possuem as limitações que nós do orbe terrestre possuímos, acima de tudo, por serem vibrações, estão acima do Bem e do Mal, isento de sentimentos, com isso, vamos raciocinar:
Como uma Luz, um desprendimento da Vibração Divina, pode ter ira? Pode estar colérico com o Filho e com isso, castigá-lo, obrigá-lo a ficar em um local que no momento não é a preferência dele? Mas que Luz tão severa é essa que não compreende a nossa limitada ignorância?
Orixá realmente castiga ou isso é superstição carregada pelos babalaôs e que transitam de geração em geração?
Por isso eu não acredito e nada me faz crer que somos castigados por Guias e Orixás, é muito mais fácil aos sacerdotes explicarem dessa forma, a darem todo o contexto do que realmente pode ocorrer, mas que infelizmente lhes fogem do conhecimento, porque muitos ainda se prendem a estudos de vícios e o culto ao primitivismo.
Existem também os dirigentes de livrinho, lêem meia dúzia de livros e abrem suas casas. Não estou dizendo que sou portador da Verdade Absoluta, mas gosto de pensar e repensar conceitos, gosto de colocá-los em prática e não gosto de seguir fundamentos das quais as explicações são fúteis “Porque sim” ou “Porque não”, ou o pior de todos eles “Você ainda não está preparado para saber”.
O que iremos estudar e conto com a cooperação de todos para opinar, é a energia negativa que cada vibração traz, como somos duais e toda energia é dual para manter o equilíbrio, então toda energia com polaridade negativa e positiva, e é claro, que a vibração dos Orixás não fugiria da Lei Universal. Ocorre assim algumas situações para que o filho desperte, se desprenda do caminho errado do qual ele está seguindo, que será discutido em outro tópico.
Por que será que geralmente os filhos de Obaluae ou aqueles filhos que estão sob a regência do mesmo, sofrem algumas enfermidades ou geralmente os filhos de Ogum, perdem suas mulheres, dinheiro ou até mesmo sofrem de doenças de falta de ferro, por exemplo? Vale lembrar que sigo uma linha esotérica e sou contra o antropomorfismo acima de tudo, não vejo orixás como seres e sim como vibrações.
Não estenderei mais sobre o assunto, pra não ficar cansativo, postarei em doses sobre um assunto tão complexo como esse.
Namastê
Neófito da Luz
Retirado do site http://umbandadochico.wordpress.com
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