.OKEY CABOCLO!

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OKEY CABOCLO!

18/12/2011

CANDOMBLÉ DE CABOCLO





O que neste texto é explanado trata-se do culto aos Caboclos numa abordagem de um Terreiro de Camdomblé de Caboclo, por isso é recomendado que ao lê-lo não se faça questionamentos com base nos Cultos de Nações e nem na Umbanda.

Ao nos posicionarmos com uma mente aberta, podemos apreciar a beleza da multiplicidade Divina ao menifestar-Se segundo o entendimento de cada agrupamento de Suas criaturas.

O texto foi baseado nas palavras de um homem formidável, pela simplicidade e a disposição em esclarecer, sem se preocupar com o tempo empregado para isso. Com trejeitos e sorriso que nos lembram um Preto Velho, ele trabalha com amor e caridade, sem nada cobrar. Sacerdote de Camdomblé de Caboclo que pediu para ser identificado apenas como Pai Zé.

No Candomblé de Caboclo, Orixás e Caboclos são tratados como Entidades de naturezas diferentes de como saõ vistos no Candomblé Tradicional  ( Culto de Naçoes ), assim como na Umbanda. Vale esclarecer que eles não trahalham com os Pretos Velhos e os demais Guias de Umbanda. Só incorporam os Orixás e Caboclos.

Além das distinções formais quanto à nomenclatura e seu significado, há aspectos que os distinguem e que são importantes na relação que se estabelece entre cada um deles e seus devotos.

Nos cultos de Nações todo filho-de-santo deve ser iniciado para um determinado Orixá ( Inquice, Loa, ou Vodum), que é considerado seu Antepassado, seu Pai ou Mãe, sua Fonte de vida. A iniciação implica recolhimento e ritos complexos que envolvem toda a hierarquia de uma Roça.

O culto dos Caboclos não requer processo iniciático deste tipo, podendo ocorrer em algumas casas o " Batismo do Caboclo ", um ritual de confirmação, bem mais simples que a “feitura”.

Os Orixás africanos vêm aos terreiros de Nação para dançar e trazer o Axé para seus filhos, Terreiro e comunidade. E, Eles falam, ainda que apenas com algumas pessoas com cargos sacerdotais, diferentemente dos Orixás que descem em Terreiro de Umbanda e Candomblé de Caboclo, que não falam com ninguém.

Já os caboclos dirigem-se diretamente a todos que os procuram nos toques ou nas festas. Conversar é sua característica marcante. Todo caboclo é falante. Pode ser simpático ou carrancudo, amigável ou arredio, irreverente ou reservado, mas é sempre falador.

Para se conhecer a vontade dos Orixás é preciso recorrer ao jogo de búzios, que somente a Mãe ou Pai-de-Santo com permissão, ou " Mão de Ifá " pode jogar. Mesmo com respostas positivas, parecem um tanto distantes de nossa realidade.

Os caboclos dizem o que sentem sem nenhuma mediação. A relação com o consulente é direta, face a face. Eles ainda ajudam no esclarecimento sobre a vontade dos Orixás.

A línguagem é outro fator importante nesta distinção, pois grande parte das pessoas que vão aos terreiros de Nação não compreende a línguagem ritualística que são derivadas do iorubá, fom ou kicongo e kimbundo, etc., e que eles empregam em seus cantos e rezas.

Nem mesmo a maioria dos filhos-de-santo das comunidades sabe o que está cantando, pois as misturas das várias línguas rituais hoje são intraduzíveis.

Aos caboclos, pelo contrário, canta-se em português. Suas cantigas são simples e sugestivas, com expressões e termos conhecidos do catolicismo tradicional e do imaginário popular.

E mesmo que um Caboclo se apresente com uma linguagem que denota sua origem tribal, é mais fácil um entendimento porque há os outros Caboclos que falam em português e fazem a tradução, normalmente o Caboclo Chefe da Casa. Um culto assim é menos afro e mais brasileiro, ou seja, mais “nosso” e para um número , maior de gente.

" Em nosso Terreiro, os Caboclos são concebidos como “Mensageiros” dos Orixás. Eles são transmissores das Vontades Divinas, afinal “eles nos transmitem o que os Orixás desejam nos falar”."

" Outra distinção importante é que, em nosso culto atentamos apenas para a primeira vibração, a original, de cada Caboclo. Sei que muitos consideram isso como padronizar as manifestações, mas eu entendo que tudo o que fazemos e nomeamos é por nossa causa, para o nosso entendimento.

Eu entendo, também que nenhum ser humano na terra pode dizer como é a ordem das coisas Divinas, então se para um melhor desempenho do meu trabalho e daqueles que em mim confiam eu tenha que padronizar, assim eu farei. Mas é por nossa causa, não deles."


A seguir, uma lista com Os Orixás e alguns de Seus respectivos caboclos e caboclas, notando como os nomes dos caboclos tendem a fazer referência a Atributos do Orixá:

Ogum - Caboclo do Sol, Pena Azul, Serra Azul, Sete Laços, Trilheiro de Vizala, Sete Léguas, Rompe Mato, Laço de Prata, Peito de Aço, Sete Espadas, etc.;

Oxóssi -
Mata Virgem, Pena Verde, Jurema, Humaitá, Tupinambá, Sete Flechas, etc.;

Ossaim - Junco Verde, Folha Verde, Boiadeiro das Matas, Floresta, Guaíra, Guarani, etc.;

Omolu - Xapangueiro, Arranca-Toco, Pedra Negra, Pena Preta, Ubatuba, Cambaí, etc.;

Nanã - Treme Terra, Cabocla Camacuê, Rei da Hungria, etc.;

Oxumarê - Caboclo Cobra, Cobra Coral, Jibóia, Sucuri, etc.;

Xangô - Girassol, Mata Sagrada, Boiadeiro Zamparrilha, Boiadeiro Trovador, Boiadeiro Corisco, Sete Pedreiras, etc.;

Iansã - Ventania, Vento, Jupira, Zebu, Jaguar, Caboclo dos Raios, Gira- Mundo, etc.;

Obá - Pena Vermelha, Folha Seca, Tupiara, Poti, Peba, Ciuê, etc.;

Oxum - Cabocla (o) da Lua, Jandaia, Cabocla Menina, Estrela Dourada, Sultão das Matas, Yara, etc.;

Logun-Edé -
Laje Grande, Laje Forte, Bugre, Bugari, Ererê, Pantera, etc.;

Ewá -
Serena, Cainana, Guaraci, Iracema, Peri, Araribóia, etc.;

Iemanjá -
Beira Mar, Sete Ondas, Indaiá, Juremeira, Estrela, Sete Estrelas, Janaína, etc.;

Oxalá -Tomba Morro, Seta branca, Pedra Branca, Pena Branca, Lua Branca, Águia Branca,etc.. 




VSL


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