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28/05/2012

TOLTECA






Tolteca significa em nahuatl, “mestres construtores”.


Os Toltecas foram um povo pré-colombiano, nativo do México que emigrou do norte do chamado agora México, em torno do ano 700 d.C. a grande cidade de Teotihuacán, e estabeleceram sua base militar em Tula no estado de Hidalgo, a 64 km ao norte da moderna Cidade do México, no século X d.C, permanecendo até o século XII d.C..
Pensa-se que sua chegada marcou o militarismo na Mesoamérica, já que o exército tolteca empregou sua força militar para dominar os povos vizinhos. Suas conquistas abrangeram uma área que compreende o sudoeste do Estados Unidos até a América Central.
O povo Tolteca tinha uma cultura refinada, que incluía conhecimentos sobre a fundição do metal, o trabalho em pedra, a destilação, escrita e a astronomia. Sua arquitetura e arte refletiam influencias de Teotihuacán e da cultura Olmeca.
As ruínas de Tula, a vezes chamada de Tollan Xicocotitlán, inclui três templos piramidais, dos quais o maior tem colunas de 4,6 m de altura na forma de figuras humanas conhecidos como "atlantes" (guerreiros); se crê que está pirâmide foi dedicado a Quetzalcóatl, a Serpente Emplumada, deus que os Toltecas adaptaram das culturas anteriores e o adoraram como o deus vindo do planeta Vênus.
Segundo a lenda, um deus rival tolteca Tezcatlipoca, fez com que Quetzalcóatl e seus seguidores abandonassem Tula em torno do ano 1000 d.C.
Já segundo a história, Quetzalcoátl foi um personagem verídico, um Cacique, líder dos Toltecas, e que devido as suas ações foi elevado ao nível de um deus. Sem dúvida, por razões de lutas internas de facções, ele foi exilado de Tula (a capital dos Toltecas).
Antes de sair da cidade ele prometeu que um dia retornaria. Esta promessa e lenda tiveram um papel importantíssimo três séculos mais tarde na conquista dos Astecas pelos espanhóis, quando esse povo pensou que Cortez fosse Quetzacoátl retornando.
Códices e registros do século XVI 16 narra a partida de seu líder, Quetzalcoatl. Um dos relatos mais interessantes, diz que Quetzalcoatl depois de abandonar Tula se dirigiu a uma caverna debaixo da Montanha de Chapultepec (na atual Cidade do México) e nessa caverna, Quetzalcoatl entrou em outra dimensão (Mictlan, Nahual o Omeyocan) e desapareceu para sempre.
A História nos narra que a civilização Tolteca decaiu no ano 1.300 d.C. quando os Chichimecas, junto com outros povos indígenas, invadiram o Vale de Anáhuac e saquearam Tula.
Os Toltecas sobreviventes fugiram para o sul e foram absorvido pelos Mayas, povo que eles haviam conquistado anteriormente.
Estabeleceram-se na cidade Maya de Chichén Itzá, convertendo-a em sua capital e em um importante centro religioso.
Hoje em dia, a palavra Tolteca tem uma séria de significados principalmente para nós que vivemos em grandes cidades, no meio urbano, por diversos países.
Podemos encontrar livros, artigos, conferências, seminários, música e muitas outras coisas relacionadas com a palavra Tolteca. Porém quem foi na realidade os Toltecas?
Nenhuma palavra poderá ser a última sobre os Toltecas, segundo Don Sanchez, em seu livro “Toltecas do Novo Milênio”, existem sobreviventes Toltecas no México, nos nossos dias.
Não é só nos dias de hoje que os Toltecas foram considerados como grandes civilizadores do passado, já no século XVI os Astecas costumavam chamar "Tolteca" ao homem de conhecimento, como uma lembrança da grande sabedoria dos Antigos Toltecas, e consideravam a Toltequidade como o mais alto nível de conhecimento que um ser humano pode alcançar.
Para as pessoas comuns, os Toltecas foram algum tipo de indígenas sábios que desapareceram vários séculos atrás. Dado que os Toltecas se foram já há algum tempo, qualquer um pode assegurar o que esteja perto deles...sem dúvida, os Toltecas não estão aqui para defenderem-se a si mesmos, ou ao menos isto é o que parece...
Existe muita controvérsia entre “mestres” não indígenas do conhecimento Tolteca, de que exista algum povo indígena que seja descendente dos Toltecas.
Porém há um ponto que quase ninguém se deu conta, de que existem comunidades indígenas no México moderno, preservando e mantendo vivas as antigas práticas Toltecas, nas montanhas mexicanas, onde vivem os sobreviventes Toltecas.
Os herdeiros dos Toltecas se autodenominam Wirrarica, muitos deles falam unicamente a língua Wirrarica, porém alguns poucos falam o espanhol também.
Eles não passam de 5.000 membros ao todo. Entre os Wirrarica há grupos especiais de praticantes chamados Jicareros, que são os guardiões das antigas práticas mágicas, eles experimentam níveis de experiência de percepção do mundo, que outros membros da comunidade não podem nem sequer imaginar.
A palavra "Tradição" não significa para os Wirrarika um corpo de crenças, sim um corpo de práticas eficientes orientadas para que o praticante alcance os mais altos níveis de consciência e percepção.
Entre os Toltecas sobreviventes, a figura do mestre, como estamos acostumados a pensar nas sociedades ocidentais e inclusive em algumas sociedades não ocidentais, não existe.
Eles estão acostumados a aprenderem diretamente do Espírito.
O homem de conhecimento, o xamã é um mero veículo que incentiva o praticante a buscar o Espírito nos lugares sagrados.
Não há livros, não há ensinamentos formais e não há mestres humanos. Há somente um conjunto de ações específicas que constituem em si mesmas uma forma de tocar a porta do Espírito, se o Espírito abre a porta, o aprendiz começa então a caminhar.
Não pode simplesmente escutar acerca de Uzi (Grande Espírito), deve vê-lo e escutá-lo por si mesmo, sem intermediários. Essa é a forma Tolteca.
Os Toltecas sobreviventes são indígenas que estão envolvidos em seu próprio mundo e parecem não estar interessados no mundo não indígena.
Eles não estão interessados em nos ensinar, nem em vender-nos nada, eles só estão interessados em sobreviver e manter viva sua tradição porque essa é sua forma de assumir e manter seus campos de energia, como verdadeiros filhos e filhas do Sol, com a mesma natureza e amor de nossa Grande Mãe, a Terra.
A grande mensagem deles é: “Somos filhos do sol e nossa natureza é brilhar!”
Os Toltecas foram um povo com uma das culturas mais importantes da historia do Antigo México. Tiveram um desenvolvimento científico e espiritual extraordinário, no qual a Ciência e Espírito, Tonal e Nagual não se contrapunham, se integravam, como a Águia e a Serpente na figura de Quetzalcoatl.
Este conhecimento se expressava em suas tradições e em sua forma de vida.
A tradição da Toltequidade se baseia principalmente na busca do equilíbrio das duas partes que formam nossa natureza como seres duplos: Tonal e Nagual.
Esta integração entre o nosso ser cotidiano e o outro eu, há de refletir na vida de quem pratica esta Tradição.
Baseia-se também no conhecimento de nossa relação com todos os campos de energia que nos rodeia, desde os Grandes Poderes, como o Sol, a Terra, o Fogo e Água, até nossa relação com as pessoas e a natureza ao nosso redor.
O caminho do Tolteca é a busca incessante de uma relação harmoniosa e de reciprocidade com tudo aquilo que nos rodeia.
Ao meu ver, a Tradição Tolteca não se refere somente a uma história ou nacionalidade específica, mas uma poderosa expressão do espírito humano em busca da expressão de sua verdadeira natureza.
A luta para ser verdadeiramente o que somos. A Tradição Tolteca não é mais uma religião, nem sequer um conjunto de crenças. É um conjunto de práticas poderosas cuja característica principal é sua capacidade de permitirmos entrar nessa outra região de nossa consciência que chamamos de outro eu, o nagual, em que recuperamos nosso poder como seres duplos e percorremos o caminho de retorno ao Grande Espírito.
A Toltequidade é um caminho aberto para todos, não importando sua nacionalidade e crenças religiosas. Um caminho para fazer de nossas vidas uma experiência de plenitude e de nosso mundo um melhor lugar para viver.
A Nova Toltequidade é simplesmente a expressão moderna das antigas práticas dos Guerreiros Toltecas, as quais se estruturam de acordo com as características e necessidades do mundo moderno.
Uma das práticas mais importantes da Tradição Tolteca é a Peregrinação Sagrada, na qual transcorre em dois planos.
No plano físico, os peregrinos viajam desde o mundo cotidiano até os Locais Sagrados. No plano interno, a peregrinação é um desprendimento do Tonal (a consciência ordinária) até o Nagual (a consciência do outro eu).
Os Locais Sagrados são aqueles que são mais propícios para conectarmos conscientemente com o Grande Espírito que anima tudo que existe e a Peregrinação é como a vida: um caminho de retorno para recuperar nossa unidade secreta com tudo que existe.
Ao realizarmos estas peregrinações, receberemos instruções do Grande Espírito para continuar nosso caminho de crescimento.
Peregrinamos em Busca da Visão que dê um sentido, mas profundo a nossa vida e para abrir a porta energética do novo tempo a que nos dirigimos tanto no âmbito individual como na escala planetária.
Os objetivos desta experiência se realizam em dois níveis: O nível individual, da peregrinação tem como objetivo viajar aos lugares sagrados para "ver nossas vidas" sob a luz do encontro com o Grande Espírito.
Num contexto global, temos o objetivo de recolher a semente da Nova Toltequidade, e a levarmos além da fronteira de nosso lugar de origem, onde nos converteremos em semeadores que sabem compartir a semente do Conhecimento Tolteca, através de nosso modo de vida, para que, esta semente floresça cada vez mais nos corações das pessoas em todo o mundo.
A Peregrinação Sagrada nos ensina através do espírito, o amor incondicional, a recuperação da paixão pela vida, a comunicação e interação com nossos irmãos, a fluidez no meio de nossas batalhas diárias e nossa natureza como seres luminosos, associadas a cada um dos Grandes Poderes (a terra, o fogo, a água, o vento e o sol) que são explorados em cada um dos lugares sagrados que visitamos.
Essa peregrinação, não é nada mais do que um Rito de Passagem preparatório para o início de uma nova etapa em nossas vidas em plena consciência.

Lembrem-se sempre que:

“Somos filhos do Sol e nossa natureza é brilhar!”


- Baseado num texto de Don Miguel Ruiz, traduzido livremente por Wagner Frota.





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