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24/02/2014

AS AMAZONAS






..Em 1542, Frei Gaspar de Carvajal, escrivão da frota espanhola de Francisco Orellana, ao penetrar num enorme rio brasileiro, que ele chamou de "Mar Dulce", encontrou mulheres guerreiras, tendo sido por elas atacado.

O medo foi tanto que o frade escriba, ao vê-las jovens, belicosas, nuas, chegou a afirmar que queimavam um dos seios para melhor manejar o arco e a flecha. Confundiu-as com o mito grego das Amazonas.

E o grande rio foi batizado como: - o rio das Amazonas, rio Amazonas.

Contam que no Reino das Pedras Verdes somente vivem mulheres - as Amazonas. Trabalham muito. Caçam, pescam. Fazem cerâmica. Redes, tecido, enfeitados de penas. Trabalham na roça. Fazem armas. É uma comunidade onde todos possuem tudo em comum.

A direção está nas mãos de uma das Amazonas, que exerce também função religiosa, dirigindo as festas. Seu reinado é curto, somente as virgens de vinte a vinte e cinco anos podem disputar a chefia das Amazonas.

A cada cinco luas cheias, no mês de abril (cinco anos), há renovação do comando das Amazonas. As Amazonas fazem um amuleto famoso - o muiraquitã. É uma raridade, os próprios índios afirmam que não sabem como fabricá-lo. Dizem que o muiraquitã vem de um lugar muito distante, da terra das mulheres sem marido, do país das mulheres guerreiras ...

Em um lago enorme - jaci-uaruá, no mês de abril de todos os anos, quando a lua cheia aparece, as Amazonas mergulham no lago e do fundo trazem um punhado de barro.

Com este barro limoso modelam figuras: peixes, rãs, tartarugas. O mais comum é a rã, símbolo de fertilidade. O amuleto é perfurado para ser usado no pescoço.

O barro tem que ser modelado depressa, ainda debaixo da água, porque o luar faz endurecer o limo verde. Nesta mesma noite elas recebem a visita dos homens de uma tribo vizinha. É a noite nupcial.

Só os índios que já lhe deram uma filha recebem o muiraquitã. Os que lhes deram um filho terão que levar o menino para a sua aldeia porque entre as Amazonas só vivem mulheres.

Os índios contam assim.


Texto de Alceu Maynard Araújo
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BRASIL, histórias, costumes e lendas - São Paulo: Editora Três Ltda., s/data





AS AMAZONAS DA AMAZÔNIA


(AS GUERREIRAS BRANCAS)





moça WaiWai



"Estamos em 1542. Sob as ordens do Capitão Francisco de Orellana, cinquenta e sete espanhóis descem — e esta é a primeira vez desde a Conquista que se efetua essa aventura — o Grande Rio que alguns chamam Maranhão e que, já se sabe, vai lançar suas águas no Atlân­tico.

Após alguns dias, acampam na ilha dos Tupinambás, que em nossos mapas denominamos de Santa Rita. Mais uma vez, são atacados pêlos indígenas. Porém, hoje, eles não estão sozinhos.

Vocês devem saber, escreve o Padre Gaspar de Carvajal , capelão da expedição, que estes (os atacantes) estão sujeitos e tribu­tários das Amazonas.

Ao saberem da nossa vinda, foram lhes pedir socorro e então apareceram aquelas dez ou doze que vimos.

Elas vinham na frente de todos os índios, como se fossem capitães, e combatiam com tamanho ardor que os índios nem ousavam tentar fugir.

Aquele que o fizesse, elas o matavam de pancadas diante de nós e esta é a razão por que os índios se defendiam tanto.

Essas mulheres são muito alvas e altas.  Têm cabelos longos, penteados em tranças ou coque.  São tremendamente musculosas e andam nuas em pelo,cobrindo apenas suas vergonhas.

Usam arco e flechas e são tão valentes no combate que valem por dez índios."





"Peço a todos aqueles que venham a ler esta narrativa para acreditarem em mim...

Digo isto pensando naquilo que outras pessoas possam vir a contar e que talvez não se atenham tanto à verdade como seria de desejar."

O Padre de Acuna dedica diversas páginas da sua narrativa às Amazonas e baseia-se, para tanto, no testemunho dos índios Tupinambás:

"É também através do que nos foi contado pêlos Tupinambás que pudemos confirmar as abundantes notí­cias recolhidas ao longo de todo o rio a respeito das Amazonas ... São tão numerosos e sólidos os fundamentos encontrados para afirmar que existe uma província de Amazonas no rio, que seria não ter fé no homem se não lhes déssemos crédito."






"Essas mulheres masculinizadas vivem entre altas montanhas e picos imponentes, chamando-se Yacamiaba aquele que se destaca mais entre todos os outros.

São mulheres de grande coragem que sempre se abstêm de qualquer contato habitual com os homens, e ainda que eles venham às suas terras uma vez por ano, de acordo com elas, são recebidos com armas, arcos e flechas."

"As meninas que nascem desses acasalamentos ficam com elas e ali são educadas, pois são elas que deverão perpetuar a coragem e os costumes da nação. Porém não se tem tanta certeza a respeito da sua atitude para com os filhos homens.

Um índio que, criança ainda, acompanhou seu pai até essa entrada afirmou que elas devolvem os filhos aos pais quando, no ano seguinte, eles ali voltam. Porém há outros que dizem que elas os matam assim que verificam o seu sexo, o que parece ser mais exato pois esta é opinião corrente".




De onde vinham essas mulheres brancas?


"Contamos apenas com o testemunho de um velho índio Coari a este respeito, como o relata La Condamine, porém isso é confirmado, indiretamente, pelas des­cobertas de Barros Prado.

Durante a primeira metade do século XVII, o avô desse índio viu um grupo de Amazonas atravessar o Maranhão, à altura do rio Cuchivara — o atual Purus - e subir rumo norte.

O fato é que essas mulheres vinham do rio Caiamé, situado a oeste, entre o Purus e o Juruá. Esses rios, que delimitam uma enorme extensão de florestas, ainda hoje quase que inexplorada, têm, ambos, suas nascentes no Peru, distantes apenas uns cinquenta quilómetros uma da outra, num ponto da serra de Urubamba situada em Unha reta a 300 km ao norte de Cuzco.

Ora, as "tatuagens" das cunhantensequimas do Jacicurá são indiscutivelmente semelhantes aos desenhos da civilização de Tiahuanaco.

Esta origem peruana explica também os rumores que corriam a respeito da baixela em ouro e prata das mulheres sem marido e sobre suas casas de pedra. "

"Portanto não há dúvida: a retirada das Amazonas ocorreu por volta de 1290.

Na Verdade, foi nesta data que os Diaguitas do cacique Kari, vindos de Coquimbo, no Chile, atacaram os Vikings que tinham sua capital em Tiahuanaco .

Com a exceção de pequenos grupos que conseguiram escapar, uns pelo Pacífico, outros na montanha e na selva, os homens foram degolados pêlos vitoriosos.

Mas as mulheres tiveram suas vidas salvas. Algumas, provavelmente, foram tratadas pêlos indígenas como presas de guerra.

É normal que outras tenham conseguido escapar e tentado alcançar a Amazónia onde, como observaremos mais tarde, os Vikings tinham algumas colônias.

As mulheres nórdicas — nas alta Idade Média, na Europa — acompanhavam de boa vontade os homens do seu clã nas guerras e muitas vezes participavam de seus combates.

As sagas escandinavas estão repletas de façanhas heróicas das skjòld-meyar, ou Virgens do Escudo, que já foram comparadas às Amazonas por diversas vezes ."

Essa é a origem dessas guerreiras mulheres Vikings na América.


Os Vikings no Brasil
Jacques de Mahieu



Etimologicamente, Amazonas significa "sem seios"; de A-Mazós, mas os Tapajós as conheciam por "cunhantensequina" ou "mulheres sem marido"





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