As cidades maias
A civilização maia organizou-se como uma federação de cidades-estado e atingiu seu apogeu no século IV. Nesta época, começou a expansão maia, a partir das cidades de Uaxactún e Tikal. Os maias fundaram Palenque, Piedras Negras e Copán.
Entre os séculos X e XII, destacou-se a Liga de Mayapán, formada pela aliança entre as cidades de Chichén Itzá, Uxmal e Mayapán. Esta tripla aliança constituiu um império, que teve sob o seu domínio outras doze cidades. O conjunto da cidade era considerado um templo. Os edifícios eram construídos com grandes blocos de pedra adornados com esculturas e altos-relevos, como os de Uaxactún e Copán. Os ritos
Só podiam subir aos templos os sacerdotes, que formavam a classe mais culta. Os maias acreditavam descender de um totem e eram politeístas. A influência dos toltecas introduziu certas práticas cerimoniais sangrentas, pouco antes da decadência dos maias. Adoravam a natureza, em particular os animais, as plantas e as pedras. Cuidavam de seus mortos, colocando-os em urnas de cerâmica.
O calendário maia e a escrita
Os avançados conhecimentos que os maias possuíam sobre astronomia (eclipses solares e movimentos dos planetas) e matemática lhes permitiram criar um calendário cíclico de notável precisão. Na realidade, são dois calendários sobrepostos: o tzolkin, de 260 dias, e o haab de 365.
O haab era dividido em dezoito meses de vinte dias, mais cinco dias livres. Para datar os acontecimentos utilizavam a "conta curta", de 256 anos, ou então a "conta longa" que principiava no início da era maia. Além disso, determinaram com notável exatidão o ano lunar, a trajetória de Vênus e o ano solar (365, 242 dias).Inventaram um sistema de numeração com base 20 e tinham noção do número zero, ao qual atribuíram um símbolo. Os maias utilizavam uma escrita hieroglífica que ainda não foi totalmente decifrada.
A arte
A arte maia expressa-se, sobretudo, na arquitetura e na escultura. Suas monumentais construções - como a torre de Palenque, o observatório astronômico de El Caracol ou os palácios e pirâmides de Chichén Itzá, Palenque, Copán e Quiriguá - eram adornadas com elegantes esculturas, estuques e relevos.
Fonte: www.appc.ubbi.com.br
CIVILIZAÇÃO MAIA
A civilização Maia, muito provavelmente, foi a mais antiga das civilizações pré-colombianas, embora jamais tenha atingido o nível urbano e imperial dos Astecas e Incas. Distingue-se dois grandes períodos na civilização maia, chamada de Antigo Império e Novo Império. O Antigo Império teve seu centro no norte da Guatemala, mas se estendeu pelo sul do México e também por Honduras. O Novo Império ocupou a metade setentrional da península de Yucatán.
Jamais foram um império, embora possuíssem uma cultura comum, e sim uma reunião de diferentes grupos étnicos e lingüísticos como os huastecas, os tzental-maia e os tzotzil. Provavelmente a primeira civilização a florescer no hemisfério ocidental, ocuparam a América Central por mais de vinte séculos e atingiram alto grau de evolução, no que se refere ao conhecimento de matemática e astronomia, capaz de sobrepujar as culturas européias da mesma época.
Os ancestrais do povo maia foram, provavelmente, grupos mongóis que atravessaram uma faixa de terra entre a Sibéria e o Alasca, onde hoje é o estreito de Bering, há cerca de 15.000 anos, no final do pleistoceno. Organizaram-se inicialmente em pequenos núcleos sedentários, baseados no cultivo do milho, feijão e abóbora.
Construíram centros cerimoniais que, por volta do ano 200 da era cristã, evoluíram para cidades com templos, pirâmides, palácios e mercados. Também desenvolveram um sistema de escrita hieroglífica, um calendário e uma astronomia altamente sofisticados.
Sabiam fazer papel a partir da casca de fícus e com ele produziam livros. Extremamente hierarquizada, a sociedade maia contava em cada cidade-estado com uma autoridade máxima, de caráter hereditário, dita halach-uinic ou "homem de verdade", que era assistido por um conselho de notáveis, composto pelos principais chefes e sacerdotes.
O halach-uinic designava os chefes de cada aldeia (bataboob), que desempenhavam funções civis, militares e religiosas. A suprema autoridade militar (nacom) era eleita a cada três anos. Outros cargos importantes eram os guardiões (tupiles) e os conselheiros (ah holpopoob).A nobreza maia incluía todos esses dignitários, além dos sacerdotes, guerreiros e comerciantes.
A classe sacerdotal era muito poderosa, pois detinha o saber relativo à evolução das estações e ao movimento dos astros, de importância fundamental para a vida econômica maia, baseada na agricultura, .
O sumo sacerdote (ahau kan) dominava os segredos da astronomia, redigia os códices e organizava os templos.
Abaixo do sumo sacerdote havia os ahkim, encarregados dos discursos religiosos, os chilan (adivinhos) e os ahmén (feiticeiros). Os artesãos e camponeses constituíam a classe inferior (ah chembal uinicoob) e, além de se dedicarem ao trabalho agrícola e à construção de obras públicas, pagavam impostos às autoridades civis e religiosas. Na base da pirâmide social estava a classe escrava (pentacoob), integrada por prisioneiros de guerra ou infratores do direito comum, obrigados ao trabalho forçado até expiarem seus crimes.
A base da economia era a agricultura primitiva praticada as milpas, unidades de produção agrária. O trato da terra era comunal, em sistema rotativo de culturas, sem adubagem ou técnica elaborada, o que levava ao rápido esgotamento do solo e seu conseqüente abandono. Praticavam a caça, pesca e criavam animais para a alimentação. Desconheciam no entanto a tração animal, o arado e a roda. Por falta de matéria-prima local não conheceram também a metalurgia, mas desenvolveram importante indústria lítica (de pedra) que lhes fornecia armas, enfeites e instrumentos de trabalho.
Tiveram ainda muita importância na civilização maia a produção de cerâmica (embora não conhecessem a roda de oleiro), a cestaria, a tecelagem e a arte lapidária.A ascendência de sua cultura revela-se no terreno intelectual, historiadores, para quem a Europa é o centro do mundo, chegaram a comparar os maias aos gregos, em termos de importância cultural.
Os sacerdotes, detentores do saber, eram responsáveis pela organização do calendário, pela interpretação da vontade dos deuses por meio de seus conhecimentos dos astros e da matemática. Foram seus conhecimentos de aritmética que lhe permitiram fazer cálculos astronômicos de notável exatidão, inventando o conceito de abstração matemática.
Graças a estudos minuciosos do movimento celeste em observatórios construídos para essa finalidade, os astrônomos maias foram capazes de determinar o ano solar de 365 dias.
No calendário maia, havia um ano sagrado (de 260 dias) e um laico (de 365 dias), composto de 18 meses de vinte dias, seguidos de cinco dias considerados nefastos para realização de qualquer empreendimento.
Também adotavam um dia extra a cada quatro anos, como ocorre no atual ano bissexto.
Os dois calendários eram sobrepostos para formar a chamada roda ou calendário circular. Para situar os acontecimentos em ordem cronológica usava-se o método da "conta longa", a partir do ano zero, correspondente a 3114 a.C..
A inscrição da data registrava o número de ciclos -kin (dia), uinal (mês), tun (ano), katun (vinte anos), baktun (400 anos) e alautun (64 milhões de anos) - decorridos até a data considerada.
Acrescentavam-se informações sobre a fase da Lua e aplicava-se uma fórmula de correção de calendário que harmonizava a data convencional com a verdadeira posição do dia no ano solar.
No auge da civilização, a arte dos maias era fundamentalmente diferente de todas as outras da região, por ser muito narrativa, barroca e, com freqüência, extremamente exagerada, em comparação com a austeridade de outros estilos. A arquitetura, voltada sobretudo para o culto religioso, lançava mão de grandes blocos de pedra e caracterizava-se por abóbadas falsas e hieróglifos esculpidos ou pintados como motivos de decoração.
As construções que mais simbolizam a arquitetura da civilização são os templos decorados com murais e símbolos esculpidos, e construídos sobre pirâmides, com topos terraceados. Uma escadaria central num dos lados da pirâmide conduzia o sacerdote ao interior do santuário, enquanto o povo permanecia no sopé do monumento.
Diante da escadaria, ergue-se, quase sempre, um monólito com a figura de um personagem aparatosamente vestido, rodeado de motivos simbólicos e hieróglifos. Um dos mais importantes monumentos desse tipo está situado nas ruínas de Chichén Itzá.
Os palácios, com várias salas e pátios internos, tinham plantas simples e retangulares. Entre suas construções destaca-se o templo de Kukulkan (no México), que foi usado como observatório astronômico. As quatro faces do templo estão voltadas para os pontos cardeais e representam as estações do ano.
Nos dias 21 de março e 23 de setembro,quando o dia tem exatamente a mesma duração da noite, o sol (que incide às 17h e 30min sobre o templo em forma de pirâmide) projeta uma sombra nos degraus que forma a imagem de Kukulkan, o deus da serpente emplumada.
A escultura subordinada à arquitetura como elemento decorativo; em pedra, estuque e madeiradecoravam lápides, dintéis, frisos e escadarias.Na pintura, são importantes os murais multicoloridos, com técnica de afresco, sobre temas religiosos ou históricos,também empregada para decorar a cerâmica e ilustrar os códices.exemplos de pintura mural foram encontrados em Bonampak (onde destaca-se a magnífica indumentária representada) e em Chichén Itzá.
Os afrescos do templo de Cit Chac Cah (estado de Chiapas), possivelmente do século VII, foram executados em estilo realista e cores vivas, nas paredes das três salas de cinco metros de altura, com cenas religiosas e profanas.
Já a arte da cerâmica maia pode ser dividida em dois grupos: os utensílios de cozinha não decorados e oferendas fúnebres. Os vasos destinados a acompanhar o corpo reverenciado eram geralmente pintados ou entalhados com cenas naturalistas ou freqüentemente macabras. Em Uaxactún, encontraram-se estatuetas muito primitivas, todas representando mulheres.
Do período Chicanel, são outras estatuetas e vasos de formas simples, vermelhos e negros. Na fase seguinte, dita Tsakol, a cerâmica, mais apurada, apresenta grande diversidade de formas e acentuada estilização (Tikal e Uaxactún). A fase final, conhecida como Tepeu, caracteriza-se pela delicadeza das formas dos vasos, decorados com cenas e inscrições. A pedra mais preciosa para os maias era o jade, bastante trabalhado pelos artesãos e modelado principalmente em forma de placas, relevos ou contas de colar. Dos trabalhos em jade, restam alguns exemplos como a placa de Leyden (Tikal) e a do Museu Britânico, de extraordinária perfeição.
No auge de sua civilização e cultura os maias abandonaram suas cidades, templos, monumentos e tesouros sagrados. Algo incompreensível ocorreu por volta de 600 d.C., para que este povo, de repente e sem motivo, simplesmente desaparecesse! A selva devorou construções e estradas, quebrou os muros e produziu uma imensa paisagem de ruínas. Nenhum habitante jamais retornou àqueles locais. Alguns estudiosos atribuem o abandono dos centros maias à guerra, insurreição, revolta social, invasões bárbaras etc. De fato, os grandes centros foram abandonados, porém não de súbito, as hipóteses mais prováveis apontam para uma exploração intensiva de meios de subsistência inadequados, provocando a exaustão do solo e a deficiência alimentar.
A cultura maia posterior, fundindo-se com a dos toltecas, prolongou-se no Novo Império Maia até a conquista pelos espanhóis, a partir de 1523. A cultura maia só começou a ser explorada durante a primeira metade do séc. XIX, pelo americano John Stephens e o desenhista inglês Frederik Catherwood. Eles descobriram várias cidades, sendo que a que mais chamou a atenção Chichen-Itzá. Publicaram o resultado de suas pesquisas, e foi através destas obras que o povo ficou sabendo que não eram simples índios, mas possuíam uma complexa organização. Ao serem encontrados pelos exploradores, os maias tiveram sua civilização destruída.
Os padres espanhóis ao descobrirem que aqueles índios possuíam livros, resolveram destruí-los, alegando serem escritos demoníacos, mas na verdade, queriam evitar que de alguma forma aquela cultura fosse divulgada para futuras gerações.
O bispo de Yucatán, D. Diego de Landa, ordenou a apreensão e a queima de centenas de volumes de livros chamando isso de um ato de fé, além disso determinou que a utilização daquela "escrita demoníaca" seria punida com a morte.
Esse mesmo bispo quando retornou à Espanha, escreveu um relatório intitulado Relacion de las Cosas de Yucatán, em 1566 para justificar sua ação repressiva. Informou que os livros continham descrições de cerimônias diabólicas e sacrifícios humanos.
O relatório ficou esquecido até 1863, até ser descoberto pelo sacerdote Charles Etienne Brassuer, que era interessado nas culturas pré-colombianas.
Salvaram-se apenas 4 livros da destruição, 3 conhecidos há muito tempo e um que apareceu após a segunda guerra mundial. No que restou da produção literária, sobressai o Popol Vuh, livro sagrado, que contém numerosas lendas, considerado um dos mais valiosos exemplos da literatura indígena.
Fonte: www.lunaeamigos.com.br
CIVILIZAÇÃO MAIA II
A civilização Maia, muito provavelmente, foi a mais antiga das civilizações pré-colombianos, embora jamais tenha atingido o nível urbano e imperial dos Astecas e Incas. Os Maias floresceram no século IV d.C. na Península de Yucatán, onde hoje ficam o México, Beliza e Guatemala. Jamais foram um império, embora possuíssem uma cultura comum.
Sempre se organizaram em cidades-estados, porém, na época da conquista espanhola, encontravam-se quase na decadência total.
Sociedade
Rigidamente dividida em três classes às quais o indivíduo pertencia desde o nascimento. Primeiro, a família real, incluindo ocupantes dos principais posto do governo e os comerciantes; em seguida, servidores do Estado, como dirigentes das cerimônias e responsáveis pela defesa e cobrança de impostos, na camada mais baixa, os braçais e agricultores.
Governo
No período de apogeu da civilização maia, é muito provável que as cidades destas tivessem sido sociedades teocráticas e pacíficas. As guerras que ocorriam na maioria delas tinha o intuito de obterem prisioneiros para serem sacrificados aos deuses.
Religião
A religião dos maias assemelhava-se à de outros povos da região, cultuavam divindades ligados à caça, à agricultura e os astros. Os maias acreditavam que o destino do homem era regido pelos deuses, e para eles ofereciam alimentos, sacrifícios humanos e animais.
Economia
A base econômica dos maias era a agricultura, principalmente do milho, praticada com a ajuda da irrigação, utilizando técnicas rudimentares e itinerantes, o que contribuiu para a destruição de florestas tropicas nas regiões onde habitavam, desenvolveram também atividades comerciais cuja classe dos comerciantes gozavam de grandes privilégios.
Atividades agrícolas e comerciais
Os maias cultivavam o milho (três espécies), algodão, tomate, cacau, batata e frutas. Domesticaram o peru e a abelha que serviam para enriquecer sua dieta, à qual somavam também a caça e a pesca.
É importante observar que por serem os recursos naturais escassos não lhes garantindo o excedente que necessitavam, a tendência foi desenvolverem técnicas agrícolas, como terraços, por exemplo, para vencer a erosão.Os pântanos foram drenados para se obter condições adequadas ao plantio.
Ao lado desses progressos técnicos, observamos que o cultivo de milho se prendia ao uso das queimadas. Durante os meses da seca, limpavam o terreno, deixando apenas as árvores mais frondosas.
Em seguida, ateavam fogo para limpá-lo deixando o campo em condições de ser semeado. Com um bastão faziam buracos onde se colocavam as sementes.
Dada a forma com que era realizado o cultivo a produção se mantinha por apenas dois ou três anos consecutivos. Com o desgaste certo do solo, o agricultor era obrigado a procurar novas terras. Ainda hoje a técnica da queimada, apesar de prejudicar o solo, é utilizada em diversas regiões do continente americano.
As Terras Baixas concentraram uma população densa em áreas pouco férteis. Com produção pequena para as necessidades da população, foi necessário não apenas inovar em termos de técnicas agrícolas, como também importar de outras regiões produtos como o milho, por exemplo.
O comércio era dinamizado com produtos como o jade, plumas, tecidos, cerâmicas, mel, cacau e escravos, através das estradas ou de canoas.
A língua Maia
São inúmeros os dialetos falados na área correspondente ao Yucatàn, Guatemala, El Salvador e Belize. De qualquer forma, os lingüistas dividem-nos em dois grandes ramos: o huasteca e o maia. Este segundo ramo se subdividiu em outras línguas (como o Chol, Chintal, Mopan, etc).
A língua maia, falada no Yucatãn, sofreu inúmeras transformações com as invasões toltecas e também devido às influência da língua nahuatl falada pelos astecas.
Em seus monumentos deixaram uma série de inscrições que até hoje não foram decifradas. Infelizmente muitos documentos maias foram destruídos chegando até nós apenas três livros. São eles o Códice de Dresde, o Códice de Madri e o Códice de Paris.
Os livros maias eram confeccionados em uma única folha que era dobrada como uma sanfona. O papel era feito com uma fibra vegetal coberta por uma fina camada de cal. O conteúdo desses livros são de natureza calendárica e ritual, servindo para adivinhações.
Um dos cronista que viveu na época da conquista, o Bispo Diego de Landa, refere-se aos livros que os maias utilizavam permitindo-lhes saber o que havia sucedido há muitos anos. Portanto, a escrita representava um elemento importante na preservação de suas tradições culturais. Mas, infelizmente grande parte deles foram destruídos como se pode constatar na afirmação do próprio bispo: "...Encontramos um grande número de livros escritos nesses caracteres, e como nada tivesse a não ser flagrantes superstições e mentiras do demônio, nós os queimamos a todos".
Cultura
Desenvolveram a escrita hieroglífica, trabalhavam a cerâmica que era variada e de excepcional qualidade. Na arquitetura, construíram pirâmides e sepulcros, além de serem grandes conhecedores da Matemática e da Astronomia.
A Matemática dos Maias
Os Maias foram os inventores do conceito de abstração matemática. Criaram um número equivalente ao zero e nossos calendários são baseados no calendário dos Maias.
Com sua aritmética, os Maias faziam cálculos astronômicos de notável exatidão. Conheciam os movimentos do Sol, da Lua, de Vênus e provavelmente de outros astros.
Criaram também um sistema de numeração de base 20 simbolizado por pontos e barras. Os astrônomos Maias determinaram o ano solar de 365 com o ano bissexto a cada 4 anos. Através de dois calendários sobrepostos (o sagrado com 260 dias e o laico com 365 dias) criaram um calendário circular que situava os acontecimentos em ordem cronológica.
Dentre suas construções de pedra destaca-se o templo de Kukulkan (no México) que foi usado como observatório astronômico. As quatro faces do templo estão voltadas para os pontos cardeais e representam as estações do ano. Nos dias 21 de março e 23 de setembro, quando o dia tem exatamente a mesma duração da noite, o sol (que incide às 17h e 30min sobre o templo em forma de pirâmide) projeta uma sombra nos degraus que forma a imagem de Kukulkan, o deus da serpente emplumada.
Principais Ruínas Maias: Palenque
Amado por muitos que declaram ser a ruína Maya mais bonita, Palenque assentasse orgulhosamente no Parque Nacional de Palenque no Estado de Chiapas.
Palenque caracteriza-se pelos muitos efeitos decorativos não achados em qualquer outro lugar. Alguns destes motivos parecem quase chineses e dão lugar a especulação imaginativa sobre o contato Maya com a Ásia Oriental. Isto é muito improvável, mas há algo em Palenque que dá lugar a vôos da fantasia, mistério e assombro.
Cortez passou a cerca de 30 milhas da cidade, e nunca soube que esteve lá. O primeiro europeu a visitar este lugar foi um monge espanhol em 1773. Escreveu um livro em que reivindica ter descoberto um posto avançado de Atlântida.
O próximo europeu a descrever o lugar, um funcionário real espanhol em 1784, escreveu uma descrição que permaneceu perdida nos Arquivos Reais durante um século.
O próximo a vir, Capitão Antonia Del Rio em 1786, escreveu um relatório que esteve também perdido, até que inesperadamente uma cópia foi publicada em 1822.
Enquanto isso, uma expedição mexicana esteve lá em 1807. Eles escreveram um relatório, encaminhado ao governo que esteve perdido durante 30 anos. Então em 1831, o Conde de Waldeck, um excêntrico herdeiro de uma família que tinha vivido dias muito melhores, chegou e montou seu Quartel General em cima de uma pirâmide que ainda hoje é chamada o Templo do Conde.
Ele passou dois anos desenhando e escrevendo sobre o lugar. Seu trabalho foi fantástico. O conde viveu até os 109 anos, o que talvez, tenha relação, ou não, com os mistérios de Palenque.
O Templo das Inscrições é talvez a mais interessante pirâmide de Palenque, além de ser a mais alta. Alojou a cripta de Pa Kal, poderoso sacerdote maia, descoberto em 1952. A cripta esteve intacta durante um milênio.
O Templo do Sol data de 642. Tem um dos telhados melhor preservados de qualquer local maia. Os telhados foram ricamente decorados com fachadas falsas que dão uma idéia de grandeza aos edifícios maias.
O Templo do Jaguar é talvez o exemplo mais intrigante de semelhanças com a arte Asiática. O templo exibe um motivo tipo "Cruz Folhada" que é quase idêntico ao achado em Angkor Wat em Camboja, e alguns dos baixos relevos têm motivos bem parecidos com os usados pela arte hindu.
Chichen Itza
Chichen Itza significa "boca do poço de Itza". Chichen é a mais conhecida, melhor restaurada e mais impressionante das ruinas Mayas. Chichen foi construída por volta do ano 550 DC.
Chichen teve dois poços principais, ou cenotes: um sagrado e o outro profano. O profano era usado para satisfazer as necessidades cotidianas. O poço sagrado, com 195 pés de largura e 120 pés de profundidade, era usado em rituais religiosos, e oferendas eram feitas continuamente a ele.
Mergulhadores recobraram esqueletos e muitos objetos rituais de suas profundidades.
El Castillo é o "Templo do Tempo", que esclarece o sistema astronômico Maya. Foi construído nos anos 800, pouco antes da invasão Tolteca. Com impressionantes 78 pés de altura, El Castillo era de fato um enorme calendário solar.
Se você fizer cálculos, verá que os 91 degraus de cada lado, vezes os 4 lados (cada um representando uma estação), mais 1 degrau para alcançar o topo da plataforma, soma 365, um degrau para cada dia do ano solar. Durante os equinócios, a sombra da pirâmide parece mostrar a uma serpente que escala os degraus em Março, e desce os degraus Setembro.
Declínio
Quando se deu a conquista dos maias a partir de 1523, existiam Estados distintos: os da Pennínsula de Yucatán e os da atual Guatemala, já em decadência. Na região da atual Guatemala, os povos maias foram logo vencidos por Pedro Alvarado, enviado de cortês.
Os maias deYucatán resistiram até 1546, porém, foram submetidos ao trabalho forçado, perderam sua identidade cultural e a população primitiva foi praticamente destruída.
Fonte: www.organon.hpg.ig.com.br
CIVILIZAÇÃO MAIA III
Os Maias, das três grandes civilizações pré-colombianas (antes de Colombo), são os mais misteriosos e provavelmente os mais antigos. A cultura maia estava em declínio quando os europeus chegaram às Américas, devido à causas ainda não totalmente certas, talvez devido a sucessivas guerras ou à agricultura baseada em queimadas que teriam empobrecido o solo e estagnado a economia.
Chichén Itzá
Desenvolveram o melhor calendário dentre os povos antigos. Na verdade tratam-se de vários calendários conjugados que registravam os fatos de maior vulto de sua história. Gravados no interior de seus templos-pirâmides, cada acontecimento digno de nota recebia uma estrela comemorativa.
A pirâmide retratada acima, é um gigantesco calendário, com uma escadaria de 91 degraus de cada lado, somavam-se 364, mais o patamar superior, 365, os dias do ano solar, isso impressionou muito os europeus, pois mesmo sem o conhecimento do telescópio tinham grande conhecimento dos astros.
Se no Egito antigo suas pirâmides eram destinadas a servir de túmulo de um soberano, entre os maias eram destinadas a servirem de observatórios astronômicos, apenas os sacerdotes, depois de um ritual de purificação podiam subir nesses templos-observatórios.
Contudo, em 1952 Ruz Lhuillier descobriu na "Pirâmide das Inscrições", uma escada em forma de caracol no piso que estava completamente obstruída por terra e pedras, depois de três anos de escavações para desobstruir o caminho, chegou a uma câmara mortuária com um sarcófago coletivo com seis corpos com detalhes de rituais bastante semelhantes aos do Egito, o que leva arqueólogos a aventarem a hipótese de algum aventureiro egípcio que teria chegado e ganhado o respeito dos nativos do local.
Os historiadores dividem frequentemente a história maia em dois períodos :
Antigo Império: abrange de 500a.C. até 600 d.C.
Novo Império: abrange de 600d.C. até a invasão espanhola.
Fonte: www.historiadomundo.com.br
CIVILIZAÇÃO MAIA V
A civilização maia habitou a América Central na atual Guatemala e no Iucatã ao sul do México, com uma rica história de cerca de 3000 anos, tratando-se de uma cultura meso-americana pré-colombina.
Contrariando a crença popular, o povo maia nunca "desapareceu" pois milhões ainda vivem na mesma região e muitos deles ainda falam alguns dos dialetos da língua original.
Este artigo discorre principalmente sobre a civilização maia antes da conquista espanhola.
Origem
Evidências arqueológicas mostram que os maias começaram a edificar sua arquitetura cerimonial há uns 3000 anos. Entre os estudiosos há certo desacordo entre os limites e diferenças entre a civilização maia e a cultura meso-americana pré-clássica vizinha dos Olmecas.
Os olmecas e os maias antigos, parecem ter-se influenciado mutuamente.
Os monumentos mais antigos consistem em simples montículos onde construíram tumbas funerárias, precursoras das pirâmides erigidas mais tarde.
Eventualmente, a cultura olmeca ter-se-ia desvanecido depois de dispersar a sua influência na península de Iucatã, na Guatemala e em outras regiões.
Os maias construíram as famosas cidades de Tikal, Palenque, Copán, e Kalakmul, também Dos Pilas, Uaxactún, Altún Ha, e muitos outros centros habitacionais na área.
Desenvolveram um império baseado na agricultura depois de uma longa fase de cidades-estado independentes.
Os monumentos mais notáveis são as pirâmides que construíram em seus centros religiosos, junto aos palácios de seus governantes.
Outros restos arqueológicos muito importantes são as chamadas estelas (os maias as chamam de Tetún, ou "tres piedras"), monolitos de proporções consideráveis que descrevem os governantes da época; sua genealogia, seus feitos de guerra e outros grandes eventos, gravados em caracteres hieroglíficos.
Os maias participavam ativamente no comércio em toda a Meso-América e possivelmente além. Entre os principais produtos do comércio estavam o Cacau, Sal, e Obsidiana.
Arte
relêvo em estuque no museu de Palenque
Mural com afresco em Bonampak
Muitos consideram a Arte maia da Era Clássica (200 a 900 d.C.) como a mais sofisticada e bela do Novo Mundo antigo. Os entalhes e relevos em estuque de Palenque e o estatuário de Copán são especialmente refinados, mostrando uma graça e observação precisa da forma humana, que recordaram aos primeiros arqueólogos da civilização do Velho Mundo, daí o nome dado à era.
Somente existem fragmentos da Pintura avançada dos maias clássicos, a maioria sobrevivente em artefatos funerários e outras cerâmicas. Também existe uma construção em Bonampak que tem murais antigos e que afortunadamente, sobreviveram a um acidente.
Com as decifrações da escrita maia se descobriu que essa civilização foi uma das poucas nas quais os artistas escreviam seu nome em seus trabalhos.
Arquitetura
Tão única e espetacular como a arquitetura grega ou romana, a arquitetura maia abarca vários milênios; ainda assim, mais dramática e facilmente reconhecíveis como maias são as fantásticas pirâmides escalonadas do final do período pré-clássico em diante.
Durante este período da cultura maia, os centros de poder religioso, comercial e burocrático cresceram para se tornarem incríveis cidades como Chichén Itzá, Tikal e Uxmal. Devido às suas muitas semelhanças assim como diferenças estilísticas, os restos da arquitetura maia são uma chave importante para o entendimento da evolução de sua antiga civilização.
Desenho urbano
Ainda que as cidades maias estivessem dispersas na diversidade da geografia da meso-américa, o efeito do planejamento parecia ser mínimo; suas cidades foram construídas de uma maneira um pouco descuidada, como ditava a topografia e declive particular. A arquitetura maia tendia a integrar um alto grau de características naturais.
Por exemplo, algumas cidades existentes nas planícies de pedra calcária no norte do Iucatã se converteram em municipalidades muito extensas enquanto que outras, construídas nas colinas do rio Usumacinta, utilizaram os declives e montes naturais de sua topografia para elevar suas torres e templos a alturas impressionantes.
Ainda assim prevalece algum sentido de ordem, como é requerido por qualquer grande cidade.
No começo da construção em grande escala, geralmente se estabelecia um alinhamento com as direções cardinais e, dependendo do declive e das disponibilidades de recursos naturais como água fresca (poços ou cenotes), a cidade crescia conectando grandes praças com as numerosas plataformas que formavam os fundamentos de quase todos os edifícios maias, por meio de calçadas ou sacbeob.
No coração das cidades maias existiam grandes praças rodeadas por edifícios governamentais e religiosos, como a acrópole real, grandes templos de pirâmides e ocasionalmente canchas de jogo de bola.
Imediatamente para fora destes centros rituais estavam as estruturas das pessoas menos nobres, tempos menores e santuários individuais. Entretanto, quanto menos sagrada e importante era a estrutura, maior era o grau de privacidade.
Uma vez estabelecidas, as estruturas não eram desviadas de suas funções nem outras eram construídas, mas as existentes eram freqüentemente reconstruídas ou remodeladas.
As grandes cidades maias pareciam tomar uma identidade quase aleatória, que contrasta profundamente com outras cidades da meso-américa como Teotihuacán em sua construção rígida e quadriculada.
Ainda que a cidade se dispusesse no terreno na forma em que a natureza ditara, se punha cuidadosa atenção à orientação direcional dos templos e observatórios para que fossem construídos de acordo com a interpretação maia das órbitas das estrelas.
Afora os centros urbanos constantemente em evolução, havia os lugares menos permanentes e mais modestos do povo comum.
O desenho urbano maia pode descrever-se singelamente como a divisão do espaço em grandes monumentos e calçadas. Neste caso, as praças públicas ao ar livre eram os lugares de reunião para as pessoas. Por esta razão, o enfoque no desenho urbano tornava o espaço interior das construções completamente secundário.
Somente no período pós-clássico tardio, as grandes cidades maias se converteram em fortalezas que já não possuíam a maioria das vezes, as grandes e numerosas praças do período clássico.
Materiais de Construção
Um aspecto surpreendente das grandes estruturas maias é a carência de muitas das tecnologias avançadas que poderiam parecer necessárias a tais construções. Não há notícia do uso de ferramentas de metal, polias ou veículos com rodas.
A construção maia requeria um elemento com abundância, muita força humana embora contasse com abundância dos materiais restantes, facilmente disponíveis.
Toda a pedra usada nas construções maias parece haver sido extraída de canteiros locais, com maior freqüência era usada pedra calcária, que ainda que extraída e exposta, permanecia afável para ser trabalhada e polida com ferramentas de pedra, só endurecendo muito tempo depois.
Além do uso estrutural de pedra calcária, esta era usada em argamassas feitas do calcário queimado e moído, que tem propriedades muito semelhantes às do atual cimento, geralmente usada para revestimentos, tetos e acabamentos e para unir as pedras sem embargos de, com o passar do tempo e da melhoria do acabamento das pedras, reduzirem esta última técnica já que as pedras passaram a se encaixar quase perfeitamente.
Ainda assim o uso da argamassa permaneceu crucial em alguns tetos de postes e vergas sobre portas e janelas (dintel).
Quando se tratava das casas comuns, os materiais mais usados eram as estruturas de madeira, adobe nas paredes e cobertura de palha, embora tenham sido descobertas casas comuns feitas de pedra calcária, e senão total mas parcialmente.
Embora não muito comum, na cidade de Comalcalco, foram encontrados ladrilhos de barro cozido, possivelmente solução encontrada para o acabamento em virtude da falta de depósitos substancias de boa pedra.
Processo de Construção
Todas as evidências parecem sugerir que a maioria dos edifícios foi construída sobre plataformas aterradas cuja altura variava de menos de um metro, no caso de terraços e estruturas menores, a até quarenta e cinco metros no caso de grandes templos e pirâmides.
Uma trama inclinada de pedras partia das plataformas em pelo menos um dos lados, contribuindo para a aparência bi-simétrica comum à arquitetura maia.
Dependendo das tendências estilísticas que prevaleciam na área e época, estas plataformas eram construídas de um corte e um aterro de entulhos densamente compactado.
Como no caso de muitas outras estruturas, os relevos maias que os adornavam, quase sempre se relacionavam com o propósito da estrutura a que se destinavam.
Depois de terminadas, as grandes residências e templos eram construídas sobre as plataformas.
Em tais construções, sempre erguidas sobre tais plataformas, é evidente o privilégio dado ao aspecto estético exterior em contra-ponto a pouca atenção à utilidade e funcionalidade do interior.
Parece haver um certo aspecto repetitivo quanto aos vãos das construções nos quais os arcos (como curvas) são raros, mas freqüentemente retos, angulados ou imbricados, tentando mais reproduzir a aparência de uma cabana maia, do que efetivamente incrementar o espaço interior.
Como eram necessárias grossas paredes para sustentar o teto, alguns edifícios das épocas mais posteriores utilizaram arcos repetidos ou uma abóbada arqueada para construir o que os maias denominavam pinbal, ou saunas, como a do Templo da Cruz em Palenque.
Ainda que completadas as estruturas, a elas iam se anexando extensos trabalhos de relevo ou pelo menos reboco para aplainar quaisquer imperfeições.
Muitas vezes sob tais rebocos foram encontrados outros trabalhos de entalhes e dintéis e até mesmo pedras de fachadas.
Comumente a decoração com faixas de relevos era feita em redor de toda a estrutura, provendo uma grande variedade de obras de arte relativas aos habitantes ou ao propósito do edifício.
Nos interiores e notadamente em certo período foi comum o uso de revestimentos em reboco primorosamente pintados com cenas do uso cotidiano ou cerimonial.
Há sugestão de que as reconstruções e remodelações ocorriam em virtude do encerramento de um ciclo completo do calendário maia de conta larga, de 52 anos.
Atualmente, pensa-se que as reconstruções eram mais instigadas por razões políticas do que pelo encerramento do ciclo do calendário, já que teria havido coincidência com a data da assunção de novos governantes.
Não obstante, o processo de reconstrução em cima de estruturas velhas é uma prática comum. Notavelmente, a acrópole de Tikal, parece ser a síntese de um total de 1500 anos de modificações arquitetônicas.
Construções Notáveis: Plataformas Cerimoniais
Estas eram comumente plataformas de pedra calcária com muros de menos de quatro metros de altura onde se realizavam cerimônias públicas e ritos religiosos.
Construídas nas grandes plataformas, eram ao menos realçadas com figuras talhadas em pedra e as vezes tzompantli ou uma estaca usada para exibir as cabeças das vítimas ou sejam, os oponentes derrotados nos jogos de bola meso-americanos.
Palácios
Grandes e geralmente muito decorados, os palácios geralmente ficavam próximos do centro das cidades e hospedavam a elite da população.
Qualquer palácio real grande ou ao menos que tivesse várias câmaras ou erguido em vários níveis, tem sido chamado de acrópole.
Tais construções consistiam de várias pequenas câmaras ou pelo menos um pátio interno, parecendo propositadas a servirem de residência a uma pessoa ou pequeno grupo familiar decorada como tal. Os arqueólogos parecem estar de acordo em que muitos palácios são também o lugar de muitas tumbas mortuárias.
Em [(Copán)], debaixo de 400 anos de remodelações posteriores, se descobriu a tumba de um de seus antigos governantes e a acrópole de Tikal parece ter sido o lugar de vários sepultamentos do final do período pré-clássico e início do clássico.
Grupos E
Os estudiosos têm denominado de "Grupo E" à freqüentemente encontrada formação de três pequenas construções, sempre situadas a oeste das cidades, tratando-se de um intrigante mistério a sua recorrência.
Estas construções sempre incluem pelo menos uma pequena pirâmide-templo a oeste da praça principal que tem sido aceita como observatório devido ao seu preciso posicionamento em relação ao Sol, quando observado da pirâmide principal nos solstícios e equinócios.
Outras teses sugerem que sua localização reproduz ou pelo menos se relaciona com a história da criação do universo segundo a mitologia maia, posto que vários de seus adornos a ela, freqüentemente, se referem.
Pirâmides e Templos Maia
Com freqüência os templos religiosos mais importantes se encontravam em cima das pirâmides maias, supostamente por ser o lugar mais perto do céu.
Embora recentes descobertas apontem para o uso extensivo de pirâmides como tumbas, os templos raramente parecem ter contido sepulturas.
A falta de câmaras funerárias indica que o propósito de tais pirâmides não é servir como tumbas e se as encerram isto é incidental.
Pelas íngremes escadarias, se permitia aos sacerdotes e oficiantes o acesso ao cume da pirâmide onde havia três pequenas câmaras com propósitos rituais.
Os templos sobre as pirâmides, a mais de 60 metros de altura, como El Mirador, de onde se descortinava o horizonte ao longe, constituíram estruturas impressionantes e espetaculares, ricamente decoradas.
Comumente possuíam uma crista sobre o teto, ou um grande muro que, teorizam, poderia ter servido para a escrita de sinais rituais para serem vistos por todos.
Como eram ocasionalmente as únicas estruturas que excediam a altura da selva, as cristas sobre os templos eram minuciosamente talhadas com representações dos governantes que se podiam ver de grandes distâncias.
Debaixo dos orgulhosos templos estavam as pirâmides que eram, em última instância, uma série de plataformas divididas por escadarias empinadas que davam acesso ao templo.
Observatórios Astronômicos
Os maias foram excepcionais astrônomos e mapearam as fases e cursos de diversos corpos celestes, especialmente da Lua e de Vênus.
Muitos de seus templos tinham janelas e miras demarcatórias (e provavelmente outros aparatos) para acompanhar e medir o progresso das rotas dos objetos observados.
Templos arredondados, quase sempre relacionados com Kukulcan, são talvez os mais descritos como observatórios pelos mais modernos guias turísticos de ruínas, mas não há evidências que o seu uso tinha esta exclusivamente finalidade, como também, em vários templos sobre pirâmides foram encontradas marcações de miras queindicam que observações astronômicas também foram feitas dalí.
Grande estádio em Chichen Itza
Canchas de Jogos de Bola
Um aspecto interessante do estilo de vida meso-americano é o seu jogo de bola ritual e suas canchas ou estádios, que foram construídos por todo o império maia em grande escala.
Estes estádios normalmente situavam-se nos centros das cidades.
Tratava-se de espaços amplos entre duas laterais de plataformas ou rampas escalonadas paralelas, em forma de "I" maiúsculo direcionado uma plataforma cerimonial ou templo menor.
Tais canchas foram encontradas na maioria das cidades maias, exceto nas mais pequenas.
Sistema de Escrita
O sistema de escrita maia (geralmente chamada hieroglífica por uma vaga semelhança com a escrita do antigo Egito, com o qual não se relaciona) era uma combinação de símbolos fonéticos e ideogramas.
É o único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo.
As decifrações da escrita maia têm sido um longo e trabalhoso processo.
Algumas partes foram decifradas no final do século XIX e início do século XX (em sua maioria, partes relacionadas com números, calendário e astronomia), mas os maiores avanços se fizeram nas décadas de 1960 e 1970 e se aceleraram daí em diante de maneira que atualmente a maioria dos textos maias podem ser lidos quase completamente em seus idiomas originais.
Lamentavelmente, os sacerdotes espanhóis, em sua luta pela conversão religiosa, ordenaram a queima de todos os livros maias logo após a conquista.
Assim, a maioria das inscrições que sobreviveram são as que foram gravadas em pedra e isto porque a grande maioria estava situada em cidades já abandonadas quando os espanhóis chegaram.
Os livros maias normalmente tinham páginas semelhantes a um cartão, feitas de um tecido sobre o qual aplicavam uma película de cal branca sobre a qual eram pintados os caracteres e desenhadas ilustrações.
Os cartões ou páginas eram atadas entre si pelas laterais de maneira a formar uma longa fita que era dobrada em zigue-zague para guardar e desdobrada para a leitura.
Atualmente restaram apenas três destes livros e algumas outras páginas de um quarto, de todas as grandes bibliotecas então existentes. Freqüentemente são encontrados, nas escavações arqueológicas, torrões retangulares de gesso que parecem ser restos do que fora um livro depois da decomposição do material orgânico.
Relativamente aos poucos escritos maias existentes, Michael Cor, um proeminente arqueólogo da Universidade de Yale disse:
"Nosso conhecimento do pensamento maia antigo representa só uma minúscula fração do panorama completo, pois dos milhares de livros nos quais toda a extensão dos seus rituais e conhecimentos foram registrados, só quatro sobreviveram até os tempos modernos (como se toda a posteridade soubesse de nós, baseados apenas em três livros de orações e "El Progreso del Peregrino)."
Matemática
Grafia dos números maias
Os maias (ou seus predecessores olmecas) desenvolveram independentemente o conceito de zero (de fato, parece que estiveram usando o conceito muitos séculos antes do velho mundo), e usavam um sistema de numeração de base 20.
As inscrições nos mostram, em certas ocasiões, que trabalhavam com somas de até centena de milhões.
Produziram observações astronômicas estremamente precisas; seus diagramas dos movimentos da Lua e dos planetas se não são iguais, são superiores aos de qualquer outra civilização que tenha trabalhado sem instrumentos óticos.
Ao encontro desta civilização com os conquistadores espanhóis, o sistema de calendários dos maias já era estável e preciso, notavelmente superior ao Calendário gregoriano, muitas vezes reformado depois disto.
Decadência da Civilização Maia
Nos séculos VIII e IX d.C. a cultura maia clássica entrou em decadência, abandonando a maioria das grandes cidades e as terras baixas centrais. A guerra, o esgotamento das terras agrícolas e a seca, ou ainda a combinação destes fatores são freqüentemente sugeridos como os motivos da decadência.
Existem evidências de uma era final em que a violência se expandia : cidades amplas e abertas foram então fortemente guarnecidas por muradas, às vezes visivelmente construídas às pressas. Teoriza-se também com revoltas sociais em que classes campesinas acabaram se revoltando contra a elite urbana nas terras baixas centrais.
Os estados maias pós-clássicos também continuaram prosperando nos altiplanos do sul. Um dos reinos maias desta área, Quiché, é o responsável pelo mais amplo e famoso trabalho de historiografia e mitologia maias, o "Popol Vuh".
A Conquista dos Estados Maias
Os maias foram absorvidos durante o processo de expansão do império asteca por volta do século XV. Por fim, no ano de 1519, Hernán Cortez inicia a conquista das terras astecas, anteriormente parte do território maia. Algumas cidades ofereceram uma grande e feroz resistência; a última cidade estado não foi subjugada pelos
espanhóis senão em 1697.
Panorama das Descobertas
Cristóvão Colombo, que tomou posse da ilhota (San Salvador) em nome da Coroa de Castela em 12 de outubro de 1492 e vagou pelas ilhas do Haiti, Cuba e Jamaica, julgava tratar-se das costas ocidentais de Cipango (Japão) e Catai (China).
De retorno, a mercadoria mais interessante que trouxe foram habitantes das terras ocidentais, os índios Caraíbas (vendeu 509 deles em Sevilha em 1495 e seu irmão vendeu 300 no ano seguinte em Cádiz) que pela sua nudez e falta de cultura logo denunciaram não pertencerem aos famosos e cultos reinos das índias, havendo até quem dissesse que nem mesmo descendentes de Adão eram.
Assim, logo se alastrou o preceito de que se chegara apenas nas antilhas ou seja, terra inculta e inóspita a caminho das s, razão por que, em 1506, Juan Dias de Solis e Vicente Yanes Pizon, quando chegaram ao México, no extremo norte do Iucatã, julgaram tratar-se apenas de mais outra ilha.
Nem no sôfrego desembarque emergencial de um punhado de sobreviventes de uma expedição de Vasco Nuñes de Balboa, em 1511, nas costas do México, nem a chegada de Ponce de León em 1513, mais ao norte, na Flórida, deram notícia dos Maias, que continuaram ignorados mesmo de Fernando Cortez quando se apoderava do Império Asteca no México Central a partir de 1519.
Primeiro Contato
Foi somente em 4 de março de 1517 que a flotilha comandada por Francisco Hernandes de Córdoba, (que estava à cata de índios para os escravizar nas fazendas de Cuba), fugindo a uma tempestade que já durava dois dias, aportou no norte do Iucatã e logo foi assediada por algumas canoas repletas de maias vestidos em túnicas de algodão e (em razão de suas aparências) os espahóis lhes logo lhes atribuíram mais razão que os habitantes de Cuba.
As sólidas e grandiosas construções ("casas de cal y canto") visíveis do mar inspiraram o nome que os espahóis deram ao lugar: "Gran Cairo" que evocava a cultura islamita da qual os ibéricos eram tradicionais adversários (recorrentemente chamavam as pirâmides de mesquitas). Tratava-se do primeiro contacto entre as duas civilizações.
Entendendo-se por sinais, os espanóis aceitaram o convite e desembarcaram no dia seguinte e, após duas horas de marcha continente adentro, foram surpreendidos pelo ataque dos maias no qual, já de início sucumbiram 15 espanhóis. E sucumbiriam todos, se não fora o uso dos mosquetes que mais pelo barulho que pelo efeito fatal, pôs os atacantes em fuga.
Nos conta Bernal Diaz de Castilho em sua obra História da Conquista da Nova Espanha, que ficaram horrorizados pelo grande número de ídolos de argila, uns com cabeças monstruosas, mulheres de grande estatura, todos em cenas e gestos diabólicos e que ...Gonzales, o padre da expedição, passou os cinco dedos em diversos deles e confiscou todo o ouro que encontrou
Apresando dois maias, a expedição se fez ao mar novamente e navegou a oeste e sul até chegar na atual Campeche cujas duas grandes torres visíveis ao longe do mar inspiraram o nome Punta de
las Mujeres dado ao local.
Aí os espanhóis horrorizaram-se pois o sacerdote local acabara de praticar um sacrifício e as paredes, assim como os cabelos do sacerdote estavam ensopados de sangue (e era preceito rigoroso que não se os podia limpar).
O mal estar deve ter ficado explícito e o sacerdote convocando um grande número de guerreiros fez os espanhóis entenderem que não eram benvindos: acenderam uma pequena fogueira deram a entender que se eles não se fossem até o fogo se extinguir, iria haver violência.
Cautelosa a tripulação retirou-se e rumou mais para o sul até Champoton onde desembarcaram pois a provisão de água dos navios tinha se acabado e era necessário renová-la. Tentando encher suas pipas e vasilhas num poço do maias, estes os hostilizaram e atacaram por dias a fio, flexando-os a distância do fio das espadas e dos tiros de mosquetes que já não os assustavam.
Sem outra alternativa, os espanhóis romperam o cerco e fugiram em direção aos navios, abandonando as vasilhas de água. Na fuga, os batéis emborcaram e os espanhóis seguiram meio a nado, meio agarrados aos escombros, e depois foram resgatados.
Da centena de homens do início da expedição, neste embate cinqüenta foram mortos e os que não tiveram suas gargantas cortadas com espadas de madeira encravadas de sílex foram capturados para servirem a futuros sacrifícios, e todos os demais ficaram feridos a exceção de um único soldado que surpreendentemente saiu ileso.
O próprio cronista Bernal Diaz de Castilhos, então com 25 anos havia levado três flexadas, e o chefe da expedição Hernandes de Córdoba veio a falecer das complicações dos ferimentos daqueles combates.
Feitos ao mar sem água potável, com pesadas baixas mas com um punhado de ouro, estes primeiros conquistadores foram o estopim para futuras expedições de outros tantos aventureiros. Assim se iniciava a conquista dos estados maias.
Redescoberta dos Maias
As colônias espanholas americanas estavam muito afastadas do mundo exterior, e as ruínas das grandes cidades antigas eram pouco conhecidas exceto pelos locais.
Entretanto, em 1839, o explorador americano John Lloyd Stephens, escutando notícias de ruínas perdidas nas selvas, visitou Copán, Palenque, e outras localidades acompanhado do arquiteto e desenhista Frederick Catherwood.
Seu diário de viagem ilustrado sobre as ruínas incendiaram um forte interesse pela região e sua gente promovendo a assimilação do vínculo com a cultura maia entre os dirigentes locais
A maioria da população rural contemporânea da Guatemala e Belize é maia por descendência e idioma primário; em áreas rurais do México ainda existe uma cultura maia.
Fonte: pt.wikipedia.org
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