.OKEY CABOCLO!

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OKEY CABOCLO!

22/08/2012

Pai Sumé, O Espírito Guardião do Brasil








Pai Sumé ou Suman é considerado o protetor da terra do Brasil. Este ensinamento tradicional é conservado por alguns pajés indígenas e caboclos.

No Brasil existem dois tipos básicos de Pajelança (Xamanismo Brasileiro): a Indígena e a Cabocla. A Indígena é a tradicional e milenar arte do pajé não possui elementos “brancos”. A Cabocla é derivada da anterior e adotou elementos não indígenas das religiões cristãs e africanas. Ambas tradições são um tesouro espiritual para todo o brasileiro.

Para o sábio da floresta a Natureza é viva e tem alma. A Mãe Terra respira, canta e sente dor. Os bichos tem sua inteligência e parte invisível. Tudo tem uma hierarquia e nada fica solto sem nome ou lei. Portanto, cada coisa tem o seu lugar e uma ordem. Montanhas, rios, grutas, florestas e todos os viventes possuem um guardião.

Ele é o responsável pela harmonia local e deve responder ao seu superior. Desta maneira, cada elemento da Natureza está entrelaçado com o outro. O guardião da mata fala com o guardião da terra que fala com o guardião do lugar (país, continente, etc.).

Pai Sumé é o responsável pelo que chamamos de Brasil, que não tem a mesma geografia que nós “caras pálidas” criamos através de intrigas, guerras e conquistas. Ele zela por estas terras e criaturas que aqui nascem vivem e morrem.

Quando as coisas ficam muito complicadas cá embaixo, Pai Sumé se manifesta em carne e osso para por ordem na casa. Creio que ele já deve estar se preparando para mais uma encarnação!

A tradição conta que muito tempo atrás, quando os brancos não tinham ainda chegado por aqui, Pai Sumé se manifestou, andou, comeu e ensinou entre os nativos.

Neste tempo, dizem os pajés, os indígenas haviam esquecido as tradições mais antigas e viviam segundo seus caprichos. Uns brigavam com os outros e cobiçavam as mulheres de seus parentes. Não conheciam a plantação da mandioca, o segredo das plantas sagradas para falar com os espíritos, a fabricação das canoas e a linguagem das estrelas.

Os mais velhos não se lembravam de sua origem e não conseguiam mais contar as histórias de seus ancestrais. A vida estava um caos.

Pai Sumé, chamado também de Tonapa, tomou um corpo de homem muito alvo e apareceu no mundo. Quem morava perto do mar viu Sumé chegando pelas ondas…

Ele entrou pela aldeia e começou a ensinar. Ficou um tempo e quando tudo retornou à ordem natural foi embora.

Ele fez isso em cada aldeia desta terra e foi visto também nos Andes e na Patagônia. Em cada lugar deixou marcas de sua passagem, como impressões de seus pés, mãos e estranhas inscrições nas pedras dos montes, praias e itapébas (lajes).

Em Santos (SP), muito antigamente, existia uma fonte chamada São Tomé (Sumé foi sincretizado com o apóstolo São Tomé) que ficava no cruzamento das avenidas Bernardino de Campos e Floriano Peixoto de hoje. Na laje da fonte natural se encontrava uma marca do pé de Pai Sumé.

Depois que o sábio Pai restabeleceu a tradição perdida, ele voltou ao Toryba (Paraíso Celestial) de onde continua vigiando.

Certos pajés amazônicos contam que ele escondeu alguns segredos no Norte do país. Pai Sumé teria escrito certos símbolos em pedras e as deixou numa espécie de cova no Acre. As inscrições contêm o destino do Brasil e a verdadeira origem dos primeiros habitantes. Alguns pajés conhecem o caminho da cova e zelam pelo lugar.

Na Pajelança, quando queremos a ajuda de Sumé, cantamos e invocamos seu nome. Também jejuamos e usamos a defumação com certas ervas especiais. Nos tempos de hoje, a intervenção de Pai Sumé é muito importante. Estamos desconectados com a Mãe Terra e com nossas almas.

O país está entregue a “demônios estrangeiros” e muitos brasileiros envenenam as águas, matas e lugares onde vivem. Os verdadeiros donos daqui, nossos irmãos indígenas, são dizimados e roubados em nome da modernidade e do lucro.

Uma das maneiras de pedir a ajuda dele é através do Reiki Sumé, que nasceu sob a bandeira de sua herança e dentro da Umbanda. Quando nos colocamos como veículos da energia universal, Pai Sumé nos ajuda a curar e autocurar.

Esta misteriosa oração pode ser usada para saudar a Pai Sumé:

Prece a Sumé (Pajé Avarumã):

“Guardião de nossa pátria, protetor destas terras, purifica onde vivemos de todo o miasma e protege nossos lares dos seres malvados.
Vigia nossas matas, rios, cachoeiras e montes, Sumé!
Guarda nosso povo dos inimigos e exploradores, Grande Pajé!
Tua bênção, que vem do Toryba¹ e do Coaracyguaçú², se espalhe por onde eu caminhar, Tonapa, nosso Pai!”


[1] Toryba: o paraíso ou morada de Tupã, o Deus Criador.
[2] Coaracyguaçú: o grande Sol invisível que fica atrás do nosso Sol visível. Lugar onde vivem os espíritos puros ou encantados dos primeiros tempos.

Por Edmundo Pellizari
Fonte: O Ser Místico







AS TRILHAS DE SUMÉ*


A pintura representa Sumé (Pai Tumé ou São Tomé) descerrando mata adentro o Caminho de Peabirú. Eis um mapa




Na imagem abaixo, uma ramal paranaense do caminho. Mui utilizado por índios, exploradores espanhóis, tropeiros e bandeirantes. Pelos entradas também



Regato que atravessa a ramal catarinense do Peabirú, em São Bento do Sul (SC)



Outro vestígio de Peabirú



No antigo retrato, expedidores saem em busca de Paebirú



* Uma das mais importantes heranças indígenas encontradas pelos colonizadores ao chegar ao Brasil foi, sem dúvida, o Peabirú, uma estrada de mais de 2.500 quilômetros - e com inúmeras rotas secundárias - que ligava o alto dos Andes até o litoral sul brasileiro.

O Peabirú era uma valeta de 1,40 metro de largura e 40 centímetros de profundidade, forrado por uma gramínea que impedia erosões. Os primeiros relatos sobre o caminho datam de 1516 e são envoltos em mistérios e lendas.

Entre eles, a de que o Peabirú fazia parte da Estrada do Sol, construída durante o Império Inca. O seu formato mais largo em relação às outras trilhas existentes em território brasileiro na época reforça a tese dos defensores dessa teoria.

Já os jesuítas acreditavam que ele havia sido construído por São Tomé. Especulações à parte, o fato é que o caminho, ladeado por muitas aldeias de índios guaranis, foi amplamente usado por diversos conquistadores, em diferentes períodos da colonização.

O trecho inicial do Peabirú, chamado de trilha dos tupiniquins, era o único meio conhecido na época de cruzar a Serra do Mar. Passou a ser muito utilizado também pelos jesuítas, principalmente por José de Anchieta, quando estes colocaram em prática o trabalho de catequização dos índios. Por isso, a trilha foi rebatizada como "Caminho do Padre José".

Daqui

Também tem um documentário rolando - "Expedição Peabirú". Parece bem interessante:http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Uq8NLm6xsRQ

FONTE: http://zuboski.blogspot.com.br/2009/03/blog-post_17.html


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