.OKEY CABOCLO!

.OKEY CABOCLO!
OKEY CABOCLO!

27/09/2010

MÉDIUM







Médium que apenas vê é um espectador.

Médium que somente ouve é precioso registro de sons.

Médium que apenas falaé um disco importante.

Médium que apenas escreve é máquina comum.

Médium que apenas medita é uma flor imóvel.

Médium que somente sonha é um visionário.

Médium que apenas ensina é valioso cabide de máximas religiosas e filosóficas.

Médium que apenas indaga é um companheiro fascinado por mentiras brilhantes.

Médium que duvida de si mesmo é um barco sem bússola.

Entretanto, o médium que vê e socorre; 
que ouve e ajuda;
que fala e serve;
que escreve e materializa os princípios superiores;
que medita e trabalha;
que sonhe e edifica sob a inspiração do alto;
que ensina o bem e pratica-o;
que crê e age de acordo com a própria fé;
que indaga e valoriza o tempo com esforço sério nas aquisições de amor e sabedoria,
que acolhe a dúvida construtiva por algumas horas e consagra a benção dos dias ao santo labor da caridade e da luz, nos serviços de elevação da terra, será sempre instrumento primoroso de cristo, em qualquer tempo e lugar, cooperando com ele, nosso Mestre e Senhor, na redenção do homem e na glorificação da vida.


Psicografia de Francisco Candido Xavier
Livro Cartas do Coração


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ASSUMA A SUA RELIGIÃO





Religião se faz com Religiosos.
Assuma sua Religião.
Ame sua Religião.
Defenda sua Religião.
Propague sua Religião.
Aprenda sobre sua Religião.
Respeite sua Religião.
Exerça sua Religião.
Seja um Religioso!



( Adaptado por VSL )


Imagem da web



A SÚPLICA DE EXU







Sou Exú, Senhor! 
Pai permite que assim Te chame, 
pois na realidade,
Tu És como És, meu Criador.
Formaste-me da poeira ástrica, 
mas... como tudo provém de Ti, 
sou real e eterno.
Permite Senhor, 
que eu possa servir-Te 
nas mais humildes e 
desprezíveis tarefas 
criadas 
pelos Teus humanos filhos.
Os homens me tratam de Anjo Decaído, 
de Povo Traidor e Rei das Trevas, 
de Gênio do Mal 
e tudo mais em que encontram palavras
para exprimir o seu desprezo por mim,
no entanto, 
nem suspeitam 
que nada mais sou 
que o reflexo deles mesmos.
Não reclamo, 
não me queixo porque 
esta é a Tua vontade. 
Sou escorraçado, 
condenado a habitar 
as profundezas escuras da terra
e a trafegar 
pelas sendas tortuosas da provação.
Sou invocado 
pela inconsciência dos homens 
a prejudicar o seu semelhante,
sou usado como instrumento 
para aniquilar aqueles que são odiados,
providos pela covardia e 
maldade humana, 
sem contudo poder negar-me 
ou recorrer.
Pelos pensamentos dos inconscientes 
sou arrastado a exercer a descrença, 
a confusão e a ignomínia, 
pois esta é a condição 
que Tu me impuseste.
Não reclamo Senhor! 
Mas fico triste 
por ver Teus filhos, 
que criaste à Tua imagem e semelhança, 
serem envolvidos 
pelos turbilhões de iniqüidades 
que eles mesmos criam, 
e eu, por Tua lei inflexível, 
delas tenho que participar.
No entanto Senhor, 
na minha infinita pequenez e miséria, 
como me sinto grande e feliz, 
quando encontro em algum coração,
um oásis de amor 
e sou solicitado a ajudar 
na prestação de uma caridade.
Aceito sem queixumes Senhor, 
a lei que na Tua infinita 
sabedoria e justiça, 
me impuseste: 
a do executor de consciências, 
mas lamento e sofro mais 
porque os homens até hoje 
não conseguiram compreender-me.
Peço-Te, ó Pai infinito, 
que lhes perdoe. 
Peço-Te não por mim, 
pois sei que
tenho que completar o ciclo 
da minha provação, 
mas por eles, 
os Teus humanos filhos. 
Perdoa-os e torna-os bons 
porque somente através da bondade 
de seus corações 
poderei sentir 
a vibração de Teu amor 
e a graça do Teu perdão.
 

 ( Por Exu )

O QUE A UMBANDA QUER






A Umbanda não quer fé cega, 
ela quer a fé sustentada pelo Amor 
e só se pode amar 
aquilo que realmente se conhece.
Saiba que tudo é Amor. 
Vida é o Amor existencial.
Razão é o Amor que pondera.
Estudo é o Amor que analisa.
Ciência é o Amor que investiga.
Verdade é o amor que se eterniza.
Ideal é o Amor que se eleva.
Religião é o Amor que busca Deus.
Fé é o Amor que se transcende.
Esperança é o Amor que sonha.
Caridade é o Amor que auxilia.
Fraternidade é o Amor que se expande.
Sacrifício é o Amor que se esforça.
Renúncia é o Amor que se depura.
Simpatia é o Amor que sorri.
Altruísmo é o Amor que se engrandece.
Trabalho é o Amor que se constrói.
Indiferença é o Amor que se esconde.
Desespero é o Amor que se desgoverna.
Paixão é o Amor que se desequilibra.
Ciúme é o Amor que se desvaira.
Egoísmo é o Amor que se animaliza.
Orgulho é o Amor que enlouquece.
Sensualismo é o Amor que se envenena.
Vaidade é o Amor que se embriaga.
Finalmente,
o ódio, que julgas ser a antítese do Amor, 
não é senão o próprio Amor 
que adoeceu gravemente.
O amor não cobra, não exige, não pede. 
O Amor dá.
O Amor transcende os vícios do ser humano
e chega ao Alto.
O Amor é dedicação, é disciplina, 
é interesse, é cuidado.
O Amor é um estado de espírito 
e assim deve sentir-se 
os praticantes da Umbanda.
Não devemos estar na Umbanda, 
mas Ser Umbanda na grandeza do Amor.
Ser Umbanda é ser no corpo, 
na mente e na alma o Amor.
É ser convicto das Forças dos Orixás.
É ser abnegado às Forças da Lei e da Justiça.
Irmãos, não sejamos estrelas da Terra, 
sejamos a Luz das estrelas do Universo, 
que atinge a todos 
sem nomes e interesses próprios,
mas com o calor que 
pode aquecer os corações 
de quem precisa da energia do Amor.
Só assim, 
poderemos um dia olhar para o alto
e dizer com toda a convicção:


“- Bondoso Deus, 
fostes tão generoso comigo. 
O que distribuíste em varias religiões, 
concentrastes na minha amada Umbanda! 
Obrigado por acelerar minha espiritualização 
de tal modo que até me tornei um templo vivo, 
onde meus irmãos em espíritos 
puderam manifestar-se 
desembaraçadamente e melhor,
cumpriram suas missões 
junto aos meus irmãos encarnados!”


(Autoria desconhecida)

PROFECIA GUARANI






Ara kañy rire, ara pyaú ramove
cheé, yuyra'ikãgã amoñe'ery jevy va'erã
amoprõ j evy va'erã ñe'eng,
e'i Ñande Ru Tenondé.


Depois de fundir-se o espaço e amanhecer um novo tempo,
eu hei de fazer que circule a palavra-alma novamente
pelos ossos de quem se põe de pé,
e que voltem a encarnar-se as almas,
disse nosso Pai Primeiro.


A'e ramo katu, yvypo amboae
kuéry tupã ramo oó va'eã;
ekovia, jeguakava tenondé yvy
rupa jave i re opu'ã va'erã.


Quando isso acontecer
Tupã renascerá no coração do estrangeiro;
e os primeiros adornados novamente
se erguerão sobre a terra por toda a sua eternidade.


Narração de Pablo Werá, no início do século XX


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26/09/2010

AS ARMAS DE JORGE



- Eu andarei armado.
Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

-São Jorge Rogai por Nós.



24/09/2010

EXU PARA JORGE AMADO





Não sou preto, branco ou vermelho.
Tenho as cores e formas que quiser.
Não sou diabo nem santo, sou exu!
Mando e desmando.
Traço e risco.
Faço e desfaço.
Estou e não vou.
Tiro e não dou.
Sou Exu.
Passo e cruzo.
Traço, misturo e arrasto o pé.
Sou reboliço e alegria.
Rodo, tiro e boto.
Jogo e faço fé.
Sou nuvem, vento e poeira.
Quando quero homem e mulher.
Sou das praias, e da maré.
Ocupo todos os cantos.
Sou menino, avô, maluco até
Posso ser joão, maria ou josé
Sou o ponto do cruzamento.
Durmo acordado e ronco falando
Corro, grito e pulo.
Faço filho assobiando
Sou argamassa
De sonho carne e areia.
Sou a gente sem barreira,
O espeto, meu bastão.
O assento? O vento!
Sou do mundo, nem do campo
Nem da cidade
Não tenho idade,
Recebo e respondo pelas pontas,
Pelos chifres da nação
Sou Exu.
Sou agito, vida, ação.
Sou os cornos da lua nova,
A barriga da rua cheia!...
Quer mais? Não dou,
Não to mais aqui.
Exu.





A VERDADEIRA VISÃO DE EXU






0s guardiões do terreiro, Entidades de segurança nos Templos de Umbanda.

Temos que começar a mudar nossos conceitos de Exú e Pomba Gira. Vamos a partir de agora ver o Exú e a Pomba Gira como aquela polícia que guarda e toma conta das ruas obedecendo sempre uma hierarquia de comando, que é o Exú chefe do Terreiro, e acima dele os guias chefes da Casa. 


Podemos também ver os Exús como aqueles lixeiros alegres que passam pelas ruas recolhendo toda a "sujeira". Vêm com brincadeiras e algazarras, mas fazem um trabalho enorme em benefício da sociedade, que diga-se de passagem é muito pouco reconhecido.

E as Pomba-giras seriam as "margaridas" mulheres que trabalham também na limpeza de nossas ruas e nossa cidade, exercendo a sua profissão com presteza e determinação. Assim como devemos ter um conceito mais respeitoso do Exú, devemos também dedicar mais respeito aos trabalhos das Pombas Giras, deixando de encará-las como mulheres vulgares e da vida, que só vêm "para arranjar casamento" ou o que é pior, para desfazer casamentos... Isto é uma coisa absurda e vulgar... 


O trabalho da Pomba Gira é sério. É também um trabalho de descarrego, de limpeza, de união entre as pessoas. De abertura dos caminhos da vida, seja do ponto de vista material, mental ou espiritual.

O que é esse lixo?

- Nossos pensamentos negativos.

- Nossa sociedade desigual, perversa e preconceituosa.

- Nossas ações.

- Nossas emoções negativa se sobrepondo a nossa capacidade de amar.

Por isso devemos respeitar ao máximo o trabalho dos Exús, levando-os a sério e não os desrespeitando e nem os menosprezando.

Sabendo que a religião de Umbanda, segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas é "A manifestação do espírito para a prática da caridade", qual a principal função desempenhada pelos Exús nos nossos Templos, Terreiros, Casas ou Centros?

Na Umbanda o Exú é uma Entidade (alma) que cuida da Segurança da casa e de seus médiuns. 


Todas as religiões tem entidades que cumprem esse papel. Um bom exemplo disso são as comunicações recebidas por Chico Xavier e Divaldo Franco mostram a existência desses espíritos trabalhando também no Plano Astral *.

A reunião de Exú ou Gira de Exu tem como finalidade descarregar os médiuns e os consulentes. Unindo suas energias eles são capazes de entrar em contato e orientar mais facilmente com almas que ainda não encontraram um caminho. Estas almas vivem entre os encarnados, prejudicando-os, obsidiando-os e até mesmo trazendo-lhes um desequilíbrio tão grande que são considerados loucos. Para este trabalho eles necessitam muito de nosso equilíbrio e de nossa energia.

Nosso equilíbrio é utilizado por eles no momento em que as entidades sofredoras se manifestarem com ódio, rancor, raiva, para que tenhamos bons pensamentos e sentirmos verdadeiro amor e harmonia para que desta maneira as desarmemos e não as deixemos tomar conta da situação e, quem sabe, até as persuadir a mudarem de caminho libertando-se assim do encarnado ao qual está ligada.


Nossa energia é utilizada em casos em que estas almas estão sofrendo com o desencarne, tristes, com dores, humilhadas, desorientadas, assim eles transformam as nossas energias em fluidos balsâmicos que as ajudam, em muito, na sua recuperação.

Muitas destas almas desorientadas não conseguem nem se aproximar dos Terreiros de Umbanda pois os Exús da Tronqueira ( Porta de entrada) ficam encarregados de fazerem uma triagem liberando a passagem apenas das almas que eles percebem já estarem prontas para o socorro **, ou seja, prontas para seguirem um novo caminho longe do encarnado ao qual estava apegada. 


Este trabalho de separação é feito por eles com muito empenho e seriedade e será muito melhor sucedido se o encarnado der continuidade ao mesmo,  melhorando os seus pensamentos e se livrando da negatividade e do medo. Os Exús são almas que riem, fazem troça, mas não brincam em serviço. Por este motivo, gostaríamos que os médiuns tivessem por eles o maior respeito e consideração, pois são eles os nossos guardiões e da Gira, reponsabilizando-se pela limpeza dos fluidos ou energias mais pesadas.

Cada pessoa que entra em uma casa de Umbanda traz consigo seu saco de lixo cheio (são seus pensamentos, suas raivas, suas desilusões...) e são os Exús os trabalhadores encarregados de juntarem todos estes sacos para descarregar, dando a cada um de nós a oportunidade de diminuirmos o nosso lixo e facilitando nossas próximas limpezas. 


Cada vitória nossa é para estas Almas trabalhadoras um passo no caminho do desenvolvimento.

A saudação aos Exus:


- LARÓYÈ, Exú é MOJUBÁ!

> Laróyè = Salve, que também quer dizer Salve Compadre !
> Moju (Viver a noite) Bá (armar emboscadas) ou seja "armam emboscadas na vida noturna". 


Saudação às Pombagiras:

- SARAVÁ, Pombagira; Pombagira SARAVÁ! 


> Saravá é uma corrupitela do verbo salvará.


Mas na Umbanda o trabalho dos Exús é o de guardião.

Assim ao cumprimenta-lo/la estamos dizendo:
- Salve aquele que vive à noite e que arma emboscadas.
- Salvará, Pambagira; Pombagira Salvará!


Assim estamos reconhecendo seu poder e ao mesmo tempo estamos pedindo "Àquele que vive a noite, que nos livre das emboscadas".



fonte:
CASA BRANCA DE OXALÁ TEMPLO UMBANDISTA 

Pequenas modificações foram feitas por:
VSL.

 Imagem da net.

ESCLARECENDO A UMBANDA






AÇÃO MÁGICA E AÇÃO RELIGIOSA


Temos observado uma certa dificuldade tanto em médiuns quanto em magos sobre a diferença existente entre ação mágica e ação religiosa.

Então para esclarecer de uma vez por todas essas duvidas vou ser bem didático porque a partir desse esclarecimento creio que muitas outras duvidas serão sanadas:

Comecemos por esses pontos:

- Ação ou ato religioso é aquele onde o poder divino flui e manifesta-se de dentro para fora das pessoas necessitadas de auxilio e amparo.

- Ação ou ato mágico é aquele onde o poder divino flui de fora para dentro das pessoas necessitadas de auxilio e amparo.

Também existe uma terceira ação, que é mista ou de dupla ação e tanto age de dentro para fora quanto de fora para dentro da pessoa necessitada de auxilio e amparo e é denominada ação mágica-religiosa.

Após isso, vamos a outro ponto que deve ser esclarecido e que se refere ao duplo aspecto que tudo que existe possui e são os seus lados interno e externo.

Esse duplo aspecto começa em Deus e alcança até a matéria.

Se não, então vejamos:

- Deus possui em si um lado ou aspecto interno inerente à Sua própria natureza divina que é impenetrável e incognoscível para nós os espíritos, uma vez que somos criação Dele, que é o nosso Divino Criador.

Sabemos que somos espíritos criados por Ele, mas não sabemos como essa geração acontece "dentro" dele, pois isso e tudo mais que existe é gerado dentro desse Seu lado interno, impenetrável, indevassável e sequer imaginável por nós de como tudo acontece.

Mas Deus possui Seu lado ou aspecto externo, lado esse que pode ser pesquisado, identificado, estudado e apreendido por nós, os espíritos criados por Ele.

Observando e estudando o lado externo de Deus descobrimos Suas ações ou atos criadores na origem de tudo.

Foi essa possibilidade de observar e estudar os aspectos ou o lado externo de Deus que levou a humanidade a descobrir a existência das Divindades e de um plano ou dimensão divina da Criação, habitado só por seres divinos, plano esse que nos é inaccessível porque somos espíritos e vivemos no plano espiritual da Criação.

A partir da constatação da existência dos dois "lados" da Criação, um interno e outro externo e da existência desse duplo aspecto em tudo o que Deus criou podemos comentar as diferenças entre ações mágicas e religiosas.

O fato é que toda a ação religiosa se realiza de "dentro para fora".

Explicando melhor, toda ação religiosa realiza-se através do lado interno da Criação e de tudo e de todos criados por Deus.

E toda ação mágica realiza-se através do lado externo da Criação e de tudo e todos criados por Deus.

Com isso entendido falta diferenciar as ações propriamente ditas para reconhecer qual é uma e qual é outra.

Vamos a alguns exemplos de ações mágicas e religiosas:

1- Uma pessoa vai a um centro de Umbanda e ao consultar-se com um guia espiritual, este,após ouvir com atenção os problemas ou pedidos de ajuda dela recomenda-lhe que vá até um dos pontos de forças da natureza e faça uma oferenda para determinado Orixá, pois só assim será auxiliado.

Essa é uma ação mágica porque a ajuda virá através da oferenda feita na natureza à qual o Orixá invocado ativará e desencadeará uma ou varias ações "de fora para dentro" da pessoa.


• 2- Uma pessoa vai a um centro de Umbanda e o guia consultado recomenda-lhe que comece a acender velas de determinada cor para um Orixá e depois se colocar em concentração por determinado tempo.

Essa ação é religiosa porque, durante a concentração, o Orixá firmado atuara por "dentro" da criação e por "dentro" da pessoa trabalhando o lado interno dela, desequilibrado devido alguma ação mágica negativa que a desarmonizou internamente ou devido seus próprios sentimentos negativos, que negativaram-na em um ou em alguns sentidos.

Temos aí as duas ações onde a pessoa fez duas coisas parecidas mas ao ir à natureza e fazer uma oferenda para determinado Orixá a pessoa ativou no ponto de forças dele um "campo" mágico a partir do qual será ajudada por ele.

Essa ação vem de fora (da natureza) para dentro da pessoa (sua vida), auxiliando-a através do seu lado externo.

Já no exemplo da vela acesa consagrada para o mesmo Orixá dentro de sua casa e ficar em concentração, recolhimento e isolamento, essa é uma ação religiosa porque Orixá invocado tanto atuará pelo lado de dentro da criação em beneficio da pessoa quanto atuará a partir do intimo dela (o seu lado de dentro), pois só assim reequilibrará seus sentidos desequilibrados e só a partir do seu recolhimento, concentração e isolamento momentâneo poderá rearmonizar suas faculdades mentais e seu magnetismo, recalibrando seu campo magnético e reenergizando e fortalecendo seus campos vibratórios, facilmente trabalhados de dentro para fora, mas de difícil recalibragem quando a ação é de fora para dentro, já que a maioria desses desequilíbrios é interna.

Existe uma grande dificuldade em diferenciar uma ação mágica de uma religiosa, mas sempre é possível perceber as diferenças.

Vamos a mais dois exemplos:

1- Uma pessoa vai a um centro e o Guia Espiritual recomenda-lhe que tome um banho de descarrego feito com folhas de ervas ou com flores, etc.

Essa é uma ação mágica porque o "banho" irá remover suas sobrecargas energéticas com uma ação de fóra (o banho) para dentro (o espírito da pessoa).

2- Uma pessoa vai a um centro e o guia recomenda-lhe que faça um "amaci" na força de determinado Orixá.

No dia acertado e após certo resguardo alimentar e comportamental a pessoa volta ao centro e o dirigente dele ou um médium graduado aplica-lhe o amaci e manda que se recolha em sua casa e só retire-o da "coroa" no dia seguinte.

- Essa ação é religiosa porque o amaci aplicado em seu chacra coronal ou no seu ori irá inundar seu lado interno com uma energia elemental consagrada, imantada e vibracionada pelo Orixá invocado que a manipulará através do lado de dentro da pessoa necessitada desse tipo de auxilio interno ou religioso.

a- Um banho de ervas é um ato mágico.

b- Um amaci de ervas é um ato religioso.

Um atua de fora para dentro e outro atua de dentro para fora, certo?

Vamos o mais um exemplo:

1- Uma pessoa vai a um centro para receber um passe, ou seja, uma ação do Guia Espiritual para ela.

2- O Guia vê o problema da pessoa e pega seu nome em um papel ou sua fotografia e "cruza-a" e coloca-a em seu ponto riscado ou sob os pés de uma imagem "entronada" no altar do centro, desencadeando na vida da pessoa uma ação de dentro para fora, pois tanto o seu ponto riscado esta ativado dentro do campo religioso do orixá sustentador do centro quanto todo o altar é um portal para o lado divino da Criação.

Nos dois casos (o ponto riscado do guia e o altar) toda a ação, ainda que pareça mágica, no entanto é religiosa porque o auxilio virá diretamente do "lado de dentro" da Criação e através do Orixá sustentador do centro.

1- No primeiro exemplo a pessoa recebe com o passe uma ação mágica (será descarregada e trabalhada) por fora.

2- No segundo exemplo a pessoa será auxiliada por dentro e será trabalhada internamente pois o passe ou o descarrego não alcança o seu lado de dentro e sim, realiza-se em seu espírito e em seus campos vibratórios.

Só pelos exemplos que demos já têm uma idéia de como é complexos o campo religioso e o magistico.

Saibam que a Umbanda serve-se dos dois tipos de ação para auxiliar as pessoas que freqüentam, assim como aos seus médiuns, que também são auxiliados se seguirem à risca as orientações dos seus guias espirituais, que óra manda-os acender em casa ou uma vela para um determinado Orixá ou Anjo da Guarda e óra manda acende-la na natureza; ou que tome um banho de ervas, etc.

Por isso muitos a classificam como uma religião mágica, pois nela estão bem ostensivos os dois lados da Criação e os dois lados de uma mesma coisa, sendo que um lado é o religioso ou interno e o outro lado é o magistico ou externo.

Esperamos ter fundamentado essas praticas de Umbanda, tanto as internas quanto as externas.


Pai Rubens Saraceni.

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O MISTÉRIO POMBAGIRA MIRIM






Devido o pedido de muitas pessoas que receberam os textos sobre os eres e exu mirim, vou discorrer de forma livre sobre a linha das pombagiras mirins, seres encantados tão desconhecidos quanto os exus mirins.

Todos os mistérios da Criação divina sempre mostram-se aos pares ainda que nem sempre isso nos seja visível porque desconhecemos quase tudo sobre eles.

No caso de algumas linhas isso já esta se mostrando e nem nos damos conta do que esta tão visível.

Se não, então vejamos:

Exu do Lodo- Pombagira do Lodo
Exu Veludo- Pombagira Veludo
Exu do Cemiterio- Pombagira do Cemiterio
Exu Sete Encruzilhadas- Pombagira Sete Encruzilhadas
Exu Sete Capas- Pombagira Sete Véus
Exu Cigano- Pombagira Cigana
Exu das Matas- Pombagira das Matas
Exu das Sete Praias- Pombagira das Sete Praias
Exu Navalha- Pombagira Navalha
Exu João Caveira- Pombagira Rosa Caveira, etc..

Nas linhas da direita acontece a mesma bipolarização mas são menos visíveis, até porque quando o caboclo é ativo e (incorporante) a cabocla é passiva (não incorporante) ou seu nome simbólico é diferente do dele, fato esse que dificulta a identificação dos pares de guias da direita.

Pai João do Congo forma par com Mãe ou Vovó Maria Conga.
Pai João do Cruzeiro forma par com Mãe Maria das Almas.
Pai João de Angola forma par com Vovó Maria do Rosario. Etc..
Caboclo das Matas- Cabocla Jurema.
Caboclo Pena Branca- Cabocla Guaraciara.
Caboclo Sete Ondas- Cabocla Yara. Etc..

Bom paremos por aqui senão iremos revelar algo ainda fechado no tocante às linhas da direita, certo?

O fato é que existe toda uma Dimensão da Vida localizada a sete graus à esquerda da Dimensão Humana da Vida, escala essa que é horizontal e cada um dos seus graus contem todo um universo em si mesmo, dentro do qual desemboca toda uma Realidade Divina que começa no interior de Deus, dentro de uma de suas Matrizes Geradoras de Vidas, vidas essas que são geradas aos pares (masculino e feminino).

Portanto, existem 77 dessas Dimensões da Vida que desembocam nesse nosso abençoado planeta e a humana é a de número 21 na escala magnética divina horizontal. A de n. 20 é a habitada pelos seres naturais regidos pelo Orixá Exu e a de n.22 e habitada pelos seres naturais regidos pelo Orixá Ogum, só para que entendam essa escala divina, certo?

Todos os graus abaixo de 21 são classificadas como negativas e as acima são classificadas como positivas.

A partir da compreesão desse mistério intra-planetário então podemos discorrer sobre o mistério Pombagira Mirim pois assim como essa Matriz Divina gera Exu Mirim, também gera um ser feminino em tudo análogo a ele (em poderes e mistérios) e que também se manifesta na Umbanda quando lhe é possível ou permitido, sendo muito comum elas se apresentarem como Pombagiras Meninas.

Em outros casos, apresentam- se como Pombagira Mariazinha (diminutivo de Maria Molambo ou Padilha), etc..

É claro que em um médium só se apresentará um Exu Mirim e a Pombagira Mirim será passiva ( não incorporante). Já em uma médium tanto pode incorporar o Exu Mirim quanto a Pombagira Mirim, mas nunca os dois serão ativos e, ou será ele ou será ela que sempre incorporará e trabalhará nas giras de atendimento ao público.

Mas isso não quer dizer que não possa incorporar esporadicamente tanto o exu quanto a Pombagira Mirim em uma gira fechada ( não aberta ao publico).

E antes que alguém pergunte qual é a oferenda para elas, saibam que é igual às das Pombagiras adultas.

É claro que aqui só comentei um pouco sobre as Pombagiras Mirins e há muito mais sobre elas, mas vou parar por aqui senão terei que escrever um livro só sobre esse mistério da Umbanda, certo?


Pai Rubens Saraceni.

Outras publicações disponiveis em nosso site WWW.COLEGIODEUMBANDA.COM.BR no menu TEXTOS

Sinta-se à vontade para copiar e guardar ou mesmo passar adiante esse texto.


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EXU MIRIM






Escrever sobre Exú Mirim se faz necessário nesse mo­mento porque, desde que psicografei o livro Lendas da Criação - A Saga dos Orixás, sua importância na Criação e na Umbanda mostraram-se maior do que imaginava-se.

Não temos escritos abundantes a nossa disposição que ensinem-nos sobre esse Orixá ou que fundamente-o com Mistério Religioso.

Essa falta de textos esclarecedores e funda­mentais das suas manifestações religiosas nesse primeiro século de existência da Umbanda deixou Exú Mirim à própria sorte, ou seja: a vagos comen­tários sobre seus manifestadores que pouco ou nada esclareceram sobre eles e ao que vieram! Inclusive, por terem sido descritos como "espíritos de moleques de rua", cada um incorporava-o com os típicos procedimentos de crianças mal-edu­cadas, encrenqueiras, bocudas, chulas, etc.

Foram tantos os disparates cometidos que é melhor esquecê-los e reconstruir todo um novo conhecimento sobre o Orixá Exú Mirim, antes que ele deixe de ser incorporado e relegado ao esque­cimento, como já foi feito com muitos dos Orixás que, por falta de informações corretas e funda­mentadoras, deixaram de ser cultuados aqui no Brasil.

Nas Lendas da Criação, Exú Mirim assumiu uma função e importância que antes nos eram des­conhecidas. A função é a de fazer regredir todos os espíritos que atentam contra os princípios da vida e contra a paz e a harmonia entre os seres. A importância e a de que, sem Exú Mirim nada se pode ser feito na Criação sem sua concordância. Com Exú, dizia-se que "sem ele não se faz nada". Já, com Exú Mirim, "sem ele nem fazer nada é possível".

Vamos por partes para entendermos sua importância e fundamentá-lo, justificando sua presença na Umbanda.

1) Cada Orixá é um dos estados da Criação. Um é a Fé, outro é a Lei, outro é o Amor, e assim por diante, independente de suas interpretações religiosas.

2) Por serem estados, são indispensáveis, insubstituíveis e imprescindíveis á harmonia e ao equilíbrio do todo. O Estado da matéria considerado "frio" só é possível por causa da existência do estado "quente" e ambos na escala celsus indica os dois estados das temperaturas. Sem um não seria possível dizer se algo está frio ou quente; se algo é doce ou amargo, se algo é bom ou ruim, etc. É a esse tipo de "estado" que nos referimos e não a um território geográfico, certo?

3) Muitos são os estados da Criação e cada um é regido por um Orixá e é guardado e mantido por todos os outros, pois se um desaparecer (recolher-se em Deus), tal como numa escada, ficará faltando um degrau, e tal como numa escala de valores, estará faltando um grau que separe o seu anterior do seu posterior.

4) Quando a Umbanda iniciou-se no plano material, logo surgiu uma linha espiritual ocupada por espíritos infantis amáveis, bonzinhos, humil­des, respeitosos e que chamavam todos(as) de titios e titias ao se dirigirem às pessoas ou aos Ori­xás e guias espirituais. Também chamavam os pretos(as) velhos(as) de vovô e de vovó. Até aí tudo bem!

5) Mas logo começaram a "baixar" uns espíritos infantis briguentos, encren­quei­ros, mal-educados, intrometidos, chulos e que dirigiam -se às pessoas com desrespeito chamando-os disso e daquilo, tais como: seu pu.., sua p..., seu v...., seu isso e sua aquilo, certo? E quando inquiridos, se apresentavam como "exús" mirins, os exús infantis da Umbanda numa equivalência com um exú infantil ou um erê da esquerda existente no Candomblé de raiz nigeriana.

6) Exú Mirim assumiu o arquétipo que foi construído para ele: o de menino mal! E tudo ficou por aí com ninguém se questio­nando sobre tão controvertida entidade incorporadora em seus médiuns, pois ele diziam que todo médium tem na sua esquerda um Exú Mirim além de um e Exú e uma Pomba Gira.

7) De meninos mal educados, como tudo que "começa mal" tende a piorar, eis que as incor­porações de entidades Exús Mirins começaram a ser proibidas nos centros de Umbanda devido a vazão de desvios íntimos dos médiuns que eles extravasavam quando incorporavam nos seus.

8) De mal vistos, para pior, essa linha de trabalhos espirituais, (onde cada médium tem o seu Exú Mirim), quase desapareceu e só restaram as incorporações e os atendimentos de um ou outro Exu Mirim "muito bom" mesmo no ato de ajudar pessoas.

9) Então ficou assim decidido, mais ou menos, por muitos:

a) Exú Mirim existe, é mal educado e incontrolável e de difícil doutrinação.

b) Vamos deixar Exú Mirim quieto e vamos trabalhar só com linhas espirituais doutrináveis e possíveis de serem controladas dentro de limites aceitáveis.

10) Exú Mirim praticamente desapareceu das manifestações Umbandistas porque suas incorporações fugiam do controle dos dirigentes e seus gestos e palavrões envergonhavam a todos.

11) Como é característica humana negar tudo o que não pode controlar e ocultar tudo o que "envergonha", o mesmo foi feito com Exú Mirim, que existe, mas não é recomendável que incorpore em seus médiuns. Certo?

Errado, dizemos nós, porque muitos médiuns já ajudaram a muitas pessoas com seus exús mirins doutrinadíssimos e nem um pouco influenciados pela personalidade "oculta" de quem os incor­poravam.

Todos se adaptam a re­gras comportamentais se seus aplicadores forem rigo­rosos tanto com os médiuns quanto com quem incorporar neles.

O melhor exemplo come­ça com as incorporações com­por­tadas de quem dirige os trabalhos espirituais. E uma boa orientação sobre as enti­dades ajuda muito porque, o que os médiuns internaliza­rem sobre elas será o regula­ri­zador das entidades.

Agora se, por acaso, o di­ri­gente adota um comporta­men­to discutível, aí seus mé­diuns o seguirão intuitiva­men­te, pois o tomam como exem­plo a ser seguido.

Em inúmeras observa­ções, vimos os médiuns repe­tindo seus dirigentes e, inclusive, com as incor­porações e danças dos guias incorporados neles. Essa assimilação natural ou intuitiva é um indicador de que o exemplo que vem "de cima" ainda é um dos melhores reguladores comporta­mentais.

Agora, quando o dirigente incorpora seu Exú Mirim e este, por ser do "chefe", faz micagens, caretas, gestos obscenos, atira coisas nas pes­soas, xinga-as e fala palavrões, aí tudo se degene­ra e seus médiuns procederão da mesma forma porque, em suas mentes e inconscientes é assim que seus Exús Mirins devem comportar-se quando incorporados.

Essa foi uma das razões para o ostracismo e que foi relegada a linha dos Exus Mirins. E isto, sem falarmos em supostos Exús Mirins que quando incorporavam ou ainda incorporam por aí afora, pegam ou lhe são dados saquinhos de papel que ficam cheirando, como se fossem as infelizes crianças de rua viciadas em cheira "cola de sapateiro".

Certos comportamentos, devemos debitar ao arquétipo errôneo construído por pessoas desin­formadas sobre essa linha de trabalhos espirituais Umbandistas.

1) Não são espíritos humanos, em hipótese alguma.

2) Exús Mirins são seres encantados da natu­reza provenientes da sétima dimensão à esquerda da que nós vivemos.

3) A irreverência ou má educação compo­r­tamental não é típico deles na dimensão onde vivem.

4) São naturalmente irrequietos e curiosos, mas nunca intrometidos ou desrespeitadores.

5) Por um processo osmótico espiritual, refle­tem o inconsciente de seus médiuns, tal como acontece com Exú e Pomba Gira. Logo, são nossos refletores naturais.

6) Gostam de beber as bebidas mais agradá­veis ao paladar dos seus médiuns, sejam elas alcoólicas ou não.

7) Apreciam frutas ácidas e doces "duros", tais como: rapadura, pé de moleque, quebra queixo, cocadas secas e balas "ardidas" (de menta ou hortelã).

8) Se bem doutrinados prestam inestimáveis trabalhos de auxilio aos freqüentadores dos centros de Umbanda.

9) Não aprovam ser invocados e oferendados em trabalhos de demandas e magias negativas contra pessoas.

10) Toda vez que seus médiuns os ativam pa­ra prejudicar os seus desafetos seus Exus Mirins se enfraquecem automaticamente já acon­teceram inúmeros casos de médiuns que ficaram sem seus verdadeiros Exus Mirins porque os usaram tanto contra seus desafetos que eles ficaram tão fracos que foram aprisionados e kiumbas oportunistas tomaram seus lugares junto aos seus médiuns, passando daí em diante a criar problemas para suas vítimas que ainda acredi­tavam que estavam incorporando seus verda­deiros Exús Mirins.

11) Eles raramente pedem seus assentamen­tos ou firmezas permanentes e preferem ser ofe­rendados periodicamente na natureza, tal co­mo as crianças da direita.

12) Se bem doutrinados e colocados a serviço dos freqüentadores dos centros umbandis­tas, realizam um trabalho caritativo único e insu­bs­tituível.

Vamos resgatar os Exus Mirins da Umbanda e libertá-los do falso arquétipo que mentes e consciências distorcidas criaram para eles?

Não deixe de ler o mais novo lançamento da Editora Madras: "Orixá Exu Mirim - Fundamentação do Mistério na Umbanda" de Rubens Saraceni.


Pai Rubens Saraceni.


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21/09/2010

AS CRIANÇAS NA UMBANDA






AS CRIANÇAS NA UMBANDA

 
A linha das crianças, cujos membros baixam nos centros de Umbanda, é de todas a mais misteriosa.
Esses espíritos infantis nos surpre­en­dem pela ternura, inocência, argúcia, carinho e amor que vibram quando baixam em seus médiuns.
O arquétipo não foi fornecido pelo lado material da vida, pois uma criança com seus 7, 8 ou 9 anos de idade, por mais inteligente que seja, não está apta intelectualmente a orientar adultos ator­mentados por profundos desequi­líbrios no espírito ou na vida material.
Quem forneceu o arquétipo foram os seres que de­nominamos "encanta­dos da natureza".
Não foi baseado em espíritos de crian­ças que desencarnaram que essa linha foi fundamentada, e sim nas cri­an­­ças encan­tadas da natureza, que os aco­lhem em seus vastos reinos na na­tureza em seu lado espiritual e os am­param até que cresçam e alcancem um novo estágio evo­lu­tivo, já como espí­ri­tos naturais.
Os espíritos que se manifestam na li­nha das crianças atendem pessoas e auxiliam-nas com seus passes, seus ben­zi­mentos e suas magias elementais, tudo isso feito com alegria e simpli­cidade enquanto brincam com seus carrinhos, apitos, bonecas e outros brin­­quedos bem caracterizadores do seu arqué­tipo.  Ele é tão forte que adul­tos encar­na­dos sisudos se transfiguram e se tornam irreconhecíveis quando incor­poram sua criança.
A presença desses espíritos infantis é tão marcante que mudam o ambiente em pouco tempo, descontraindo todos os que estiverem à volta deles.
Todo arquétipo só é verdadeiro se for fundamentado em algo pré-exis­tente. O arquétipo "Caboclo" funda­men­­tou-se no índio brasileiro e no sertanejo mestiço. O arquétipo "Preto-Velho" funda­men­tou-se no negro já an­cião, rezador, mandingueiro e curador.
O arquétipo "Criança" fundamen­tou-se na inocência, na franqueza e na ingenuidade dos seres encantados ainda na primeira idade: a infantil.
E, caso não saibam, há dimensões inteiras habitadas só por espíritos nesse estagio evolutivo conhecido, no lado ocul­to da vida, como "estágio encan­tado". Nessas dimensões da vida há eles e suas mães encantadas, todas elas devotadas à educação moral, cons­ciencial e emocional, contendo seus excessos e direcionando-os à senda evolucionista natu­ral, pois eles não serão en­viados à dimensão hu­mana para encar­na­rem.
A elas compe­te supri-los com o indis­pensável para que não entrem em de­pressão e caiam no autismo ou regres­são emocional, muito comum nessas dimensões.
Nelas há reinos encantados muito mais belos do que os "contos de fadas" do imaginário popular foi capaz de des­crever ou criar.
Cada reino tem uma senhora, uma mãe encantada a regê-lo. E há toda uma hierarquia a auxiliá-la na manu­tenção do equilíbrio para que os milha­res de espíritos infantis sob suas guar­das não regridam, e sim, amadureçam lentamente até que possam ser condu­zidos ao estágio evolutivo posterior.
O arquétipo é forte e poderoso porque por trás dele estão as mães Orixás, sustentando-o, e também es­tão os pais Orixás, guardando-o e ze­lan­do pela integridade desses espíritos infantis.
A literatura existen­te sobre esse estágio se restringe a alguns livros de nossa auto­ria que abordam o está­gio encantado da evolução dos espíritos.
Mas que ninguém duvide da exis­tên­cia dele porque ele realmente existe e não seriam "crianças" humanas recém-desencarnadas e que nada sabiam da magia que iriam realizar os prodígios que os "Erês" realizam em benefício dos freqüentadores das suas sessões de trabalhos ou com forças da natureza quando oferendados em jardins, à beira-mar, nas cachoeiras ou em bosques frutíferos.
Há algo muito forte por trás do arquétipo e esse algo são os Orixás encantados, os regentes da evolução dos espíritos ainda na "primeira idade".
Para conhecerem melhor o estágio encantado da evolução, recomenda­mos a leitura do livro de nossa autoria A Evolução dos Espíritos, editado pela Madras.
 
Pai Rubens Saraceni

 
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