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22/01/2012

UM TUPINAMBÁ ESCREVE SUA HISTÓRIA






Tupinambás

O termo tupinambá provavelmente significa “o mais antigo” ou “o primeiro”, e se refere tanto a uma grande nação de índios, da qual faziam parte, dentre outros, os tamoios, os temininós, os tupiniquins, os potiguara, os tabajaras, os caetés, os amoipirias, os tupinás (tupinaê), os aricobés e um grupo também chamado de tupinambá.

Os tupinambás como nação dominavam quase todo o litoral brasileiro e possuíam uma língua comum, que teve sua gramática organizada pelos jesuítas e passou a ser conhecida como o tupi antigo.




1500 - Igaraçu epiak- Os Tupinambás avistam as navegações européias, e temos contato com os primeiros de peles brancas.


1538 – Epi Ilhéus – Inicio da construção dos engenhos pelos portugueses e do trabalho escravo de nossos parentes [Tupinambás ] e a perda de nossas terras,assim como a agressão sistemática sobre nossa tradição nossa religião, nossa cultura como um todo.


1558 – Os parentes [ Tupinambás ] começam a reagir ao trabalho escravo e usurpação de nossas terras,destruindo os canaviais e os povoados Existiam ainda muitas aldeias livres. Muitos parentes não-catequisados.


1558/1559 – O massacre dos parentes, comandado pelo então Governador geral Mem de Sá.


1559 – Os parentes são obrigados a reconstruir os engenho e trabalhar como escravo s como pagamento de tributo à coroa portuguesa.


FINAL DO SECULO 16 – Os parentes Aymorés dominavam a região de Ilhéus. Os jesuítas catequizam os parentes (Tupinambá).


INICIO DO SECULO 17 – Decadência dos engenhos de açúcar e toda a economia colonial da região. Os nossos parentes são libertados da escravidão dos engenhos. E com isso ganhamos
uma autonomia maior do nosso território.



SEGUNDA METADE DO SECULO 17 – Os Jesuítas aumentam
Sua presença em Ilhéus.Reúne os índios no engenho de Santa Ana e na aldeia da Praia de Batuba, (N.Sra da escada).



1692 – O Governador geral recebe as lideranças da aldeia para dialogo de convencimento da construção da Igreja e mudança dos parentes para outro lugar.


1698 – Visita do Arcebispo da Bahia, D.João Franco de Oliveira para ver o nível de catequisação dos parentes.


INICIO DO SECULO 18 – Construção da Igreja N.Sra da Escada.


1717 – Revolta dos parentes à missão dos Jesuítas.


1817/1819 (INICIO SÉC.19) – O modo de vida dos parentes dessa época.


TERRA – OLIVENÇA- é terra indígena habitada exclusivamente pelos parentes. Era uma bela vila, com belas árvores (como até hoje tem) lindas praias, rios e riacho com águas fortes e ferruginosas.
Belos recifes. Isso tornava um ambiente saudável.



HABITANTES – Cerca de 1000 habitantes. Era uma gente bela, saudável, forte e esbelta.

Ótimos remadores e nadadores. Vestiam roupas leves de algodão.

Os parentes já mostravam a influência da educação jesuítica e eram de natureza pacífica, leal e dócil ocupando as povoações das antigas missões além de palhoças isoladas ao longo da costa.


MEIOS DE VIDA – Bons agricultores, caçadores, pescadores. Viviam também de uma verdadeira industria de rosários feitos de coco de piaçava, que eram vendidos para Bahia; 10 réis cada.

As contas do rosário eram polidas em uma maquina rústica feita pelos próprios parentes.

Também faziam esteiras, escovas e cordas de piaçava, assim como chapéu de palha.


As roupas de algodão dos parentes era feita por eles mesmo, de tecido feito na própria aldeia , faziam também escudos, pentes e outros objetos da carapaça de tartaruga.



HABITAÇÕES – As casas era cobertas de palhas de ouricanas e fibra de piaçava (colocadas nas cumeeiras como proteção da chuva). As casas de OLIVENÇA eram construídas em fileiras na encosta do morro com vista para o mar.
(...)


1817/ 1819 (INICIO DO SEC.19) – Depois da escravidão e de todos massacre, os parentes viveram em certa tranqüilidade. Simples porem saudáveis . Tínhamos o domínio da terra.


1850 – Perda da liberdade e da autonomia devido à interferência das autoridades e a exploração de madeiras por brancos gananciosos.


1865/ 1870 – Nossos parentes, como muitos outros indígenas, são obrigados a lutar contra o Paraguai, sob o titulo de “voluntário da pátria”. Olivença perde a autonomia e passa a fazer parte de Ilhéus.


1870/ 1880 – Inicio da exploração de cacau, o que levaram muitas
mortes dos parentes Aymorés (Pataxó, Camacã e Guerém) pois muitas matas foram cabrucadas para o plantio de cacau.

Os cacauicultores presenteavam os parentes com roupas contaminadas com doenças e praticavam o envenenamento dos rios.
Nesse período OLIVENÇA tornava-se alvo de interesse de ricos
Cacauicultores.



1914/ 1915 – Brigas políticas pela administração de OLIVENÇA, manipuladas por elites de Ilhéus.


1922 – A associação dos comerciantes de Ilhéus decide, através de
carta enviada a Salvador, inicia a construção do rio CURURUPE,
para ligar Ilhéus a OLIVENÇA.



1926 – Primeira revolta nossa contra a intrusão do povo (não-indios) em nossa terra através da construção da ponte do CURURUPE, esse fato histórico ficou conhecido popularmente como a “REVOLTA DO CABLOCO MARCELINO”.



Nós nos organizamos há alguns anos atrás e em 2001 vieram o reconhecimento étnico e hoje lutamos pela demarcação de nossas terras, e preservação da nossa raiz e tronco, da cultura e costumes.
Sabemos das dificuldades, pois como todos índios do nordeste, mantiveram contato com os não-indios por tempo.


Muito prolongado, desde1550, e que gerou uma miscigenação e desinculturação muito grande.


E hoje estamos restaurando o que quase foi perdido e com fé em TUPÃ vamos alcançar nossos objetivos.



( Jaborandy- Tupinambá )

Fonte: http://retomadatupinamba.blogspot.com/2010/07/tupinamba-escreve-sua-historia.html 

- FILHO DE TUPÃ

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