A CIVILIZAÇÃO MAIA
Hoje em dia fala-se muito dos Maias por causa de seus conhecimentos sobre Astronomia, Templos e Profecias. Mas o que se sabe efectivamente sobre essa civilização antiga?
Segundo evidências arqueológicas, os Maias começaram a edificar suas construções há 3000 anos. Construíram as famosas cidades de Tikal, Palenque, Copán, Calakmul, Uaxactún e muitos outros centros habitacionais na área.
Jamais chegaram a desenvolver um império embora algumas cidades-estado independentes tenham formado ligas temporárias.
Os monumentos mais notáveis são as pirâmides que construíram em seus centros religiosos junto aos palácios de seus governantes.
No coração das cidades existiam grandes praças rodeadas por edifícios governamentais e religiosos, como a acrópole real, grandes templos e pirâmides, e, ocasionalmente, campos de jogo de bola.
Haviam diferenças sociais (tal como hoje) e as pessoas menos nobres possuiam seus templos menores e santuários individuais. Entretanto, quanto menos sagrada e importante era a estrutura, maior era o grau de privacidade.
Um aspecto surpreendente das grandes estruturas maias é a carência de muitas das tecnologias avançadas que poderiam parecer necessárias às suas construções. Não há notícia do uso de ferramentas de metal, guindastes ou veículos com rodas.
A arquitectura maia requeria de resto muita força humana (ou outra), embora contasse com a abundância dos materiais utilizados (as pedras), facilmente disponíveis nos locais onde se fixaram.vacidade.
Um aspecto surpreendente das grandes estruturas maias é a carência de muitas das tecnologias avançadas que poderiam parecer necessárias às suas construções. Não há notícia do uso de ferramentas de metal, guindastes ou veículos com rodas.
A arquitectura maia requeria de resto muita força humana (ou outra), embora contasse com a abundância dos materiais utilizados (as pedras), facilmente disponíveis nos locais onde se fixaram.
( Rui Palmela )
Arqueólogos de diversos países se reuniram no Estado de Chiapas, uma área repleta de ruínas maias no sul do México, para discutir a teoria apocalíptica de que essa antiga civilização previra o fim do mundo em 2012. A teoria, amplamente conhecida no país e contada aos visitantes tanto no México como na Guatemala, Belize e outras áreas onde os maias também se estabeleceram, teve sua origem no monumento nº 6 do sítio arqueológico de Tortuguero e em um ladrilho com hieróglifos localizado em Comalcalco, ambos centros cerimoniais em Tabasco, no sudeste do país.
O primeiro faz alusão a um evento místico que ocorreria no dia 21 de dezembro de 2012, durante o solstício do inverno, quando Bahlam Ajaw, um antigo governante do lugar, se encontra com Bolon Yokté, um dos deuses que, na mitologia maia, participaram do início da era atual.
Até então, as mensagens gravadas em “estelas” – monumentos líticos, feitos em um único bloco de pedra, contendo inscrições sobre a história e a mitologia maias – eram interpretadas como uma profecia maia sobre o fim do mundo.
Entretanto, segundo o Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah), uma revisão das estelas pré-hispânicas indica que, na verdade, nessa data de dezembro do ano que vem os maias esperavam simplesmente o regresso de Bolon Yokté.
“(Os maias) nunca disseram que haveria uma grande tragédia ou o fim do mundo em 2012”, disse à BBC o pesquisador Rodrigo Liendo, do Instituto de Pesquisas Antropológicas da Universidade Autônoma do México (Unam). “Essa visão apocalíptica é algo que nos caracteriza, ocidentais. Não é uma filosofia dos maias.”
Durante o encontro realizado em Palenque, que abriga uma das mais impressionantes ruínas maias de toda a região, o pesquisador Sven Gronemeyer, da Universidade australiana de Trobe, e sua colega Bárbara Macleod fizeram uma nova interpretação do 6º monumento de Tortuguero.
Para eles, os hieróglifos inscritos na estela se referem à culminação dos 13 baktunes, os ciclos com que os maias mediam o tempo. Cada um deles era composto por 400 anos.
“A medição do tempo dos maias era muito completa”, explica Gronemeyer. “Eles faziam referência a eventos no futuro e no passado, e há datas que são projetadas para centenas, milhares de anos no futuro”, afirma.
Para a jornalista Laura Castellanos, autora do livro 2012, Las Profecias del Fin del Mundo, o sucesso da teoria apocalíptica junto à cultura ocidental se deve a uma “onda milenarista” que, segundo ela, “antecipa catástrofes ou outros acontecimentos cada vez que se completam dez séculos”.
Para Castellanos, esse tipo de efeméride é reforçada por uma “crise ideológica, religiosa e social”. Ela observa que as profecias sobre 2012 não têm somente uma “vertente catastrófica”, mas também uma linha que “prognostica o despertar da consciência e o renascimento de uma nova humanidade, mais equitativa”.
A asséptica explicação científica e histórica vai de encontro à crença popular no México, um país onde há quem procure adquirir os conhecimentos necessários para sobreviver com seu próprio cultivo de alimentos em caso de uma catástrofe mundial. Muitos dos que vivem fora procuram regressar ao país porque sentem que precisam estar em casa em 2012, e há empresas que oferecem espaço em bunkers subterrâneos, com todas as comodidades.
Afinal, o possível fim do mundo também é negócio. O próprio governo mexicano lançou uma campanha para promover o turismo no sudeste do país, onde estão localizados os sítios arqueológicos maias. Muitos governos dos Estados onde existem ruínas da antiga civilização maia já estão registrando aumento na chegada de turistas.
Nota: Quem dera um grupo de cientistas também se debruçasse com interesse e seriedade sobre as profecias bíblicas… Não deixa de ser interessante notar que na “profecia” maia há a previsão do regresso de um deus.
De onde os maias teriam tirado essa ideia (comum a outros povos)? Na verdade, é bíblica a crença de que a volta de Jesus trará um novo reino de paz, ainda que também traga destruição (seguida de recriação, mil anos depois) para este mundo corroído pelo pecado.
Segundo Liendo, “essa visão apocalíptica é algo que nos caracteriza, ocidentais. Não é uma filosofia dos maias”. Ele está certo, em parte.
Ocidentais que conhecem devidamente as profecias bíblicas sabem que o Apocalipse representa esperança e uma nova realidade de justiça, paz e eternidade. O lado “apocalítico” (como sinônimo de destruição, apenas) é explorado pelas produções hollywoodianas. Tanto é assim, que só se fala em “fim do mundo” e não da Nova Terra.[MB]
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