.OKEY CABOCLO!

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OKEY CABOCLO!

20/12/2010

Chakras - Centros vitais no intercâmbio mediúnico



 



















 









" Encontramos os centros vitais como sendo representações do corpo psicossomático ou perispírito. São verdadeiras subestações energéticas."

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À proporção que encontramos no mapa fisiológico do indivíduo, os diversos entroncamentos nervo­sos, de vasos, de veias, temos aí um foco de expansão de energia.


O nosso centro coronário, que é a porta que se abre para o cosmo, é a “esponja” que absorve o influxo de energia e o distribui para o centro cerebral, para o centro laríngeo, e, respectivamente, para outros centros que se distribuem com maior ou menor intensidade, através do corpo.

Sabemos que tais energias, antes de atingir o corpo físico, abrigam-se no corpo espiritual. Do mesmo modo como se tivéssemos uma grande cisterna de água abastecendo uma cidade, tendo em cada residência a nossa particular, verificamos no organismo a grande “cisterna” que absorve as energias de maior vulto, que é o citado centro coronário, e as pequenas “cisternas” que vão atendendo às outras regiões:

O centro cerebral atendendo às funções intelectivas do homem, acionando as funções da mente; o centro laríngeo responsável pela respiração, pela fala e todas as funções importantes do aparelho fonador; temos o centro cardíaco que está ativando as emoções, as emissões do sentimento do homem, atuando sobre o músculo cardíaco. Conhecemos o centro gástrico responsável pela digestão energética e naturalmente achamos aí, no campo da mediunidade, uma contribuição muito grande, por­que os médiuns invigilantes ou que estão nas lides sem o devido policiamento, sem as devidas defesas, quando entram em contato com atormentados, sentem as tradicionais náuseas, absorvendo energias que os alimentam de maneira negativa e provocam mal-estares de repercussão no soma, no corpo físico; a dor de cabeça, tão comum aos médiuns, são energias atingindo o centro cerebral.


Lembramos, ainda, o centro esplênico, responsável pela filtragem de energia, atuando sobre o baço, do mesmo modo que este é responsável pelo armazenamento do sangue, pela filtragem; e, achamos o centro básico ou genésico, por onde absorvemos a energia provinda dos minerais, do solo, o chamado pelos jogues de “kundalini” ou “fogo serpentino”.

Esses centros espalhados são tidos como os mais importantes, mas, ao longo do corpo, temos vários outros centros por onde as energias penetram ou por onde elas são emitidas.


 



























Dessa forma, os centros de força são distribuidores de energia ao longo do corpo psicossomático que têm a função de atender ao corpo somático. Identificamos a correspondência das veias, das artérias e dos vasos no corpo físico com as “linhas de força” do corpo perispiritual. Eis porque, quando recebemos o passe, imediata­mente, sentimos bem-estar, nos sentimos envolvidos numa onda de leveza que normalmente provoca-nos emoção.

Porque as energias penetram o centro coronário e são distribuídas por essas “linhas de força”, à semelhança de qualquer medicamento, elas vão atingir as áreas carentes. Se estivermos com uma problemática cardíaca, por exemplo, não haverá necessidade de aplicarmos as energias sobre o músculo cardíaco, porque em penetrando nossa intimidade energética, aquele centro lesado vai absorver a quantidade, a parcela de recursos fluídicos de que mecessita.

Do mesmo modo, se temos uma dor na ponta do pé e tomamos um analgésico, que vai para o estômago, a dor na ponta do pé logo passa.

Então, o nosso cosmo energético está, como diz a Doutrina Espírita, ligado célula por célula ao nosso corpo somático. Por isso, os centros de força do perispÍrito têm seus correspondentes materiais nos plexos do corpo carnal, ou, diríamos de melhor maneira, os plexos do corpo carnal são representantes materiais, são a expressão materializada dos fulcros energéticos ou dos centros de força, ou, ainda, dos centros vitais do nosso perispírito.

Texto do Livro Diretrizes de Segurança (Divaldo Franco e Raul Teixeira)







Resumindo de forma bem simplória, diríamos que os chakras magnos se combinam com os médios para se chegar a uma tabela sobre cada tipo de mediunidade.
É preciso entender que ser médium não quer dizer ser evoluído.


A mediunidade é passiva em todas as suas manifestações com raríssimas excessões, como a mediunidade de inspiração, porém, nestes casos aumenta o animismo, ou seja, a interferência intelectual do mediador.


Clarividência: (ver) - envolve o chakra coronário e um conjunto de 5 chakras medianos que os circundam, mais o chakra frontal.

Clariaudiência: (ouvir) - envolve o chakra cardíaco e o laríngeo, mais o médio do ouvido.

Psicofonia: O uso dos chakras cardíaco, umeral (costas), laríngeo e chakra médiano das cordas vocais.

Escrita direta (Médiuns pneumatográficos): Envolve o chakra cardíaco, laríngeo, médios do ombro, do cotovelo e da palma da mão, mais o chakra umeral, que fica nas costas (é o canal de entrada).


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Passes mediúnicos

Chakras medianos: Palma da mão, cotovelo, ombro, cardíaco, frontal. (Não confundir com passes mesmerianos). Porém todos chakras participam, em grau menor, em qualquer manifestação mediúnica.

Um dos chakras de fundamental importância, é o chakra do plexo solar, pela sua complexidade.

Vórtice Solar: Situado no plexo solar, ligeiramente acima do umbigo, este vórtice é composto por três bocas, como se fosse uma dentro do outra, estão superpostos, o primeiro tem a boca na quarta camada (Solar externo), o segundo tem a boca na terceira camada (Solar Médio) e o terceiro na segunda camada (Solar interno).

Em situação de repouso eles parecem um só visto de cima, mas em situações particulares, eles se separam abrindo um para cada lado, visto de cima pode estar alinhados, ou formando uma figura triangular, podem se movimentar de acordo com a situação energética, os talos tem uma complexidade no interior do organismo, em suas várias ramificações, mas terminam todos entre a 8ª e 9ª vértebras dorsais da coluna vertebral.


São órgãos de importância transcendental para o equilíbrio energético do ser humano, para a manutenção da saúde e da harmonia biológica, psicológica e espiritual.

Estes órgãos de percepção e transmutação de energias extra-físicas são de vital importância para todo aquele que se propõe atingir estados superiores de consciência ou de sua evolução anímica.


No sistema nervoso é onde se efetua a comunicação do espírito com o corpo físico, o meio de manifestação é o próprio fluido do qual está impregnado toda a atmosfera, classificada como sendo o éter.

No ser encarnado podemos classificar três organizações: O encéfalo, os plexos e a coluna vertebral, muito embora constituam um único sistema nervoso. 

Os plexos constituem um sistema singular, dispersos em várias ramificações e por onde circulam os fluidos eletromagnéticos vindos do corpo espiritual e do próprio duplo etérico. 

É onde se concentram o maior número de nervos, embora estes últimos se encontrem no corpo físico e os chakras, na contraparte mais etérica do ser humano.


Esta coincidência entre a localização dos chakras no corpo etérico e os plexos nervosos no corpo físico, é que facilita a transformação das energias que circulam por estes sistemas e que contribuem para o equilíbrio psico-fisiológico do ser. 

Funcionam, portanto, os chakras e os plexos, como transdutores de energias cósmicas, telúricas, ou qualquer forma que as energias do universo se manifestem.


Tais chakras assemelham-se a cúmulos energéticos, com velocidade e cor apropriadas a cada um, de acordo com a vibração que se manifestem. 

A função dos chakras é de realizar e manter as transferências das energias vindas dos diversos Reinos da Natureza, desde as energias cósmicas até as ambientais, contribuindo para a integração do espírito com os seus veículos de manifestação: o perispírito e o corpo físico

Embora a quantidade dos chakras seja muito grande, fala-se apenas em sete, que são considerados os mais importantes na estrutura astralina. Os grandes chakras estão vinculados a importantes zonas ou órgãos do corpo físico.


Não existem dois chakras absolutamente iguais, pois que a sua estrutura e coloração resultam do próprio equilíbrio comportamental do indivíduo. No caso do espírito encarnado, podem ocorrer muitas mudanças numa única encarnação, dependendo do seu estado de saúde íntima, modificando assim a coloração dos vórtices de energia.


Desta forma para os espíritos já esclarecidos, torna-se fácil distinguir no homem o seu estado íntimo, saudável ou enfermiço, de acordo com as irradiações observadas em seus chakras, sendo impossivel a alguém que mantenha uma conduta menos digna, enganar ou fazer-se passar por santo, uma vez que apenas na aparência, poderá, com alguma habilidade, lograr tal coisa.


Os tons e matizes que se observam em cada chakra estão sujeitos a modificações ou alterações quanto ao aspecto dos vórtices de energia, sendo que para tal, influem poderosamente os pensamentos e as emoções, o cuidado que se deve ter com as próprias criações mentais e estados emocionais, pois que quando um chakra não vibra de forma harmoniosa, o órgão ou a glândula a ele ligado, sofre interferência de forma direta, causando uma disfunção.

Cabe aqui a constante advertência de iluminados companheiros espirituais quanto ao imperativo de uma reforma dos padrões de conduta, tendo em vista a íntima relação existente entre a vida moral e o equilíbrio do espírito.

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Novamente, os sete chakras principais:

Coronário: é o mais importante vórtice energético, recebe diretamente a influência do espírito sobre os outros chakras.

Frontal: funciona como porta aberta às realidades objetiva e subjetiva do universo, as glândulas endócrinas são diretamente influenciadas por esse chakra.

Laríngeo: corresponde a tireóide, importante centro psicofônico, das manifestações da alma no mundo fenomênico.

Cardíaco: auxilia na distribuição e oxigenação do sangue.
Gástrico - plexo solar: responsável pelo metabolismo do processo digestivo, responde pelas emoções.

Esplênico: mantém o equilíbrio orgânico, relacionado à produção do plasma sanguíneo, absorve a vitalidade solar.

Genésico: Básico ou fundamental: importante centro energético, da metabolização do magnetismo primário, da manutenção da forma física e da elevação da alma.



Beraldo e Cristina - Via comunidade no Orkut "Estudos Umbanda e Espiritismo".

A UMBANDA E OS CABOCLOS



 
Temos observado nos últimos anos um grande interesse dos umbandistas pelos aspectos religiosos da cultura africana e um esquecimento dos apectos da cultura indígena; o que vem, na nossa opinião, colaborando para uma grande distorção dos ensinamentos umbandistas.
Já sabemos que a umbanda é uma religião brasileira, e que possui fundamentos de várias culturas, entre elas a africana.
Por ser brasileira tem em todos os Terreiros a presença dos Caboclos, os donos da terra.
É facil observar que a grande maioria dos Terreiros de Umbanda possuem na figura do Caboclo a do chefe da casa, o mentor do Terreiro.
Estamos nos referindo a Terreiros de Umbanda e não as dezenas de outros cultos existentes como Omoloko, Nação, Batuque, Tambor de Mina, Umbandomble, etc...
Observamos novos adeptos que entram para a Umbanda e rapidamente, mesmo sem se aprofundarem nos ensinamentos umbandistas, acabam buscando fundamentos do Candom blé o que gera uma grande confusão e enfraquecimento da sua fé.
Muitos chegam a frequentar barracões de Candomblé, na ilusão de que receberão mais forças, para seguirem na Umbanda.
Puro engodo!
Isto demonstra somente a total falta de conhecimentos, e falta de fé na religião escolhida, que é a Umbanda.
É importante deixarmos claro que Candomblé e Umbanda são religiões totalmente diferentes em seus fundamentos, autonomas e que em hipotese alguma é possível se mesclar estes fundamentos, procedimento que acaba levando os mais novos a um processo de total destruição da sua fé e dos reais ensinamentos umbandistas.
Quem é Umbandista deve seguir os ensinamentos Umbandistas, quem é de Nação deve seguir os ensinamentos de sua Nação.
Não é possível querer manter um pé em cada canoa...vai chegar uma hora que você vai ficar sem nenhuma das duas e então não nos atrevemos a escrever sobre as consequências 
 
 
Pensando nisso, o Núcleo Mata Verde escolheu o ano de 2011 para divulgar e propagar a cultura indígena em nosso meio, estaremos divulgando pela TV Saravá Umbanda ( www.tvsu.com.br ), pelos nosso site ( www.mataverde.org ) e nas palestras realizadas em nossa casa a cultura e religião indigena.
Precisamos urgentemente conhecer os ensinamentos dos donos da Terra, daqueles que vivem aqui neste país a milhares de anos...eles tem muita coisa para nos ensinar.
 

Segue abaixo texto recolhido na Internet no site: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/arawete/110
 
 
Abraços,
Saravá Caboclo Mata Verde!
Manoel Lopes - Dirigente do Núcleo Mata Verde

 
 
O POVO INDÍGENA

Cosmologia e xamanismo

 

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No começo os humanos (bïde) e os deuses (Maï) moravam todos juntos. Esse era um mundo sem morte e sem trabalho, mas também sem fogo e sem plantas cultivadas. Um dia, insultado por sua esposa humana, o deus Aranãmi decidiu abandonar a terra. Acompanhado por seu sobrinho Hehede'a, ele tomou seu chocalho de pajé e começou a cantar e a fumar. Cantando, fez com que o solo de pedra onde estavam subisse às alturas. Assim se formou o firmamento: o céu que se vê hoje é o lado de baixo dessa imensa placa de pedra. Junto com Aranãmi e seu sobrinho subiram dezenas de outras raças divinas: os Maï hete, os Awerikã, Marairã, Ñã-Maï, Tiwawi, Awî Peye, Moropïnã. Os Iwã Pïdî Pa subiram ainda mais alto, formando um segundo céu, o "céu vermelho".
 
 
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A separação do céu e da terra causou uma catástrofe. Privada de suas fundações de pedra, a terra se dissolveu sob as águas de um dilúvio: o jacaré e a piranha monstruosos devoravam os humanos. Apenas dois homens e uma mulher conseguiram se salvar, subindo num pé de bacaba. Eles são os tema ipi, a "origem da rama": os ancestrais da humanidade atual. Na convulsão provocada pelo dilúvio, alguns Maï procuraram escapar dos monstros afundando na água e criando o mundo inferior, onde habitam hoje, em ilhas de um grande rio subterrâneo.
As marcas da divisão do cosmos estão em toda parte: os morrotes de pedra que pontuam o território araweté são fragmentos do céu que se ergueu; as pedras do igarapé Ipixuna ainda guardam as pegadas dos Maï; as moitas de banana-brava espalhadas na mata são as antigas roças dos deuses, que comiam dessa planta antes de conhecer o milho. As plantas cultivadas e a arte de cozinhar os alimentos foram reveladas aos humanos e aos deuses por um pequeno pássaro vermelho da floresta.
 


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Bïde, os humanos, são chamados pelos Araweté de "os abandonados", os que foram deixados para trás pelos deuses. Tudo que há em nosso mundo do meio é o que foi abandonado; para os céus foram os maiores animais, as melhores plantas, a mais bela gente - pois os Maï são como a gente, porém mais altos, mais fortes e imponentes. Tudo no céu é feito de pedra, imperecível e perfeito: as casas, as panelas, os arcos, os machados. A pedra é, para os deuses, maleável como o barro para nós. Lá ninguém trabalha, pois o milho se planta sozinho, as ferramentas agrícolas operam por si mesmas. O mundo celeste é um mundo de caçadas, danças, festas constantes de cauim de milho; seus habitantes estão sempre esplendidamente pintados de jenipapo, adornados com penas de cotinga e arara, perfumados com a resina da árvore i d;iri'i (Trattinickia rhoifolia).
Mas os Maï são, acima de tudo, imunes à doen� �a e à morte: eles levaram consigo a ciência da eterna juventude. O exílio dos deuses criou a condição de tudo que é terrestre: a submissão ao tempo, isto é, o envelhecimento e a morte. Mas, se partilhamos dessa comum condição mortal, distinguimo-nos dos demais habitantes da terra por termos um futuro. Os humanos são "aqueles que irão", que reencontrarão os Maï no céu, após a morte. A divisão entre o céu e a terra não é intransponível: os deuses falam com os homens, e os homens estarão um dia à altura dos deuses.
 
 
 

A morte

 

 

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A relação entre a humanidade e os deuses, os Maï, é o eixo da religião araweté. Os humanos e os Maï são ligados por relações de afinidade - pois as almas dos mortos casam-se com os deuses - e por um sistema ritual de oferendas alimentares. Os Maï podem (e finalmente irão) aniquilar a terra, fazendo o céu desmoronar. Toda morte tem como causa final a vontade dos Maï, que são concebidos como, ao mesmo tempo, Araweté ideais e canibais perigosos. Entre as dezenas de espécies de Maï, cuja maioria possui nomes de animais, a mais importante são os Maï hete ("deuses verdadeiros"), que transformam as almas dos mortos em seres imortais, após uma operação canibal. Há ainda os Añi, seres selváticos e brutais que habitam a superfície terrestre, que invadem as aldeias e devem ser mortos pelos pajés.
E há o temido Iwikatihã (Senhor do Rio), um poderoso espírito subaquático que r apta as almas de mulheres e crianças.
Os peye (pajés ou xamãs) são os intermediários entre os humanos e a vasta população sobrenatural do cosmos. Sua atividade mais importante é a condução dos Maï e das almas dos mortos à terra, para participar dos banquetes cerimoniais. Esses banquetes cerimoniais são festas em que alimentos produzidos coletivamente são oferecidos aos visitantes celestes antes de serem consumidos pelos humanos. Os alimentos rituais mais importantes são: jabotis, mel, açaí, macacos guaribas, peixes e o mingau alcoólico (cauim) de milho. A festa do cauim é o clímax da vida ritual araweté, e combina simbolismos religiosos e guerreiros. O líder das danças e cantos que acompanham o consumo do cauim é idealmente um grande guerreiro, que aprendeu as canções da boca dos espíritos de inimigos mortos.
 

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O canto é o núcleo da vida cerimonial. A "música dos deuses" cantada pelos pajés e a "música dos inimigos" cantada pelos guerreiros são os dois únicos gêneros musicais araweté. Em ambas modalidades de canto, trata-se sempre de ouvir as palavras dos 'outros', deuses e inimigos, citadas através de fórmulas retóricas muito complexas.
Os mortos são enterrados em caminhos abandonados na floresta. A morte divide a pessoa em dois aspectos antagônicos: um espectro terrestre associado ao corpo e aos espíritos Añi, e uma alma ou princípio vital celeste associado à consciência e aos Maï. O espectro assombra os vivos enquanto o corpo se decompõe, até que retorna à aldeia natal do finado e ali desaparece. Uma morte provoca a imediata dispersão da população da aldeia na floresta, dispersão que dura o tempo da decomposição do cadáver. A alma celeste é morta e devorada pelos Maï ao chegar ao céu, sendo e ntão ressuscitada mediante um banho mágico que a transforma em um ser divino e eternamente jovem. As almas dos mortos recentes vêm freqüentemente à terra nos cantos dos pajés, falar com os parentes e narrar as delícias do Além. Após duas gerações elas cessam seus passeios, pois ninguém mais na terra recorda-se delas. A condição de guerreiro é a única que torna desnecessária a transubstanciação canibal no céu; os matadores de inimigo, fundidos em espírito com suas vítimas, gozam de um estatuto póstumo especial.
 
 
 

Os Pajés

 

 

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Quem passar um tempo entre os Araweté não deixará de se surpreender com o contraste entre a vida diurna e noturna da aldeia. Durante o dia, 'nada acontece' - há, é claro, as caçadas e pescarias, as tumultuadas refeições coletivas, as intermináveis conversas nos pátios familiares ao cair da tarde, a eterna faina do algodão e do milho; mas tudo parece se fazer de um jeito descuidado, ao mesmo tempo errático e monótono, alegre e distraído. Toda noite, porém, madrugada adentro, ouve-se emergir do silêncio das casas um vozear alto, ora exaltado, ora melancólico, mas sempre austero, solene e às vezes, para ouvidos estrangeiros, algo sinistro. São os homens, os pajés cantando o Maï marakã, a música dos deuses. Certas noites, três ou quatro pajés cantam ao mesmo tempo, ou sucessivamente, cada um sua própria visão - pois tais cantares são a narrativa do Maï de d;ã, a visão dos deuses. Às vezes é apenas um: s empre começando por um trautear suave e sussurrado, vai erguendo progressivamente a voz, cuja articulação entrecortada se desenha contra o fundo chiante do chocalho aray, até atingir um patamar de altura e intensidade que se mantém por mais de uma hora, para ir então lentamente descaindo às primeiras luzes da aurora - a "hora em que a terra se desvela", como se diz em araweté - até retornar ao silêncio. Ocasionalmente (o que significa uma ou duas vezes por semana, para cada pajé em atividade), o clímax da canção-visão traz o pajé para fora de sua casa, até o pátio. Ali, dança curvado, com o charuto e o aray, batendo fortemente o pé direito no chão, ofegante, sempre cantando - é a descida à terra das divindades e das almas dos mortos, trazidas por ele, o pajé, de sua viagem ao mundo celeste.
Os Maï e os mortos são música, ou músicos: marakã me'e. Seu modo de manifestação essencial é o canto, e seu veículo é o peye, pajé. Um pajé é chamado Maï de ripã, "suporte das divindades", ou ha'o we moñîña, "cantador das almas". Não há iniciação ou "chamado" formais à pajelança. Certos sonhos, se freqüentes, podem indicar uma vocação de pajé, especialmente os sonhos com onças e com a "Coisa-Onça", um Maï bastante perigoso. Mas mais que alguém que sonha, um pajé é alguém que fuma: petî ã î, "não-comedor-de-tabaco", é o modo usual de se dizer que um homem não é pajé. O tabaco é o emblema, o instrumento de fabricação e de operação do pajé. O treinamento para pajé consiste em um longo ciclo de intoxicações por tabaco, até que o homem mo-kiyaha, "faça-se translúcido", e os deuses "cheguem" até ele.
O tabaco é onipresente na vida araweté - homens, mulheres e crianças fumam. Os charutos de 30 cm, feitos de folhas de tabaco secas ao fogo e enroladas em casca da árvore tauari, são um a coisa social por excelência. O primeiro gesto de recepção a um visitante é a oferta de uma baforada no charuto da casa, aceso expressamente para isso, e após uma refeição coletiva o charuto corre de mão em mão. Jamais se pode recusar um pedido de tabaco, e jamais se fuma sozinho (exceto durante a pajelança - mas aí se está a dividir o charuto com os deuses). Mas se todos fumam, apenas alguns homens são "comedores de fumo"- os pajés. A fumaça de tabaco é um dos principais instrumentos terapêuticos dos pajés: ela é soprada sobre picadas e machucaduras, e também serve para reanimar os desfalecidos. No céu, os Maï sopram fumo de tabaco sobre os mortos para revivê-los.
Ao lado do fumo, o emblema principal do pajé é o chocalho aray. Todo homem casado, como vimos, possui um aray. Ele pode ser usado por "não-comedores-de-tabaco" como instrumento para pequenas curas, e para acompanhar os cantos noturnos de homens que, mesmo sem serem considerados peye, vêem de vez em quando os Maï em sonho. Isso significa que todo homem adulto é um pouco pajé. Ser peye não é um papel social ou uma profissão, mas uma qualidade ou atributo de todo adulto, que pode ser mais ou menos desenvolvido. Alguns homens realizam tal potencial mais plenamente que outros, e são esses que são conhecidos como peye.
O aray é o instrumento transformador por excelência. "Dentro do aray" ou "por meio do aray" é a explicação lacônica e auto-evidente para qualquer indagação sobre como, onde e por que se realizam as operações de ressurreição e metamorfose narradas nos mitos, ou o consumo espiritual dos alimentos pelos Maï quando estes vêm à terra comer nos festins oferecidos pelos humanos, ou as operações terapêuticas de reassentamento da alma e fechamento do corpo executadas pelos pajés. O aray é o receptáculo de forças ou entidades espirituais: a s almas perdidas de crianças e mulheres são trazidas de volta dentro do aray até a sua sede corporal, por ocasião do tratamento chamado imone, freqüentemente realizado pelos pajés.
Com tal equipamento - tabaco, chocalho -, o pajé araweté está capacitado a realizar diversas operações de prevenção e cura, que são semelhantes às terapêuticas típicas da América indígena: fumigação com tabaco; sopro resfriador; sucção de substâncias ou princípios patogênicos (empregada nas mordidas peçonhentas e na extração das flechas invisíveis que certos alimentos contêm); e as operações de fechamento do corpo e de recondução da alma. Os maiores pacientes dos pajés nessas duas últimas operações são as crianças pequenas e as mulheres: as primeiras porque ainda têm a alma mal-assentada e o corpo aberto; as segundas porque são o objeto principal da cobiça dos espíritos extratores de almas (vários espíritos terrestres t êm este poder maligno) e dos Maï.
O pajé, este comedor de fumo e "senhor do aray" (outro modo de se o designar), é um suporte dos Maï, as divindades que cantam por sua boca. Cantar a "música dos deuses" é a atividade mais freqüente dos pajés, independendo de situações de crise ou de doença. Não há homem adulto que não tenha cantado ao menos uma vez na vida; mas são peye apenas aqueles que costumam cantar quase toda noite.
A música dos deuses é a área mais complexa da cultura araweté. Única fonte de informação sobre o estado atual do cosmos e a situação dos mortos no céu, ela é o rito central da vida do grupo. "O pajé é como um rádio", os Araweté costumavam me explicar. Com isto estão dizendo que ele é apenas um veículo, isto é, que o sujeito da voz que canta está alhures, não dentro do pajé. O pajé não incorpora as divindades e mortos, ele canta-conta o que ouve destes. Um pajé enc ena ou representa os deuses e os mortos, mas não os encarna: a pajelança araweté não é uma possessão. Um pajé tem consciência do que cantou durante seu 'transe', e sabe o que se passa à sua volta enquanto está a cantar.
Tipicamente, há três posições enunciativas na música dos deuses: um morto, os Maï, o pajé. O morto é o principal enunciador, transmitindo ao pajé o que disseram os Maï. Mas o que os Maï disseram é quase sempre algo dirigido ao morto ou ao pajé, e referente ao morto, ao pajé ou a eles mesmos. A forma normal da frase é assim uma construção polifônica complexa: o pajé canta algo dito pelos deuses, citado pelo morto, referente a ele pajé, por exemplo. Há construções mais simples, em que o pajé canta o que conversam os deuses a respeito dos humanos em geral, e outras mais intrincadas, onde um morto cita a outro o que uma divindade está dizendo sobre um vivente (que não o pajé ) etc.
As músicas dos deuses nada têm de sagradas ou esotéricas. Após terem sido cantadas por um pajé, podem ser repetidas por qualquer pessoa, e muitas vezes viram sucessos populares. Só quem não pode repetir um canto é, precisamente, o pajé que o cantou pela primeira e única vez.
 
 FONTE:
 
 

18/12/2010

O NATAL NA UMBANDA


 



Estamos em Dezembro, um mês mágico que altera o estado de espírito das pessoas, principalmente dos umbandistas, que já comemoraram Yemanjá, Yansã e Oxum no começo dele.
Ainda temos o dia 25, quando a cristandade comemora o nascimento do Mestre Jesus no mundo todo e temos o dia 31, quando todos comemoram a passagem do ano com uma explosão de alegria e votos de que o ano que começará seja de paz, saúde e prosperidade.
Para os umbandistas a comemoração do natal cristão é algo natural, até porque a maioria dos seus seguidores e médiuns praticantes veio da religião cristã. Inclusive, muitos umbandistas seguem uma corrente doutrinária denominada Umbanda Cristã, muito parecida com o Espiritismo Kardecista.
Na maioria dos seus centros os umbandistas colocam em seus altares a imagem do Mestre Jesus no seu degrau mais alto, prestando-lhe uma reverencia e adoração sublime devido seu sincretismo com o Orixá Oxalá, o maior dos orixás cultuados na Umbanda.
Esse respeito e reverencia ao Mestre Jesus enobrece ainda mais a umbanda, a mais tolerante das religiões existentes no Brasil, já que ela acolhe em seus centros os seguidores de todas as outras com amar e respeito, sem constrangê-los com perguntas sobre a religião que seguem e sim, os auxiliam onde elas não podem ou seus sacerdotes não sabem como lidar: a Mediunidade e os problemas espirituais de fundo karmático!
Nesse ponto a Umbanda é única entre as religiões!
Seus dirigentes e médiuns, assim como todos os Guias Espirituais, acolhem os seguidores de outras religiões como irmãos e os auxiliam como podem e da melhor forma possível, livrando-os de suas perturbações de fundo espiritual, auxiliando-os na cura de suas doenças, auxiliando-os a conseguirem um emprego, quebrando demandas das quais são vitimas, etc.
E isso sem perguntar-lhes quais as suas religiões, sem atribuir às suas crenças religiosas a causa de suas dificuldades e nem os obrigando a se converterem para que, aí sim, sejam ajudados pelos sagrados Orixás e pelos Guias Espirituais de Umbanda.
Não vemos isso acontecer nas outras religiões, onde o usual, assim que sabem a religião de quem adentra em seus templos é ir alertando-os ou acusando-os de seguirem uma religião errada, ou pagã, ou do diabo, etc. Nesse aspecto a Umbanda é única e insuperável porque todos os umbandistas acreditam que Deus é único, esta presente na vida de todos e em todas as religiões, não importando a forma que usam para cultuá-lo e adorá-lo. Inclusive, é comum aos seguidores das outras religiões regirem com palavras ofensivas à nossa religião e à nossa pessoa assim que ficam sabendo que seguimos a religião Umbanda, dando a entender que só eles cultuam e adoram Deus.
Essa postura intolerante por parte da maioria dos seguidores de outras religiões para conosco, os umbandistas, provavelmente é uma decepção para o mestre Jesus, que não fundou nenhuma religião e não pregou a intolerância, mas vê entre os seus seguidores uma reação não fraterna aos seus irmãos em Deus que professam outras crenças religiosas.
Os umbandistas seguem a Umbanda, mas respeitam todas as outras religiões e a crença dos seus seguidores e não temem entrar em suas igrejas porque nesse quesito estão anos-luz à frente dos demais, já que sabe que só há um Deus, criador de tudo e de todos e existem suas divindades, espalhadas entre as muitas religiões existentes na face da terra, com Jesus Cristo incluído entre elas e ao qual respeitam e amam.
No dia em que todas as religiões e todos os seus seguidores pensarem e agirem como prega a Umbanda e os umbandistas nesse mundo haverá mais fraternidade verdadeira e menos miséria, doenças, crimes, racismo e intolerância.
Mas isso talvez seja esperar demais dessa humanidade pecadora que discrimina seus semelhantes só porque seguem uma religião diferente, ainda que todos saibam que só há um Deus e que todos somos seus filhos... que todos somos irmãos perante Ele, o nosso Divino Criador!
Por ser como são e por amarem e respeitarem o Mestre Jesus os umbandistas comemoram o Natal e lhe rendem merecida homenagem, pois, pelo menos nessa data cristã os cristãos de fato se mostram mais fraternos e tolerantes.

 
Nesse natal, que o amado Mestre Jesus abençoe a todos!

 
Feliz Natal Umbandistas! 

 
Pai Rubens Saraceni




04/12/2010

OS DIAS COMEMORATIVOS DOS ORIXÁS

Os Orixás e seus dias de comemoração (sincretismo Afro-Católico):






Oxossi

São Sebastião
20 de Janeiro


Ogum

São Jorge
23 de Abril


Oba

Joana d'Arc
30 de Maio


Exu

Santo Antônio
13 de Junho


Nanã

Nossa Senhora de Sant'Anna
26 de Julho


Iemanjá

Nossa Senhora da Glória
15 de Agosto


Obaluayê

São Roque
16 de Agosto


Oxumaré

São Bartolomeu
24 de Agosto


Xangô

São Jerônimo
30 de Setembro


Iansã

Santa Barbara
4 de Dezembro


Oxum

Nossa Senhora da Conceição
8 de de Dezembro


Omulu

São Lázaro
17 de Dezembro

Oxalá
Jesus Cristo
25 de Dezembro




CABOCLO MIRIM: UM DÍGNO LUGAR NA HISTÓRIA






Na formação da identidade de um povo, era precioso o conhecimento oral, passado dos mais velhos aos mais jovens, como forma de não se perder o contato com suas origens e manter os antepassados vivos na memória. Dizem ainda que a História da Humanidade sempre foi escrita pelos conquistadores, pelos vitoriosos. Uma regra que não se aplica em tempos de paz, nem pode ser regra para a formação cultural de todos nós, filhos de Fé da nossa querida Umbanda. Sou apenas um humilde estudioso da religião, mas já aprendi que Umbanda é vida e movimento, é crescimento e evolução, sem dúvida alguma! E na atual fase da nossa religião, é bonito de se ver uma nova geração de filhos trabalhando para elevar a nossa mãe Umbanda a um patamar que sempre mereceu estar. Filhos que olham para frente sem esquecer o passado, lembrando de tudo aquilo que hoje são memórias em nossos corações, mas que continuam mensagens atuais e eternas nas palavras de nossos queridos Guias e Protetores, verdadeiros dirigentes do Movimento Umbandista! Em 1982, ingressei na Tenda Mirim no Rio de Janeiro, dirigida por aquele senhor de fisionomia austera, mas de um carinho enorme pelos seus filhos de Fé. “Seu” Benjamim Figueiredo já era um senhor idoso, mas quanta energia, quanto domínio tinha aquele Caboclo incorporado em um corpo tão frágil! Caboclo Mirim ainda conduzia com vigor todos os trabalhos, nas Giras e nas sessões de caridade! Claro que aos 15, 16 anos de idade, ainda não podia compreender toda a grandeza do trabalho e da obra daquele ser de Luz, que veio plantar tão linda Escola nestas terras de Santa Cruz. Após o desencarne do Sr. Benjamim, comecei a procurar entender o legado de Mestre Mirim, comparando tudo aquilo que sentia em meu coração, com o que meus guias me traziam e com a narrativa daqueles que ao seu lado estiveram. E muito além de paredes de um templo, pude constatar: Que grande obra deixou o Caboclo Mirim! Este manifesto não visa defender que a Escola de Mirim seja melhor do que qualquer outra. Acredito que é na diversidade que reside a riqueza da nossa religião, como as mais variadas flores que compõe um só bel o jardim! Sei que em algum momento, na juventude da nossa religião, os ânimos dos dirigentes estiveram exaltados na defesa de sua s posições e de seus pontos-de-vista. No passado ainda se imaginava uma Umbanda unificada, centralizada tal qual a Federação Espírita Brasileira no Kardecismo. E sei que grandes abismos foram criados dentre os diversos grupos atuantes na nossa religião. Aliás, pouca coisa mudou nesse sentido... Mas mesmo assim, os verdadeiros dirigentes da nossa Umbanda, nossos queridos Caboclos e Pretos-Velhos, foram conseguindo trazer sua mensagem, levantando pouco a pouco o véu da ignorância dos Homens, principalmente para todos aqueles de boa-vontade! Quando se apresentou ao meio umbandista em 1924, é possível que a escola de Caboclo Mirim tenha chocado muita gente. Caboclo Mirim devia mesmo estar muito à frente de seu tempo, já que naqueles dias ainda imperavam rituais muito rústicos tais como matanças de animais, raspagens de cabeça e babalorixás ainda muito afeitos ao Candomblé, e pouco afinados com a verdadeira Umbanda. Mestre Mirim pôs em prática u m ritual mais “limpo”, onde não havia o sincretismo com as imagens católicas, seus médiuns se vestiam de forma sóbria, de uniforme branco e sem aquelas centenas de guias ao pescoço. A hierarquia no terreiro foi dividida em sete graus de iniciação, nas quais o médium ia ascendendo ao ritmo de seu próprio desenvolvimento espiritual: sem camarinha, “obrigações” ou “recolhimentos”. Suas Sessões de Caridade sempre foram muito produtivas, pois todos davam sua contribuição para alcançar o bem-estar e a cura de seu semelhante: do encarnado ao desencarnado, do Caboclo ao Exu, todos participavam simultaneamente do atendimento ao público, com discrição e perfeita harmonia. Os atabaques só soavam nas grandiosas Giras mensais, onde dezenas, talvez centenas de médiuns confraternizavam com a espiritualidade, recebendo as bênçãos de seus Guias, na vibração das Sete Linhas da Umbanda! Penso inclusive que Mestre Mirim preparou o terreno para a corrente espiritual que viria a ser conhecida como “Umbanda Esotérica”. É fato que, já em 1941, no Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda, surgiu pela primeira vez a expressão AUM-BANDHÃ, da língua sânsc rita , como sendo a origem do vocábulo UMBANDA. Tal tese foi apresentada pelo Primado de Umbanda, fundado pelo Caboclo Mirim, e é até hoje aceita por diversas correntes umbandistas. Por todo o exposto, pergunto aos meus irmãos umbandistas: Como é possível esquecer uma Escola tão profícua, tão bel a em seus mistérios e na sua simplicidade, como a Escola de Mestre Mirim? Como uma semente que germinou por toda a nossa nação, que foi, e é a raiz que originou dezenas de grupamentos umbandistas pode ser negada? Como um líder, que desde de 1924 dirigiu centenas de irmãos de Fé nas dezenas de casas afiliadas e co-irmãs, em torno de Congressos e Organizações, do porte do Primado de Umbanda, pode ser apagado da História da nossa religião? Não há resposta. Não é possível. Mas está acontecendo, lentamente... Em tempos de globalização e da democratização da informação, não encontro uma só referência ao trabalho realizado por Benjamim Gonçalves Figueiredo e pelo Caboclo Mirim, nos difíceis anos de consolidação e divulgação da Umbanda. Eu desafio: podem procurar nos relatos da História da Umbanda, em livros dos principais autores umbandistas, nas matérias das revistas ou nos sites das diversas organizações de nossa religião. Hoje temos Internet, rádio, revistas e livros que levam às novas gerações o que é e o que esperamos da nossa religião. Na História da Umbanda, todos citam, merecidamente, o respeitado Sr. Zélio Fernandino de Moraes e o grande Caboclo das Sete Encruzilhadas, um dos pilares de nossa fé. Mas como num lapso de tempo, há um salto até meados de 1950, com a divulgação da obra do nobre W.W. da Matta e Silva, como se nada houvess e ocorrido em 50 anos de Umbanda! Seria por que, a exemplo do Sr. Zélio, o Sr. Benjamim não foi um grande autor literário? Mas a obra dos Caboclos das Sete Encruzilhadas e Mirim fala por si! Será que não tem valor aqueles obreiros que não tiveram sucessores à altura, ou um bem elaborado trabalho de divulgação na mídia? Meu objetivo não é competição, nem julgamento do mérito da obra de todos os incansáveis guerreiros da nossa religião. Só peço o digno e merecido espaço a um dos mais importantes baluartes da Umbanda: nosso querido Caboclo Mirim. Será sempre com a lembrança de tão preciosos valores, e com o aprofundamento em nossas raízes que construiremos uma religião livre de aventureiros e aproveitadores. Clamo a todos, que sentiram em suas vidas a luz de Mestre Mirim, que façam valer suas vozes. Sei que muitas Casas tem em suas origens a influência benéfica desse espírito missionário, que ainda hoje auxilia e coordena os rumos da Umbanda. É mister que os formadores de opinião do meio umbandista se aprofundem mais nas pesquisas. Os fatos acima narrados são História, estão aí. Sejamos honestos e acima de tudo, justos. Vamos levar aos mais jovens a verdade, estimulando os livres-pensadores e a fé racional, com isenção e humildade. Como já disse, sou apenas um pequeno aprendiz e pouco posso fazer para levar a público essa questão, mas espero que tenha podido dar minha pequena contribuição à memória de nossa Umbanda! Sarava Umbanda!! Sarava Caboclo Mirim!! Saravá todos meus irmãos de fé!!
 



Sergio Navarro Teixeira 





VÁRIAS PRECES A IANSÃ








Saravá Iansã a grande guerreira, Orixá do raio e do vento, que ajuda com sua energia vencer as lutas e as dificuldades.
Saravá Senhora Rainha dos ventos proteja todos nós.
Oyá Deusa do rio Niger, senhora dos ventos e das tempestades. Coloco em tuas mãos minhas ações na luz de tua luz, eu te consagro todos os minutos e horas desse dia, meus trabalhos, minhas preocupações, meus desejos, os meus laseres são teus.
Daí – me hoje a tua luz poderosa para que eu compreenda todo bem que preciso fazer e tenha força para não ceder o mal que tenta bater em minha porta, que eu consiga ser mais fraterno, mais irmão, mais compreensivo e capaz de perdoar.
Dirija meus passos no caminho do bem e do amor, e hoje mais que ontem todos nós possamos contar com sua orientação, com a tua benção, com o teu amor.
Com tua espada haveremos de cortar as demandas dos invejosos, dos falsos, dos inimigos, dos olhos grandes, que necessitam de enxergar a verdade.
Dando conformação aqueles que sofrem, com a força dos teus raios, nós te pedimos, que acenda a chama da vida dos que estão desenganados, de a eles força para continuar lutando na cura de seus males.
Saravá Iansã majestosa Senhora a vossa proteção em vosso louvor em brado unidos saudamos.

Êparrei Iansã !




 



Ó gloriosa Mãe guerreira, dona das tempestades,
Protegei-me eu e minha família contra os maus espíritos,
Para que eles não tenham forças de atrapalhar minha caminhada,
E que não se apossem da minha luz.
Ajudai-me para que as pessoas más intencionadas
Não destruam minha paz de espírito.
Mãe Iansã, cubra-me com seu manto sagrado,
E leve com a força dos seus ventos tudo que não presta para bem longe.
Ajudai-me na união da minha família, para que a inveja
Não destrua o amor que há em nossos corações.
Mãe Iansã, em vós eu creio , espero e confio!
Que Assim seja e Assim será !


Escrito por Oyábaleci.







Nossa gloriosa Mãe Iansã, receba-nos em seus braços, na certeza de que a senhora velará por nós. Defenda-nos das invejas, do negativismo e das demandas; que com seu vento a senhora varra todas as nossas dúvidas e que o fogo do seu amor aqueça os nossos corações. Iansã, rainha de Sango, rainha dos raios, contemplando a sua beleza, nós, seus filhos de fé e admiradores, num ato de humildade levamos nossos corpos ao chão, diante dos seus pés, numa prova de reverência, fé e amor. Senhora rainha, que a sua espada defenda todos os seus filhos e que a sua coroa brilhe nas nossas mentes, assim como brilha sempre ao raiar do sol e com isso possamos enxergar ainda mais os caminhos pelos quais nos vemos obrigados a passar. Neste momento de fé Iansã, olhe e abrande a dor dos seus filhos que padecem.

Eh pa hei Oya!



 



Iansã protetora nas grandes demandas, nas grandes tempestades, Abranda esta tormenta que a minha vida invade. Fazei que eu caminhe com o amparo de vossas mãos, Para que eu seja mais firme em meu pensamento e minha razão. Perdoe-me as minhas faltas, Ajudando-me a ver onde esta mais escuro, na minha estrada terrena.

Assim Seja!






Oiá… Oiá… nossos passos. Iansã, Deusa máxima do Cacurucaia… Bamburucena, Rainha, Mãe e Protetora. Eparrei nossa mãe Divina. Deusa divina dos ventos e das tempestades.
Deixa-nos sentir também a tua bonança. Iansã dos relâmpagos, dá-nos uma faísca da tua graça divina.
Eparrei, Eparrei… Oiá!





 
Salve Iansã, Orixá dos ventos. Rainha das tempestades.
Mãe que afugenta para bem longe os que nos querem fazer mal.
Deusa guerreira e corajosa, que defende seus filhos com a espada
de cobre.
Mãe da alegria e do bom viver, que teus ventos abra meus
Caminhos, encoraje minha Alma e alegre meu coração.

Ê PARREIA OYÁ!






Iansã, mãe e senhora dos ventos e tempestades, das horas aflitas e das almas perdidas.

Dona de todas as direções.

Operosa divindade em prol dos desígnios dos filhos de caídos sem norte e vontade.

Piedade para nós, criaturas que vivemos, à beira das tentações, dos abismos, alheios ao amor do pai Olorum.

Mãe, empresta-nos tua decisão e tua coragem, para o encontro do nosso próprio ser.

Daí-nos um roteiro de esperança e triunfo.

Erradicai a pobreza dos nossos sentimentos, orienta-nos para a verdade, dentro do caminho de devoção ao supremo doador.

Encoraja-nos senhora dos raios, para que nossa própria mente, siga uma só direção: amar a Olorum.

Êparrei Yansã!





 

ORAÇÃO À MÃE IANSÃ



Ó gloriosa Mãe guerreira, dona das tempestades,



Protegei-me eu e minha família contra os maus espíritos,


Para que eles não tenham forças de atrapalhar minha caminhada,


E que não se apossem da minha luz.


Ajudai-me para que as pessoas más intencionadas


Não destruam minha paz de espírito.


Mãe Iansã, cubra-me com seu manto sagrado,


E leve com a força dos seus ventos tudo que não presta para bem longe.


Ajudai-me na união da minha família, para que a inveja


Não destrua o amor que há em nossos corações.


Mãe Iansã, em vós eu creio , espero e confio!

Que Assim seja e Assim será !



(Babalorixá Ricardo de Xangô e Yalorixá Suzana de Oxum)





 

Êparre Minha Mãe Yansã!

Na Tua Lei, que tudo movimenta e direciona, a tudo e a todos na Criação!

Orai por nós!

Eu vos rogo que movimente meus passos, direcionando-os para o melhor

caminho rumo ao Nosso Divino Criador, Nosso Deus.

Minha Mãe, não permita que as barreiras,

que porventura surgirem na minha caminhada terrena e espiritual,

estagnem o meu rumo ao horizonte.

Que o seu elemento eólico, vivo e Divino,

possa alimentar cada vez mais a minha chama que aquece o meu espírito,

chama essa que me impulsiona a servir sempre meu Pai Maior,

fazendo sempre a Vontade Dele, em beneficio do meu semelhante e de toda a criação.

Oh! Sagrada Mãe Yansã, eu também vos suplico, nessa minha humilde oração,

que caso a chama da vaidade e da soberbia venha incendiar o meu mental,

eu vos imploro que o seu elemento eólico,

vivo e Divino, sopre na força dos sete ventos,

esgotando do meu ser esse negativismo.

Sagrada Mãe Eólica, Regente do Trono Feminino da Lei Maior,

eu na condição de teu servo encarnado, rogo por ti!

A minha alma canta!

O meu corpo se inflama!

O meu espírito clama por tua chama!

E Chama... Chama... Chama!

Êparre Minha Mãe Yansã!


por Valdeli da Silva