Aqui
Aqui, deposta enfim a minha imagem,Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem,No interior das coisas canto nua.Aqui livre sou eu — eco da luaE dos jardins, os gestos recebidosE o tumulto dos gestos pressentidos,Aqui sou eu em tudo quanto amei.Não por aquilo que só atravessei,Não pelo meu rumor que só perdi,Não pelos incertos actos que vivi,Mas por tudo de quanto ressoeiE em cujo amor de amor me eternizei.Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Dia do Mar'.
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