.OKEY CABOCLO!
29/02/2012
MAIAS: OS "CAÇADORES DE ESTRELAS"
Quando se fala na civilização maia, pensa-se imediatamente em seus conhecimentos nos campos da arte, arquitetura, escrita e, sobretudo, da matemática e da astronomia, pois foi justamente nos dois últimos domínios que seu gênio se exprimiu de forma mais assombrosa.
Durante a época clássica (300-900), os astrônomos maias estabeleceram uma medida do tempo e calendários mais precisos que qualquer outro disponível no mundo até então.
Sem instrumentos de medição do tempo, eles conseguiram calcular os movimentos da Lua, dos planetas do sistema solar e das estrelas fixas, cálculos hoje efetuados com ajuda de telescópios eletrônicos e computadores. Sua inteligência inventou o sistema de contagem longa, de 373.444 anos.
Isso lhes dava a perspectiva do ilimitado, mas também possibilitava determinar o ciclo do planeta Vênus, que eles calculavam ser de 584 dias - os cálculos modernos fixam a duração em 583,92 dias.
Mas quem eram esses astrônomos e quais as suas motivações? Como demonstram diversos glifos (elementos da escrita) gravados nas pirâmides, assim como códices (textos escritos em materiais diversos), a observação dos corpos celestes era realizada, provavelmente, por "sacerdotes-astrônomos" da elite religiosa.
Segundo o bispo espanhol Diego de Landa, que em 1549 viajou para a península do Yucatán, berço dos maias, os "senhores-serpentes" se ocupavam da ciência, da astronomia, dos calendários, da matemática, escreviam suas observações em códices, aconselhavam governantes e presidiam os ritos públicos.
Entre eles, achavam-se os ahaukin, sacerdotes do Sol, que também podiam se ocupar da astronomia.
Havia ainda os chahom, que queimavam o copal (tipo de incenso feito de resina vegetal). Por fim, os nacomes eram encarregados dos sacrifícios rituais aos deuses.
Por surpreendente que possa parecer, todas essas descobertas astronômicas eram o fruto da mera observação visual. Ao longo de várias gerações, a atividade do firmamento foi registrada cotidianamente por sacerdotes.
Souberam, assim, que cometa ou meteorito passou tal dia; em que momento houve um eclipse; onde se achava a constelação de Órion durante o solstício de verão; quando Vênus ficou visível.
Uma coisa é certa: eles eram dotados de muita inteligência e, especialmente, paciência, como se pode ler em uma passagem a respeito da criação do mundo tal como a relata o Popol-Vuh (Livro do conselho ou Livro da comunidade):
"Em Tulan Zuiva, aonde chegaram, eles observaram um jejum perpétuo enquanto esperavam a chegada do nascer do Sol.
Revezavam-se para observar a grande estrela Noh Ek, também denominada Icoquih, a que surge antes do Sol quando este está prestes a nascer".
Em parte, essas observações eram favorecidas pelo clima de Yucatán: seco, com um céu noturno límpido. Além disso, a topografia da região ajudava: uma terra plana, sem nada para obstruir a visão.
Pelos códices e glifos gravados nos templos, sabe-se que os maias utilizavam um instrumento de visão elementar: varas cruzadas.
Foram descobertos observatórios em numerosos sítios arqueológicos onde estão hoje o México e a Guatemala: Chichén-Itzá, Mayapán, Tulum, Palenque, Uaxactun, Tikal e El Mirador.
O "caracol" da cidade de Chichén-Itzá, assim denominado devido à escada em espiral, é o mais representativo observatório maia, com seus terraços recuados, suas aberturas em ângulos e sua "câmara alta" com seteiras de observação.
Pesquisas demonstraram que a primeira abertura de observação fornece a direção sul; a segunda dá para o ocaso da Lua no dia 21 de março; a terceira indica a direção oeste e o pôr-do-sol nos equinócios (quando o dia tem a mesma duração da noite) de 21 de março e 21 de setembro - também é possível observar o poente solar no solstício de verão, em 21 de junho.
O sítio de Tulum também possui um observatório chamado “caracol”. Lá se encontraram seteiras astronômicas similares às de Chichén-Itzá.
Tulum é uma palavra que significa “muralhas”, mas outrora a cidade, em frente ao mar do Caribe, se chamava Zama, que quer dizer alvorada ou aurora.
Essa planta de orientação era indispensável aos astrônomos para realizar o cômputo do tempo e estabelecer calendários. Mais recentemente, os pesquisadores presumiram que, nesse mesmo lugar, os maias observavam o nascer de Vênus.
Pode-se constatar que, na maioria dos sítios cerimoniais, nada foi construído ao acaso: todas as pirâmides e templos são orientados para seguir o percurso dos astros. Assim, certas pirâmides se tornam “calendários de pedra”.
O exemplo de Chichén-Itzá é flagrante. No grande sítio cerimonial encontra-se a pirâmide de El Castillo ou Templo de Kukulcán.
Têm quatro lados, cada qual com um a escada de 91 degraus. Ao se multiplicar 91 por 4, tem-se 364. Soma-se 1, correspondente à plataforma de acesso ao templo, e se obtêm os 365 dias do calendário solar.
Outro fenômeno único da mesma pirâmide: no momento dos equinócios de primavera e de outono, o Sol projeta sete sombras triangulares no lado esquerdo dela, formando o corpo de uma serpente, que se une à cabeça esculpida no pé da escada.
Essa construção é interpretada pelos arqueólogos como referência ao deus Kukulcán, a “serpente emplumada”.
A paixão dos maias pela astronomia mostra sua obsessão pelas idéias de morte e renascimento. Queriam saber tudo de seu destino.
Estabeleceram um calendário preciso essencialmente com fins astrológicos. Pode-se falar em uma verdadeira “astrologia divinatória”. Os maias liam o futuro nas constelações.
Assim, tendo o céu como guia, certas datas eram consideradas mais favoráveis que outras para efetuar um ritual, entronizarem um rei ou organizar uma batalha.
Outras, ao contrário, eram tidas como nefastas. Daí a necessidade de estabelecer um calendário “divinatório” preciso. Alguns glifos fazem referência a esse vínculo entre a posição dos astros e um fato importante.
Outro motivo para estudar o firmamento era o desejo dos mais de dominar as forças da natureza. As necessidades da agricultura estimularam as observações astronômicas e, portanto, meteorológicas.
Era necessário prever os períodos de chuva, a fim de dispor a cultura de iúca, mandioca, jacatupé, feijão e milho.
O primeiro calendário desenvolvido foi o lunar. Depois se criou o solar e, por fim, a “contagem longa”. Enquanto os sistemas que registravam a passagem dos dias, semanas e meses serviam para regular a vida cotidiana e a religiosa, a contagem longa marcava os momentos importantes da história.
Baseando-se principalmente na observação do Sol, da Lua e de Vênus, os maias criariam três calendários complementares:
Um ritual e divinatório, de 13 meses de 20 dias, chamado Tzolkin, de caráter cerimonial ou premonitório (os sacerdotes o utilizavam para saber se um dia era auspicioso ou nefasto);
Um solar de 18 meses de 20 dias, chamado Haab, com 360 dias mais cinco dias nefastos;
Um atrelado ao ano venusiano, de 584 dias.
O sistema da contagem longa consistia em medir o tempo a partir de uma data inicial, o ano de 3114 a.C. do nosso calendário. Essa data está associada, segundo a mitologia maia, à criação do Universo e ao quarto sol, o 4 Ahau.
A era do quarto sol gerou o homem a partir do milho. A data, 3114 a.C., correspondia ao nascimento de um casal primordial, conforme uma inscrição gravada em uma parede do Templo da Cruz Folhada, em Palenque.
*Texto de Martine Pedron, com redação de Márcia Ledur.
http://www.luzdaserra.com.br/1928/maias-os-cacadores-de-estrelas/
Jurema, a força de uma cultura brasileira.
O Celophane Cultural resgatando as origens indígenas da região Norte e Nordeste com a tradição mágica e religiosa da Jurema Sagrada até chegar aos cultos afros que foram (como tudo no Brasil) se misturando na Umbanda e Catimbó onde a Cabocla e a árvore Jurema são uma entidade cultural muito forte para nós.
“A Jurema é minha madrinha, Jesus é meu protetor. A Jurema é um pau Sagrado Onde Jesus Descansou… Você por ser um bom Mestre Me ensina, eu trabalhar. Trabalhar com as três ciências: A Jurema, a Junça e o Vajucá”
O Culto á arvore sagrada
O culto da Jurema está para a Paraíba, assim como o de Iroko está para a Bahia. Esta arvore tipicamente Nordestina, era venerada pelos índios potiguares e tabajaras, da Paraíba, muitos séculos antes da descoberta Brasil. Em Pernambuco, existe um município cujo nome é Jurema devido a grande quantidade destas árvores que ali se encontra.
A jurema, depois de crescida, é uma frondosa árvore que vive mais de 200 anos. Todas as partes dessa árvore são aproveitadas: a raiz, a casca, as folhas e as sementes, utilizadas em banhos de limpeza, infusões, ungüentos, bebidas e para outros fins ritualísticos. Os devotos iniciados nos rituais do culto são chamados de “Juremeiros”.
Foi na cidade de Alhandra, município a poucos quilômetros de João Pessoa, que esse culto, na forma do Catimbó alcançou fama. A Jurema já era cultuada na antiguidade por pelo menos dois grandes grupos indígenas, o dos tupis e o dos cariris também chamados de tapuias.
Os tupis se dividiam em tabajaras e potiguares, que eram inimigos entre si. Na época da fundação da Paraíba, os tabajaras formavam um grupo de aproximadamente cinco mil índios. Eles ocupavam o litoral e fundaram as aldeias Alhandra e a de Taquara.
O Vinho da Jurema
Conforme os seguidores, o Ajucá, também chamado “Anjucá”, ou vinho da jurema é o fogo líquido que traz luz e calor ao espírito dos juremeiros durante os rituais da ordem.
Indígenas que habitam o Nordeste brasileiro preparam uma bebida especial, sagrada, utilizada em rituais mágico-religiosos, bebida feita com partes da planta, acrescida de outros elementos de origem vegetal. Tal bebida favorece a obtenção do transe místico durante rituais que no século XVII é XVIII eram chamados “adjunto de jurema” (uma dança coletiva Tupi, segundo Luís da Câmara Cascudo, no livro Meleagro).
O Catimbó-Jurema
Religião híbrida nascida do cruzamento de crenças e cultos indígenas, com religiosidades africanas e européias – também faz uso de bebida sagrada chamada “Jurema”, entretanto, o modo de preparar essa bebida varia, tanto de tribo para tribo, quanto entre as casas de Catimbó-Jurema.
Catimbo Abre caminho por JUlio de Paula
Caximbo, maracá, água benta e terço na mão. Tira-mandinga, despacho, abre-caminho, jurema, benzeção, cura. O mestre da mesa e o mestre invisível.
Catimbó é o nome genérico para práticas religiosas que incluem elementos da pajelança indígena, do catolicismo, da antiga feitiçaria europeia, do espiritismo.
O protocolo catimbozeiro é democrático e o canto ritual é o fio condutor das cerimônias. Mário de Andrade teve o corpo fechado no Catimbó de Dona Plastina, em Natal, na última sexta-feira do ano de 1928. Na ocasião, recolheu material musical que entrou pra história.
Nesta audição, o catimbó abre caminho para outras encantarias e tradições religiosas (e musicais) mixadas pela sabedoria popular e (re)mixadas por Renata Rosa, A Barca, Siba, Mestre Ambrósio, Jaraguá-Mulungu, entre outros. Santos e Mestres que fazem e desfazem.
Logo após sua cerimônia no catimbó de Dona Plastina, Mário de Andrade anota em seus diários:
“Não escorreguei no areão, não quebrei a perna, nenhum cachorro latiu para mim, nenhum cangaceiro existia em Natal, porque o meu corpo, pela força musical dos deuses estava fechado pra sempre contra as injúrias dos ares, da terra, de debaixo da terra e das águas do mar. Preço: 30 mil réis.”
Catimbó!
Candomblé de Caboclo
É todo candomblé que além do culto aos Orixás, Voduns ou Nkisis, cultua também espíritos ameríndios chamados de entidades, catiços ou caboclos boiadeiros, gentileiros. Inicialmente na Bahia os Candomblés não tradicionais, eram na maioria caboclos, que é um misto de Keto, Jeje e Angola.
O caboclo exerce um papel fundamental no relacionamento da comunidade afro brasileira, pois fala o idioma português, papel que os orixás só fazem no idioma africano, chamado Yoruba, assim conquistando a popularidade dos crentes, que não entendem ou fala a língua dos orixás.
São encarregados de trazer mensagens dos seus ancestrais, principalmente de entes queridos desencarnados há pouco tempo, aconselha os desesperados, indicando sempre um novo caminho, indica banhos de folha sagrada e pequenas oferendas para resoluções dos seus problemas.
A Lenda – por Frank Oliveira
O sol girou mais uma vez ao redor da Terra e quando os raios da manhã tocaram a sua testa, a cabocla gritou:
- Sou Juremaaaaaaa!!!
E pulou do galho mais alto da árvore gigante e pareceu voar por entre os passaros e outros seres alados da floresta; mergulhando no rio profundo, de onde emergiu, nadando com os botos que entendiam o seu canto.
A Cabocla, foi encontrada aos pés do arbusto da planta encantada que lhe deu o nome, e cresceu forte, bonita, com a formosura da noite e a firmeza do dia. Corajosa, a cabocla tornou-se a primeira guerreira mulher da tribo, pois a sua força e agilidade no manejo das armas e na ciência da mata, se tornara uma lenda por todo o continente; onde contadores de estórias, aos pés da fogueira, falavam da india da pena dourada, que era a própria Mãe Divina encarnada.
Nada causava medo na cabocla, até o dia em que ela encontrou o seu maior adversário: o amor. Jurema se apaixonou por um caboclo chamado Huascar, de uma tribo inimiga chamada Filhos do Sol, e que fora preso numa batalha.
Os dias se passaram e o amor aumentava, pois o pior de amar não é amar sozinho e sim ser amado em retorno, pois exige do amado, uma ação em prol do amor.
Jurema que aprendera a resistir ao canto do boto, ao veneno da cascavel e da armadeira, já resistira bravamente a centenas de emboscadas e que sentia o cheiro à distância de ciladas, não conseguiu resistir ao amor que fluia do seu peito por aquele guerreiro.
Observando o caboclo preso, ela viu nos olhos dele, as mil vidas que eles passaram juntos, viu seus filhos, o amor que os unia além da carne e percebeu que não foi por acaso, que ele fora o unico caboclo capturado vivo, e decidiu liberta-lo mesmo sabendo que seria expulsa da tribo.
Na fuga, seu próprio povo a perseguiu, e em meio a chuva de flechas voando na direção do caboclo fugitivo, foi jurema que caiu salvando seu amado recebendo a ponta da morte que era para ele, no seu proprio peito.
A Resistência indígena representada pela planta
Quando os portugueses chegaram em 1500 para “invadir” o Brasil, a resistência dos povos indígenas no Nordeste, não permitiu que a Jurema, enquanto árvore sagrada, fosse conhecida, em seus usos e signicados, não sendo assim documentada pelos colonizadores e estrangeiros.
Numa segunda fase histórica a Jurema representa um elemento ritual ligado à própria resistência armada dos povos indígenas ou à guerra empreendida contra inimigos inclusive em suas alianças.
Ainda nesta fase na qual a Jurema começa a ser documentada, seu significado ainda não é entendido mas seu uso já é motivo de repressão, prisão e morte de índios. Na medida em que avança o rolo compressor da colonização, processo de genocídio ou tentativa de dominação, não só política e econômica como também cultural, aparece uma nova forma de resistência: a Jurema assume um lugar central na religiosidade popular, não só indígena regional – Catimbó.
Diante do componente negro a Jurema garante seu reconhecimento, como entidade (espírito, divindade, cabocla) autóctone, “dona da terra”. A Jurema é absorvida pelos cultos afro-brasileiros, tendo surgido inclusive os “Candomblés de Caboclos”.
Nas últimas décadas é no contexto da Umbanda, religião nascente e em pleno processo de sistematização e de expansão nacional, que a Jurema é integrada na cosmologia sagrada, no panteão da religão nacional. Constatamos em vários estados nordestinos as “Linhas da Jurema”, dentre as linhagens e filiações religiosas da Umbanda.
Nestas últimas décadas, e paralelo ao movimento religioso, propriamente brasileiro, a Jurema continua como “núcleo duro”, segredo, bandeira ou símbolo, para os remanescentes indígenas, em pleno “movimento étnico”, num contexto de defesa de seus direitos humanos, de suas áreas de reservas e de sua autonomia e reconhecimento no pluralismo da sociedade e das culturas brasileiras.
Da pré-história à história
Se bem que dispomos de fontes documentais sobre esta planta, já do século XVI (3), Câmara Cascudo(4) refere-se a um primeiro registro oficial – registro de óbito do índio Antônio, da cidade de Natal (RGN), de 2/6/1758 : “Sabia-se que este estava preso por razões do sumário que se fez contra os índios de Mopibu, os quais fizeram adjunto de jurema, que se diz supersticioso”.
Ainda do século XVII e XVIII, registros disponíveis dão conta que a Jurema, enquanto vinho alucinógeno, foi também usada na região amazônica. Além de movimentos migratórios, como o movimento messiânico de época cabralina dos guaranis em busca da terra sem mal – Lima apela também para o envio de índios juremeiros do Nordeste para combaterem os invasores franceses no Maranhão, como hipótese explicativa da expansão deste uso sagrado da Jurema, para além do Nordeste.
Constatamos por um lado que o uso primordial e cerimonial da Jurema sagrada passou desapercebido ou não pode ser observado e descrito por colonialistas viajantes, naturalistas e outros estudiosos nestas terras, numa primeira fase considerada diabólica, “mágica” ou bruxaria pelos colonizadores católicos ou mesmo pelos inquisidores, tudo o que fizesse parte do sistema médico-religioso autóctone, parece entretanto que a Jurema foi tolerada e aceita, quando canalizada pela lógica da guerra de portugueses contra franceses, no Brasil colonial.
A Jurema na Literatura
Na literatura o suco da jurema aparece no Romance/poema Iracema de José de Alencar. É descrito como bebida de cor esverdeada, que deixavam os índios em estado de transe, propiciando-lhes sonhos agradáveis. Iracema era filha do pajé, guardiã do suco da jurema. Por isso deveria manter-se virgem, mas sua vida muda com a chegada de Martim, um homem branco, que chegara como convidado à sua casa.
O romance ocorre no interior e litoral nordestino (terra do autor) e explora a rivalidade tribal entre os índios tabajaras (da tribo de Iracema) e os pitiguaras (referência aos potiguaras do qual ainda existem remanescentes), que disputavam territórios litoral e adversários dos tabajaras.
O autor apesar de descrever alguns costumes indígenas, ameniza a violência do processo de aculturação descrito além de Iracema nos seus outros romaces indianistas “Ubirajara” (1870), e “O Guarani” (1857) e não fornece um relato comparável as descrições etnográficas. Contudo, diante da escassez de fontes sobre os índios do nordeste do Brasil, é uma importante referência para reconstituição dos rituais e mitos destruídos pela aculturação juntamente com seu romance regionalista “O Sertanejo” (1875).
A Jurema de Mauricio de Souza
A Jurema é uma criança indígena do Brasil, nas histórias em quadrinhos da Turma do Papa-Capim, criadas pelo desenhista Mauricio de Sousa.
Jurema representa a figura feminina dos curumins, que é como se chamam as crianças índias. Apesar de ser ainda bastante pequena para namorar, tem com Papa-Capim uma afinidade especial, em muitas histórias demonstrando mesmo sentir ciúmes dele. Muitas vezes a menina manda o Papa-Capim ir atrás da caça e pesca (que afinal é a principal atividade indígena), para ela comprovar que Papa-Capim, não seja medroso, e sim valente.
Fontes:
Jurema : da festa à guerra, de ontem e de hoje - José Maria Tavares de Andrade
A Lenda da JUrema – Frank Oliveira – Recanto das letrasESta matéria é em homenagem á amiga Monica, devota e pesquisadora de Jurema.
Ela deixou o mundo dos Mortais e está nos olhando ao lado da Cabocla guerreira.
Pra voce com carinho
Por jeffcelophane em (...) Religiosidade Popular
27/02/2012
VALE DO AMANHECER E OS MAIAS
EPISÓDIO GRAVADO NO BRASIL DESVENDA O VALE DO AMANHECER NO DISCOVERY
Doutrina espírita rege comunidade no Brasil central
A quarenta quilômetros da capital, Brasília, milhares de pessoas vivem sob os preceitos de uma doutrina espírita concebida por uma médium, " Tia Neiva ", na década de 1950.
É o filho dela, Raul Zelay, quem recebe o Discovery com exclusividade e abre as portas dos templos do Vale do Amanhecer, onde os fiéis praticam essa doutrina baseada na ajuda de espíritos a seus seguidores.
(...)
Encontraremos fiéis que mudaram suas vidas radicalmente para abraçar os ensinamentos de Tia Neiva com fervor e também as polêmicas que crescem tanto quanto o número de seguidores dessa doutrina repleta de misticismo e rituais impressionantes.
Especialistas e membros desta comunidade dão seus depoimentos e permitem que o telespectador conheça o estilo de vida único destas pessoas.
Em vez de oferecer uma simples descrição de práticas não convencionais, O VALE DOS ESPÍRITOS expõe os ideais e motivações que levam esse grupo de brasileiros a abdicar da convencionalidade para viver a doutrina que hoje, além de sua sede, conta com templos em diversas partes do País.
O que motiva essas as pessoas, no que acreditam, quais são as suas concepções sobre o homem e seu papel no planeta e também as controvérsias e questionamentos que os seguidores enfrentam são temas do episódio com uma hora de duração.
SERVIÇO: O VALE DOS ESPÍRITOS
Canal: Discovery
Estreia: 20 de dezembro, 2011, às 23h
Classificação indicativa: 16 anos
http://blog.lineup.net.br/2011/12/episodio-gravado-no-brasil-desvenda-o.html
VALE DO AMANHECER
O Vale do Amanhecer é uma doutrina espiritualista cristã, criada para abrigar a Doutrina do Amanhecer, fundada em 1959, pela médium clarividente Tia Neiva.
A Doutrina do Amanhecer foi trazida, através da clarividente, pelo espírito de Francisco de Assis, conhecido nesta doutrina como "Pai Seta Branca", e por sua equipe espiritual, contendo elementos de várias outras religiões.
A Doutrina do Amanhecer já conta com mais de 600 templos em todo o Brasil e em outros países.
História
O Vale do Amanhecer surgiu da visão de Neiva Chaves Zelaya, nascida em 30 de outubro de 1925 , na cidade de Propriá, Sergipe.
Curiosamente, ela tinha em sua família padres e freiras. Ficou viúva aos 21 anos de idade. Aos 33 anos começou sua peregrinação em igrejas católicas e centros kardecistas, na procura de explicação para as visões que tinha.
Na Cidade Livre do Núcleo encontrou em um centro kardecistas uma senhora chamada Mãe Nenen, que a conduziu no caminho do espiritismo. Logo em seguida, entre as cidades goianas de Alexânia e Brasília, na década de cinqüenta, fundaram a "União Espiritualista Cristã Seta Branca" (UESB). Consistia em um núcleo populacional onde se mesclava tratamentos espirituais e físicos.
Logo depois, as duas mudaram-se para Taguatinga e, em 9 de novembro de 1969, chegaram a um local nos arredores de Planaltina, onde fundaram o Vale do Amanhecer.
Tia Neiva tinha, segundo os seus adeptos, a mediunidade de clarividência, ou seja a capacidade de visualizar vivências em vários planos simultaneamente. Tia Neiva faleceu em 15 de novembro de 1985.
Hoje o Vale do Amanhecer conta com mais de 600 templos em todo o Brasil e vários no exterior. É governado por um conselho de mestres chamados de "Trinos Presidente Triada".
Hoje presidida pelo Trino Herdeiro Presidente Triada Ypoarã, Mestre Raul Zelaya, filho biológico de Tia Neiva. A doutrina do Amanhecer é uma doutrina baseada nos princípios crísticos e também na teoria da reencarnação. Como já dito, o templo matriz ou referência situa-se em Planaltina DF.
A Doutrina do Amanhecer,ou Corrente Indiana do Espaço,e Correntes Brancas do Oriente maior é uma reunião de várias origens de civilizações que existiram em nosso planeta.Dentre podermos citar as seguintes fontes:
Segundo ensinamento da Clarividente Neiva Chaves Zelaya, a Tia Neiva, há 32000 anos um grupo de seres oriundos de um planeta chamado Capela,tiveram a incumbência de colonizar a Terra. Quando aqui chegaram ,vieram munidos de todos requisitos necessário para tal missão,eram quase imortais,traziam toda uma cultura de seu Planeta Mãe.
Quando aqui chegaram começou a miscigenação com os habitantes que aqui existiam. Tal situação foi dando as gerações futuras,as características terrenas e concomitante perdendo as suas características originais. Tal situação levou a falência de seu propósito original.
O que resultou a erradicação desta civilização a qual seus habitantes eram chamados de Equitumans. Logo depois outra civilização viera com o mesmo propósito,eram chamados de Tumuchys,habitavam a Ilha da Páscoa no Pacífico.
Esta ilha era chamada de Omeyocan. Os totens ou estátuas erigidas eram chamadas de Moais. Manipulam as energias do Sol e da lua ,num processo atômico não revelado pela Clarividente.
Novamente houve a falência desta civilização. Logo depois habitaram o Egito, Macedonia, leste da Russia.
Outro ponto de relevancia em que habitaram os Jaguares(Como são conhecido os mestres,ou médiuns da Doutrina do Amanhecer), foi Esparta e Atenas, onde num conflito épico da Cordilheira do Peloponeso se digladiaram por cinqüenta anos,na época do governo de Péricles.
Logo depois reencarnam na Palestina e em Roma,como Pretorianos, Senadores, Gladiadores e Sacerdotes.
Num salto no tempo habitam as Américas, precisamente nas imediações de Iucatã, como Maias, manipulavam as forças do sol e da lua, erigiam suas pirâmides e neste cultos, refizeram o contato novamente com os habitantes do então planeta Capela.
Num incidente houve uma explosão nuclear de proporções gigantesca, na qual fizeram habitantes de Tikal, Mérida e cidades adjacentes abandonarem suas cidades. Voltam novamente nos períodos das Cruzadas, Idade Média, Revolução Francesa, Inquisição Portuguesa e Espanhola.
Por fim ficam 100 anos no espaço sendo preparados para habitarem Brasil, Colônia e Império. Por fim habitam um local na Bahia num cidade chamada Abóboras e Angical.
Assumem a roupagem de Escravos e Feitores. Nesta época estão encarnados os Pretos velhos hoje conhecidos como Pai João, Pai Zé Pedro e outros assim como Natacham (Tia Neiva) e nesta numa consagração crioula preconizam a criação do Doutrinador.
Hoje mediunidade do médium que trabalha de olhos abertos, juntamente com o Apará, que trabalha de olhos fechados e é médium de incorporação.
Finalmente em Propriá em 30 de outubro de 1925 nasce Neiva Chaves Zelaya. E em uma reunião na UESB ( União Espiritualista Cristã Seta Branca ), numa localidade entre Alexânia e Brasília é criado o Doutrinador no plano físico.
Hoje a Doutrina do Amanhecer é presidida por um Doutrinador.
Tia Neiva
Neiva Chaves Zelaya, Tia Neiva, Mãe Neiva, Nossa Mãe, Agla Koatay 108. São várias as formas que podemos nos dirigir a esta mulher, que foi um ser extraordinário que recebeu e estruturou esta Doutrina do Amanhecer em cada um de nós.
O potencial de Tia Neiva não pode ser resumido na clarividência, pois ela foi dotada de mediunidade universal, isto é, possuía todos os tipos de mediunidade, qualidade peculiar de um ser Iluminado.
Fontes:
http://www.valedoamanhecer.com/va/
Oração escrita em local do culto do final da tarde dentro do Vale do Amanhecer
Portão ostenta símbolos cristão, judaico e muçulmano
- Como a Umbanda esta também é uma religião brasileira.
NOTA: Os destaques em coloridos são meus.
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