...Em que espelho olham?
Pouca coisa a acrescentar ao que já sabiamente foi dito aqui nesta lua. Mas vale a pena prosseguir nesta linha e mostrar a vocês, quem sabe, onde está, eu pergunto a vocês, o inimigo?
Acredito que seja uma pergunta interessante, pois identificá-lo, a nível de sua ameaça, talvez justifique o modo como muitos de vocês agem, defensivos, quase o tempo todo.
E eu pergunto outra vez, não onde está, mas quem é o inimigo? E na verdade, talvez respondendo por vocês, o mais ameaçador de todos reflete-se no espelho quando, fora do equilíbrio, vocês mesmo se vêem feios.
Mas eu duvido que, felizes, confiantes, plenos e conscientes de suas capacidades, junto à grandeza da natureza, em campo aberto, onde espelho é a superfície plana de um lago azul que reflete o céu. Em um lugar assim, em um momento como este, o seu reflexo é deslumbrante, com certeza.
Portanto, em que espelhos estão se olhando? Em quais modelos vocês se baseiam para seguir em frente?
Talvez seja mesmo, como já dissemos, o momento de mudança, virada de um ciclo, em direção ao novo mundo. Talvez por isso se sintam com medo, retraídos em uma insegurança diante do desconhecido.
Pois bem: abram os olhos, estufem o peito, olhem ao sol, desafiem a vida, no bom sentido. Nada, nem ninguém, pode ser seu inimigo, porque se fosse, não estaria à altura dos seus olhos, que olham para o alto, como disse, desafiando o sol. E esta autoconfiança, esta certeza, esta força que vocês tem, não poderá jamais se transformar no excesso e na arrogância.
O exercício contrário é perfeito, como fazíamos nós em silêncio, à noite. Às vezes, sozinhos, para estarmos perto de nós mesmos, em noite de lua grande, alguns de nós ajoelhávamos com respeito à beleza.
Nem por isso, éramos, nesta suavidade, menos homens, menos guerreiros e menos valentes. Portanto, filhos, irmãos, amigos, alternem ousadia e coragem com delicada e sutil humildade.
Ousadia e coragem não é arrogância, nem a humildade, subserviência. Este talvez seja o segredo do equilíbrio em suas relações internas, pessoais, e nas relações com todos que nós chamávamos tribo, nação e vocês chamam sociedade.
Que a paz possa estar no fundo de cada um de vocês, para que reflitam e sejam vocês, espelhos perfeitos para os novos tempos.
( Pedra Alta )
Por Helen Ians em Arte de viver
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